Em 2024, Bombeiros foram acionados para 22 salvamentos em casos de afogamento, números maior que no ano anterior
Rômulo Barroso - especial para o Diário
Um adolescente morreu afogado em um poço no Bela Vista, em Cascatinha, na última segunda-feira (20/01). O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta de 17h30, mas encontrou a vítima já sem vida. Ele era Lucas Cruz, tinha 15 anos, e estava preso em pedras quando foi localizado. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e a Polícia Civil também esteve na região, onde realizou uma perícia.
O início de ano é marcado pelo forte calor - nesta semana, por exemplo, segundo Climatempo, os termômetros vão ficar próximos ou até ultrapassar os 30 ºC até domingo (26). E esse clima é um atrativo para passeios em locais como poços, cachoeiras, lagos, represas, rios e piscinas. Mas envolvem riscos.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o número de acionamentos para ações de salvamento aumentaram de 2023 para o ano passado na cidade: passaram de 17 para 22 casos. É um crescimento que vai na contramão do registrado no Estado - se há dois anos, houve 26.731 chamados por salvamento marítimos, em 2024, foram 23.655 (queda de 11,5%).
Cuidados
O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Major Fábio Contreiras, traz algumas orientações para quem fará passeios, por exemplo, em cachoeiras. Alguns cuidados que podem ser fundamentais para identificar sinais de perigo:
"O primeiro perigo é a cabeça d'água, que é o aumento repentino na quantidade de água que desce por um rio, ocasionando uma grande enxurrada. Ela ocorre devido à ocorrência de chuvas no alto desses rios, geralmente na cabeceira deles. Nessas regiões, a água que antes escoava lentamente, em poucos instantes acaba sendo concentrada e liberada de maneira muito rápida", aponta.
Segundo Contreiras, há três elementos que ajudam a identificar o surgimento de uma cabeça d'água. "A correnteza e o nível da água, que aumenta muito rápido; segundo, a maior quantidade de galhos e folhas na água e, por último, a mudança na coloração da água, que fica mais turva. É fundamental também checar a previsão do tempo, porque se tiver previsão de chuva ou tiver chovido forte em dias anteriores, é fundamental remarcar o passeio", orienta.
Outras recomendações são evitar o consumo de bebida alcoólica durante o passeio e não realizar saltos de locais altos: "Justamente pelo risco de lesão na cabeça e na coluna cervical. Isso tem um risco imediato à nossa vida. O nível da água desses locais pode estar mais baixo e a gente pode mergulhar de cabeça em uma pedra ou um tronco, por exemplo", explica. Por isso, é válido buscar conhecer a região antes de realizar o passeio, buscando informações através de guias ou autoridades locais, ou mesmo a partir de sites especializados e confiáveis. O uso de colete salva-vidas é outra dica.
Se mesmo com esses cuidados, houver uma ocorrência, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193. "E não tentar fazer o socorro por conta própria. De preferência, lançar um objeto flutuante para a vítima", finaliza.
CPTrans promove fiscalização em cachoeiras e poços
No fim de semana, a CPTrans havia promovido uma fiscalização no entorno de cachoeiras e poços de três locais - Rocinha, em Secretário, Bonfim e Pinheiral. O objetivo foi orientar os motoristas sobre estacionamento no local, para evitar obstruções no trânsito, algo que pode, inclusive, atrapalhar o acesso de equipes para ações emergenciais de salvamento.
"Esse é um trabalho sobretudo de educar os visitantes. Nesse período, o número de veículos que esses locais recebem é muito mais alto do que a capacidade. Por isso, é importante que haja essa conscientização e, nos casos mais graves, as medidas administrativas cabíveis. O que a gente tenta evitar é que a demanda maior nessas regiões da cidade impeça a chegada do transporte público, da coleta de lixo, que tire do direito de ir vir das pessoas", disse o presidente da CPTrans, Luciano Moreira.
Veja também: