Operação do aterro de Pedro do Rio, coleta de entulho, desobstrução de bueiros, poda de árvores, coleta e destinação final do lixo domiciliar podem parar a qualquer momento
Rômulo Barroso - especial para o Diário
Sete serviços prestados por cinco empresas diferentes contratadas pela Comdep correm risco de serem interrompidos a qualquer momento por falta de pagamento. Essas empresas acumulam quase R$ 23 milhões em valores que não foram pagos ao longo deste ano e, com isso, podem deixar realizar: a operação do aterro de Pedro do Rio, coleta de entulho, desobstrução de bueiros, corte e poda de árvores, coleta seletiva, coleta e destinação final de lixo domiciliar; além disso, outro serviço contratado pela Comdep é o de manutenção viária.
As informações foram obtidas pelo vereador Dr. Mauro Peralta (PMN). Segundo ele, a cidade está caminhando rapidamente para um "caos sanitário" e que a quitação dessas dívidas precisa ser feita imediatamente. "Se não pagarem amanhã (hoje), vai ter um caos sanitário na cidade. Vários problemas a cidade já está passando, vários locais você vê lixo espalhado, é só andar na rua. Se você passa de noite na Praça Pasteur, você vê que fica dois dias sem coleta, aí no terceiro dia que é feita a limpeza. No aterro de Pedro do Rio, se não tiver a coleta do chorume, vai contaminar o solo. Nesse momento, a gente tem que questionar a prefeitura se vão pagar, por que senão, vai ser instalado um caos sanitário", disse o vereador.
R$ 18,7 milhões devido só com uma empresa
A maior dívida acumulada é com a empresa Serpav: são quase R$ 18,7 milhões, que não foram pagos entre janeiro e outubro deste ano. O tamanho da dívida ocorre pelo volume de serviços prestados por ela.
A empresa loca máquinas e equipamentos que são usados, por exemplo, no aterro de Pedro do Rio. Em caso de interrupção dos serviços no local, há risco de transbordamento da piscina de chorume e pode ficar inviável o depósito de entulho e lixo verde no espaço, comprometendo, por outro lado, a remoção dos detritos de ruas e bairros, uma vez que não haveria local para destinação dos chamados "resíduos volumosos". A Serpav também loca equipamentos para parte do serviço de remoção de entulho na cidade.
Outras preocupações são com os serviços de limpeza e desobstrução de bueiros e corte e poda de árvores, também feitos com equipamentos locados pela Serpav. Ambos os trabalhos têm grande importância em relação ao período de chuva mais forte na cidade. No caso do primeiro serviço, inclusive, há uma decisão da 4ª Vara Cível de 2022 obrigando o município a manter a regularidade da limpeza de bueiros. Já o segundo integra o rol de ações de mitigação de impactos de tempestades, previstos no Plano Verão.
A empresa ainda é responsável pela recuperação viária na cidade, e uma interrupção dos trabalhos pode deixar as ruas sem manutenção adequada.
Coleta e destinação de lixo domiciliar
As dívidas também atingem os serviços de coleta e de destinação final do lixo domiciliar. Com a AMI3, que faz a locação dos caminhões usados na coleta e também leva o lixo para o aterro de Três Rios, a dívida é de R$ 1 milhão, relativo ao período de parte de julho e parte de agosto. Já com a Força Ambiental, que é responsável pelo aterro, o montante devido é de R$ 1,4 milhão. Caso esses dois débitos não sejam regularizados e as empresas interrompam os serviços, a cidade pode acabar sem coleta.
Outras dívidas
Outra dívida acumulada é com a empresa Limpar, que faz a locação de caminhões e equipamentos para coleta de entulho e lixo verde. O montante devido é de quase R$ 1,3 milhão, referente a setembro e parte de outubro.
Também há débitos com a Liwan, contratada para fazer a locação de veículos para o serviço de coleta seletiva. Nesse caso, ela tem R$ 410 mil a receber pelo período de abril a setembro.
O Diário questionou a prefeitura e a Comdep sobre as dívidas e o que está sendo feito para resolver os débitos e ainda se há risco de interrupção dos serviços, mas não tivemos retorno. O Diário também tentou contato com as empresas Serpav, Força Ambiental e AMI3, mas não tivemos retorno até o fechamento desta edição, e não conseguimos contato com a Limpar e com a Liwan.
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