Mauro Peralta - médico e vereador
Estima-se que, ao longo de 300 anos, Portugal tenha levado entre 120 e 200 toneladas de ouro do Brasil. Considerando o limite superior, 200 toneladas de ouro equivalem a cerca de 85 bilhões de reais. Essa quantia representa o que o governo retira dos brasileiros a cada nove dias. Neste ano, já pagamos mais de impressionantes 3 trilhões de reais em impostos, mas mesmo assim, o déficit fiscal alcançou um recorde alarmante de 1,128 trilhão de reais, uma situação pior do que no auge da pandemia. Além disso, as empresas estatais já acumularam um rombo de 7,2 bilhões de reais em 2024, o maior déficit da série histórica do Banco Central, que começou em 2002.
Na última semana, o dólar atingiu uma das maiores cotações da história em reais, alcançando R$5,83, um valor que não era visto desde os R$5,85 do auge da pandemia. A confiança na moeda brasileira continua a desmoronar, especialmente à medida que o governo aumenta os gastos públicos sem qualquer responsabilidade fiscal. O governo aboliu o Teto de Gastos, substituindo-o por um arcabouço fiscal frouxo e desleixado fundamentado na arrecadação, o que gera um incentivo para que o governo aumente os impostos anualmente.
O ministro Luiz Marinho teve a audácia de afirmar que não considera reduzir os gastos com o seguro-desemprego, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou o abono salarial. No entanto, quem arca com essa conta somos nós, brasileiros que pagamos impostos em tudo, além do imposto inflacionário resultante da emissão de moeda. Sem uma revisão dos gastos públicos, o Banco Central não poderá reduzir a taxa de juros, e nosso crescimento desacelerará cada vez mais. O custo Brasil só tende a aumentar.
Em uma comparação de impostos, nos Estados Unidos, celular, gasolina, carros e cesta básica pagam cerca de 7% de tributos, enquanto a energia elétrica tem uma carga tributária de 8%. No Chile, esses mesmos produtos estão sujeitos a 19% de impostos, mas a cesta básica é isenta. Em Portugal, a carga tributária sobre esses produtos é de 23%. Já no Brasil, a situação é alarmante: os celulares sofrem uma carga tributária de 40%, a gasolina 62%, os carros 36%, a cesta básica 20% e a energia elétrica 48%, sem contar os diversos outros impostos aplicados em toda a cadeia produtiva, que encarecem ainda mais os preços desses produtos. Além disso, temos a maior carga tributária do mundo sobre medicamentos, cerca de 31%, enquanto a média mundial é de 6%. Tudo isso para sustentar estatais deficitárias e manter privilégios para a elite do funcionalismo público.
O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, com a maior quantidade de taxas e impostos diferentes, ao mesmo tempo que oferece o pior retorno de impostos para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. É urgente que os políticos cessem o gasto irresponsável do nosso dinheiro. Precisamos reduzir o tamanho do Estado em todos os níveis. Chega de PT! O Brasil não pode continuar a sonhar em ser o país do futuro. Precisamos diminuir o custo Brasil para nos tornarmos o país do presente.
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