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A importância de promover a independência em pessoas com Síndrome de Down

Foto: Divulgação
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Bruna Nazareth - especial para o Diário

A Síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com Síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. É importante destacar que essa condição não resulta de comportamentos dos pais, e não há nada que eles possam fazer para preveni-la.

Além disso, ela não é uma doença, mas um atraso no desenvolvimento, das funções motoras do corpo e das funções mentais que os pais devem observar desde o nascimento da criança. Portanto, se você é pai, mãe ou cuidador de uma pessoa com Síndrome de Down, o mais importante é entender que elas também são capazes de sentir, amar, aprender, se divertir e até mesmo trabalhar, podem alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e de serem independentes.

"Acreditar e apoiar a independência das pessoas com Síndrome de Down é crucial para promover sua autossuficiência e garantir sua participação plena na sociedade. Ao fornecer suporte adequado e oportunidades para o desenvolvimento da independência, é possível impactar positivamente suas vidas de diversas formas e contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e diversificada", esclarece a psicopedagoga, Viviane Leal.

A especialista ressalta algumas dicas sobre a importância de apoiar a independência.

Gera, autonomia e autoestima: O estímulo à independência fortalece a autoestima e a confiança das pessoas com síndrome de Down, permitindo que se sintam capazes e valorizadas.

Desenvolvimento de Habilidades: A busca pela independência promove o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e práticas essenciais para a vida cotidiana e profissional.

Participação Ativa na Sociedade: Ao se tornarem mais independentes, as pessoas com Síndrome de Down podem participar ativamente na comunidade, contribuindo com suas habilidades e perspectivas únicas.

Legenda: Viviane Leal, psicopedagoga e o paciente Matheus Conde Garbi (Nick)
Legenda: Viviane Leal, psicopedagoga e o paciente Matheus Conde Garbi (Nick)

Muitos pais ficam relutantes em ensinar sobre a independência, tentando os proteger ao máximo do mundo. Entretanto, Leal compartilha algumas dicas  que podem ajudar os pais a compreenderem e promoverem a autonomia das pessoas com Síndrome de Down, preparando-as para uma vida  autônoma e satisfatória.

Estabelecimento de Rotinas e Responsabilidades: Criar rotinas consistentes e atribuir responsabilidades adequadas à idade e capacidade da criança, permitindo que ela se envolva em atividades cotidianas e desenvolva habilidades de auto administração.

Estímulo ao Autoconhecimento e Autodefesa: Incentivar a criança a conhecer e expressar suas preferências, necessidades e limitações, bem como a tomar decisões e defender seus direitos, fortalecendo sua confiança e autoadvocacia.

Promoção da Independência na Educação: Apoiar a participação ativa da criança na escola, incentivando a resolução de problemas, a comunicação eficaz e a busca de apoio quando necessário, para que desenvolva habilidades acadêmicas e sociais importantes.

Desenvolvimento de Habilidades Sociais e Relacionais: Oferecer oportunidades para a criança interagir com outras pessoas, desenvolver habilidades sociais e construir relacionamentos saudáveis, contribuindo para sua integração social e independência emocional.

Incentivo à Exploração de Interesses e Habilidades: Encorajar a criança a explorar áreas de interesse e desenvolver talentos, proporcionando oportunidades para que descubra suas paixões e habilidades únicas, o que pode direcionar suas escolhas futuras e promover a independência.

Participação em Atividades Extracurriculares e Comunitárias: Envolver a criança em atividades extracurriculares e comunitárias que estimulem a autonomia, a colaboração com os outros e o desenvolvimento de novas competências, ampliando suas experiências e horizontes.

"Desde cedo, é essencial incentivar a autonomia e independência das crianças com Síndrome de Down, proporcionando oportunidades para que desenvolvam habilidades práticas e de autocuidado. Ao adotar essas dicas e promover um ambiente de apoio e incentivo, os pais podem ajudar as pessoas com Síndrome de Down a desenvolver sua independência, autoconfiança e capacidade de enfrentar desafios", ressalta Leal.

Um ponto fundamental a ser destacado é a educação inclusiva, que serve de base para que todas as outras esferas da vida possam ser inclusivas e oferecer oportunidades a todos, com respeito e igualdade. Ao incluir essas pessoas em ambientes educacionais regulares, Leal afirma que a educação inclusiva proporciona benefícios como:

Valorização da Diversidade: Promove a valorização da diversidade e o respeito às diferenças, preparando os alunos para a convivência harmoniosa em uma sociedade plural.

Estímulo ao Desenvolvimento: Proporciona oportunidades de aprendizado e desenvolvimento das habilidades cognitivas, sociais e emocionais dos alunos com Síndrome de Down.

Preparação para o Mundo do Trabalho: Ao integrar esses alunos em ambientes educacionais inclusivos, a educação proporciona experiências e habilidades que são transferíveis para o mercado de trabalho, favorecendo a inclusão laboral no futuro.

Embora as pessoas com Síndrome de Down tenham avançado muito ao longo dos anos, com iniciativas como a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência, Programas de Capacitação Específicos e Participação em Atividades Culturais e Esportivas, é crucial destacar que a sociedade ainda precisa evoluir e implementar estratégias eficazes, tais como:

Conscientização e Sensibilização: Promover campanhas educativas para sensibilizar a sociedade sobre a Síndrome de Down, seus desafios e potenciais.

Acessibilidade e Adaptações: Garantir ambientes acessíveis física e digitalmente, implementando adaptações necessárias para facilitar a participação de indivíduos com Síndrome de Down.

Programas de Capacitação e Emprego: Desenvolver programas de capacitação específicos para preparar e inserir pessoas com Síndrome de Down no mercado de trabalho.

Incentivos e Apoio Governamental: Estabelecer políticas públicas que incentivem a contratação de pessoas com deficiência, incluindo a Síndrome de Down, oferecendo apoio financeiro e técnico às empresas.

Criação de Redes de Apoio: Fomentar a criação de redes de apoio que incluam familiares, educadores, empregadores e profissionais de saúde para dar suporte integral aos indivíduos com Síndrome de Down.

"Ao adotar essas medidas e promover uma abordagem inclusiva e acessível em diversos setores, as políticas públicas podem contribuir significativamente para fortalecer a independência e a inclusão de pessoas com Síndrome de Down na sociedade brasileira", conclui.

*Com informações do Movimento Down e Fiocruz

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