Bruna Nazareth
Com dias quentes em Petrópolis, nada melhor do que se refrescar em piscinas e cachoeiras ou reunir a família para um dia de diversão nas praias do Rio de Janeiro. Para os pequenos e até mesmo para os adultos, esses momentos são sinônimos de lazer e alegria.
No entanto, para quem tem crianças, a felicidade de estar em um ambiente com água pode vir acompanhada de preocupação. O receio de perdê-las de vista ou de um possível acidente, como um afogamento, faz com que a atenção redobrada seja essencial.
Um Boletim Epidemiológico de 2025, com dados de 2023, da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), revelou que, a cada 90 minutos um brasileiro morre afogado. Os homens são, em média, seis vezes mais vítimas fatais do que as mulheres.
Entre as crianças, o afogamento é a segunda principal causa de morte entre 1 e 4 anos, a quarta entre 5 e 9 anos e a terceira entre 10 a 14 anos.
Quando se trata de acidentes dentro de casa, o boletim aponta que, diariamente, uma criança morre afogada em residências. Crianças com menos de 9 anos estão mais suscetíveis a afogamentos em piscinas e dentro de casa, enquanto aquelas com mais de 10 anos, assim como adultos, correm maior risco em águas naturais, como rios, praias e represas.
Esses números ressaltam a importância da conscientização sobre os riscos do banho de mar, bem como em ambientes residenciais, lagos e cachoeiras, especialmente para os pequenos.
Salvamentos e cuidados
Em 2025, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) informou que já realizou quase 10 mil salvamentos marítimos no estado, um aumento de mais de 700 resgates em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Já os salvamentos em cachoeiras, rios, lagos, represas e piscinas somaram 332 em 2024 e 107 em 2025, considerando o período de 1º de janeiro a 6 de março de 2025. Em Petrópolis, os registros de salvamentos nesses ambientes foram de 22 em 2024 e 10 em 2025, até o momento.
“Para garantir mais segurança, é fundamental que os banhistas escolham locais próximos aos postos de guarda-vidas e respeitem as bandeiras de sinalização na orla. Essas bandeiras indicam as condições do mar, classificadas entre baixo, médio e alto risco de afogamento. Além disso, crianças jamais devem entrar na água sem a supervisão de um responsável”, frisa o órgão.
O Ministério da Saúde também compartilha algumas medidas preventivas para garantir a segurança dos pequenos em ambientes com água, como:
- Evitar deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
- Instalar barreiras de proteção em piscinas, poços e reservatórios para restringir o acesso;
- Evitar brincadeiras inadequadas na água, como corridas, empurrões e saltos;
- Evitar nadar em áreas profundas, de profundidade desconhecida ou distantes da margem;
- Não entrar na água durante condições climáticas desfavoráveis, como raios, trovões, tempestades, ventanias ou quando o mar estiver agitado.
Banho de mar à noite
Muitas pessoas têm o desejo de tomar banho de mar à noite, e algumas até o fazem. Contudo, o CBMERJ também alerta para os perigos dessa prática.
“A visibilidade reduzida dificulta a identificação de obstáculos, como ondas fortes, buracos, rochas submersas e objetos flutuantes. Animais marinhos, como águas-vivas e peixes venenosos, também são mais difíceis de detectar no escuro. Outro grande risco noturno é a dificuldade de perceber as correntes de retorno, conhecidas como valas, responsáveis por grande parte dos afogamentos. Sem a iluminação natural, a identificação desses fenômenos se torna praticamente impossível, aumentando as chances de acidentes”
Além disso, a ausência de pontos de referência visuais pode comprometer a noção de profundidade e distância, fazendo com que os banhistas se afastem da margem sem perceber. Por isso, o CBMERJ reforça a recomendação de evitar o banho de mar à noite e, em caso de emergência, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
*Com informações do Ministério da Saúde e SOBRASA
Veja também: