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Ainda Estou Aqui, filme brasileiro com Fernanda Torres e Selton Mello, é ovacionado por 10 minutos no Festival de Veneza

Filme ganha primeiro trailer, mas segue sem previsão de estreia no Brasil

Foto: Alile Dara Onawale / Divulgação
Foto: Alile Dara Onawale / Divulgação

Mariana Machado especial para o Diário

O longa dirigido por Walter Salles foi exibido no Festival de Veneza neste fim de semana, e é o único filme brasileiro que concorre ao Leão de Ouro. Os atores principais, Fernanda Torres e Selton Mello, estavam presentes na noite de estreia junto ao diretor, e foram ovacionados por 10 minutos após a exibição do filme, no Salão Grande.

O trailer divulgado nesta segunda-feira (02), não mostra muito da história, mas foca na força e na firmeza da personagem principal, interpretada por Fernanda Torres, mãe de cinco filhos que busca saber o que aconteceu com seu marido, após ele ser levado pela polícia na época da Ditadura Militar.

Ainda Estou Aqui é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que narra um drama ambientado durante a ditadura militar brasileira, a partir do relato do filho sobre a perspectiva da mãe, que busca a verdade sobre o marido desaparecido, Rubens Paiva, ex-deputado federal que foi sequestrado por agentes da ditadura militar em 1971. O diretor, Walter Salles, passou 7 anos se dedicando ao filme. Ele conheceu a família Paiva na juventude e frequentou a casa no Rio de Janeiro onde os militares invadiram e levaram Rubens pra nunca mais retornar.

O papel de Eunice Paiva é interpretado também por Fernanda Montenegro, que interpreta a fase mais velha da personagem. Mas é a atuação de Torres que tem ganhado destaque na crítica internacional, dando esperanaças de que o filme e a atriz cheguem ao Oscar, 25 anos depois da indicação de sua mãe, por Central do Brasil.

O ScreenDaily celebrou o trabalho de Torres no filme, dizendo que ela é a espinha dorsal da produção. "Salles nunca se excede nas batidas emocionais do filme, confiando na atuação magnífica e excepcionalmente detalhada de Torres para dirigir a história", afirma Wendy Ide. Jessica Kiang, da Variety, elogiou a forma como o filme conta a história, alternando entre dois momentos no tempo. "Clássico na forma mas radical na empatia, ele não precisa das seções seguintes que de alguma forma mudam o ritmo emocional. Por outro lado, estes personagens são tão vívidos que não queremos deixá-los", escreveu a jornalista.

O filme terá distribuição da Sony Pictures para os cinemas brasileiros. Ainda Estou Aqui é uma coprodução entre Brasil e França, original Globoplay, produzido por VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com ARTE France e Conspiração.

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