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A corrupção campeia

Mauro Peralta - médico e ex-vereador

Foto: Reprodução
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Se não bastassem o Mensalão e o Petrolão, agora o PT nos surpreende com o escândalo do “Descontão”. A fraude descoberta pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal pode ultrapassar 8 bilhões de reais, roubados dos velhinhos aposentados e pensionistas. Um escândalo muito maior que aquele de 1991, quando cerca de 500 milhões de reais foram roubados do INSS pela advogada Jorgina de Freitas, que inclusive acumulava muitos imóveis aqui em Petrópolis.

Para agravar a situação, uma nova denúncia aponta o desvio de milhões de reais do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) por meio de um esquema fraudulento envolvendo estrangeiros. Entre os métodos identificados, agenciadores cooptavam idosos ainda na Venezuela, providenciando documentos falsos e registros irregulares junto aos órgãos brasileiros. Após a concessão do benefício, muitos dos venezuelanos retornavam ao país governado pelo ditador esquerdista Nicolás Maduro. Situação semelhante já havia sido registrada no âmbito do Bolsa Família.

O afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros diretores nomeados pelo ministro Carlos Lupi, ambos do PDT, não resolve o problema. Vale lembrar que, em 2012, a então presidente Dilma Rousseff exonerou o próprio Lupi do Ministério do Trabalho, devido a fraudes envolvendo ONGs. Agora, mesmo após mais de um ano de alertas da CGU sobre possíveis fraudes no INSS, o ministro, vice-presidente da Internacional Socialista e ex-jornaleiro de Leonel Brizola, não adotou nenhuma medida efetiva para resolver o problema.

Infelizmente, o presidente Lula parece mais preocupado com as repercussões políticas do escândalo do que com o prejuízo imposto aos aposentados. Este é apenas mais um golpe em meio a tantos outros: a crescente insegurança, as filas intermináveis no SUS, a demora na concessão de aposentadorias e pensões, a destruição da carreira dos peritos médicos e o rombo nas estatais, incluindo aquelas que eram lucrativas no governo Bolsonaro, como os Correios.

Cerca de 130 mil aposentados já confirmaram o roubo de parte de seus ganhos, e muitos mais devem se manifestar. Infelizmente, a maioria não tem acesso digital aos seus contracheques ou holerites. Quando tentam buscar informações nas agências, acabam sendo atendidos por estagiários, que muitas vezes não têm conhecimento suficiente e os orientam a procurar no portal “Meu INSS”, serviço ao qual muitos não conseguem acessar, seja por não possuírem um computador ou por não saberem utilizar os meios digitais.

Se nem conseguem garantir segurança aos recém-aposentados, que, antes mesmo de serem oficialmente informados pelo INSS, já recebem ofertas de empréstimos de bancos, o que evidencia o vazamento de dados, como esperar resoluções eficazes? Agências sem pessoal suficiente e diretores politicamente indicados, como os próprios ministros filiados ao PDT, nos fazem perder a esperança de mudanças benéficas.

Se a maioria dos casos for encaminhada para a nossa lenta justiça, o Judiciário ficará ainda mais sobrecarregado, intensificando a morosidade. Afinal, nós, idosos, não temos tempo a perder enquanto quadrilhas que operam dentro do sistema continuam nos roubando mês após mês. Até mesmo o irmão do presidente, Frei Chico, diretor de uma associação altamente suspeita, segue livre. Espero que a prisão do ex-presidente Collor não seja apenas uma manobra para desviar a atenção. Nosso pobre Brasil segue refém da corrupção e da incompetência de políticos eleitos por muitos que vendem seu voto, seja por ignorância ou necessidade financeira. Precisamos ficar vigilantes.

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