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domingo, 09 de fevereiro de 2025


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A culpa é do povo

Mauro Peralta - médico e ex-vereador

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Em uma entrevista concedida às rádios Metrópole e Sociedade na Bahia, em uma tentativa frustrada de amenizar sua crescente rejeição, o presidente Lula afirmou que a alta nos preços é culpa do povo, sugerindo que a população se “eduque” a deixar de comprar produtos quando achá-los caros. Em outras palavras, se a gasolina estiver cara, ande a pé. Se a picanha estiver cara, compre coxão duro. Se o quilo do café mais barato estiver 50 reais, beba água. Se todos os alimentos estão caros, coma menos. Algo que qualquer brasileiro médio já faz por necessidade.

Lula jamais assume responsabilidade. O triplex, mesmo declarado por cinco anos seguidos no imposto de renda, não era dele, assim como o Sítio de Atibaia e os milhões supostamente obtidos pela Dona Marisa com a venda de produtos Avon. A culpa é sempre do ex-presidente Bolsonaro, do ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e, agora, do próprio povo.

Na entrevista, o presidente não mencionou que o déficit público nominal superou 1 trilhão de reais, maior do que durante o auge da pandemia. Não falou sobre a saída de investidores estrangeiros, motivada por uma política econômica que só aumenta gastos e impostos. Suas declarações revelam que ele vive em uma bolha, cercado por áulicos bajuladores que jamais o alertam sobre a realidade dos brasileiros. Afinal, um homem que usa um relógio de 80 mil reais e uma gravata de 2 mil não tem ideia de que nós, simples mortais, já buscamos o preço mais acessível por natureza.

A inflação é a expansão da base monetária, ou seja, é sempre uma responsabilidade do governo. Sua consequência direta é o aumento generalizado dos preços. Além disso, quando o governo aumenta os impostos, uma série de consequências desastrosas é desencadeada. Quando o imposto incide sobre as empresas, elas repassam o custo para os produtos. Quando é sobre o patrimônio, os ricos retiram o dinheiro do país, pressionando a desvalorização do real frente ao dólar, o que torna tudo mais caro no Brasil.

Quando Lula assumiu a presidência, o dólar estava a R$4,85 e hoje beira os 6 reais. Um dólar mais caro significa gasolina, comida e vários itens básicos mais caros, ampliando a pobreza. No entanto, Lula não apresenta proposta alguma para limitar gastos e permitir a redução dos impostos. Pelo contrário, diz que no que depender dele não haverá ajuste fiscal.

O presidente descondenado precisa parar de falar sobre o que não sabe. Ele precisa conter os gastos públicos, parar de esbanjar dinheiro público em viagens com a Dona Esbanja e, principalmente, deixar de culpar o povo, que paga impostos para sustentar suas mordomias, além das do Judiciário e do Legislativo. Como diz o ditado, não há mal que dure para sempre. No próximo ano, os brasileiros certamente não votarão em quem os responsabiliza pelas suas próprias decisões equivocadas.

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