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domingo, 28 de setembro de 2025


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Alunos da Escola de Música Santa Cecília apresentam “Devaneios”

A produção integra o projeto Arte Diversa e aborda questões femininas com entrada gratuita no Teatro Reynaldo Chaves

Alunos da Escola de Música Santa Cecília apresentam “Devaneios”
Alunos da Escola de Música Santa Cecília apresentam “Devaneios”

A Escola de Música Santa Cecília, tradicional instituição cultural de Petrópolis com mais de 130 anos de história, apresenta neste domingo, 28 de setembro, às 15h, o espetáculo teatral “Devaneios”, encenado pelos alunos do curso de teatro da instituição. A peça, com classificação livre e entrada gratuita, será realizada no Teatro Reynaldo Chaves, localizado nas dependências da escola.

O projeto “Devaneios” faz parte da programação do projeto Arte Diversa, contemplado pelo Fundo Municipal de Cultura, promovido pelo Instituto Municipal de Cultura de Petrópolis. O Arte Diversa é uma iniciativa que visa fomentar a produção artística local, oferecendo apoio financeiro e logístico a projetos culturais que contribuem para a valorização da cultura da cidade e da região.

A Escola de Música Santa Cecília, reconhecida como Ponto de Cultura, desempenha um papel fundamental na promoção e difusão da cultura em Petrópolis. Ser um Ponto de Cultura significa que a instituição é reconhecida pelo Ministério da Cultura e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro como um espaço que desenvolve atividades culturais de relevância social, educativa e artística, contribuindo para a formação de público e para o fortalecimento da identidade cultural local.

A presidente da Escola de Música Santa Cecília, Janine Meirelles, destaca a importância de sediar eventos como o espetáculo “Devaneios”: “Oferecer espaço para que artistas da cidade e da região se apresentem é parte essencial do processo de um Ponto de Cultura. O palco é onde o artista deve estar.”.

O espetáculo “Devaneios” propõe uma reflexão sobre questões femininas, abordando temas como a percepção da mulher sobre si mesma, os padrões impostos pela sociedade e a busca por identidade própria. A narrativa é conduzida pela personagem da psicóloga, que observa padrões recorrentes nas experiências femininas e desmistifica reduções simplistas que tratam a mulher apenas em função de relacionamentos amorosos ou estereótipos. “’Devaneios expõe as fissuras entre o que esperam das mulheres e o que elas realmente são. Um retrato cru de dores silenciadas, escolhas difíceis e a resistência de existir em um mundo que transforma a vida delas em espetáculo”, detalhou Mariana Dias, autora do texto.

A professora de teatro Christiane Carvalho, responsável pela direção do espetáculo, ressalta o empenho dos alunos: “Eles se prepararam muito, e a apresentação vai ser uma delícia. O público pode esperar uma apresentação profissional.”.

A peça é estruturada em oito cenas e ada cena conta com elementos cênicos pensados para potencializar a narrativa, como caixas, espelhos, cadeiras, mesas, microfone, figurinos e objetos que complementam a história e os personagens.

O Teatro Reynaldo Chaves abrirá suas portas ao público às 14h30, com acesso por ordem de chegada e capacidade limitada a 120 lugares. Até o fim do ano, a Escola mantém uma agenda de apresentações gratuitas, consolidando-se como referência na difusão e valorização da cultura em Petrópolis.

Mais informações podem ser obtidas de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, na Escola de Música Santa Cecília, à Rua General Osório, 192 Centro, pelo telefone e WhatsApp (24) 2242-2191, no Instagram @emusicasantacecilia ou no Facebook @santaceciliapetropolis.

SERVIÇO

Escola de Música Santa Cecília

Rua General Osório, 192

(25620-160) Centro, Petrópolis RJ

Google Maps: https://goo.gl/maps/y3euNmLBzsfcwtXv8

Telefone/ Whatsapp: (24) 2242-2191

Instagram: @emusicasantacecilia ( https://www.instagram.com/emusicasantacecilia/ )

Facebook: @santaceciliapetropolis ( https://www.facebook.com/santaceciliapetropolis )

SOBRE A ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA

A Escola de Música Santa Cecília, foi fundada em 16 de fevereiro de 1893, pelo professor de música João Paulo Carneiro Pinto, pernambucano talentoso e músico conhecido por sua excelência, atestada por uma das suas premiações, a “Medalha de Ouro” do Conservatório de Música do Rio de Janeiro. O professor, trazido para Petrópolis pela Família do Barão Araujo, que venerava Petrópolis, assim como outras tantas famílias que tinham a cidade como refúgio do calor e dos problemas de saúde que enfrentavam na então capital do Brasil, Rio de Janeiro.

Além disso, com a industrialização, na última década do século XIX, Petrópolis atraiu trabalhadores do exterior, como também de todo país, estabelecendo uma união estreita da cidade com os mineiros imigrantes, através do trem de ferro. A República, recém instaurada, sofria pressões políticas, e a Revolta da Armada contra o governo de Floriano Peixoto feria a paz, estando decidida a mudança da capital do Estado do Rio de Janeiro para Petrópolis. Os verões alegres da cidade, a tranquilidade, o ambiente saudável, a garantia de emprego, tornaram-se atrativos para uma nova população que pouco a pouco integrou-se aos colonos alemães.

Por causa de toda esta ebulição, o músico João Paulo Carneiro Pinto, abandonou a vida carioca, fixou residência em Petrópolis, onde inaugurou um ensino de música para 34 crianças bem dotadas musicalmente e, principalmente, sem recursos, na escola que leva o nome da padroeira da música, Santa Cecília. Passando de um prédio a outro de doações e subvenções do poder público e do empresariado, a Escola foi inicialmente acolhida no Hotel Bragança, que nada cobrava do maestro.

A escola de Paulo Carneiro tornou-se presença obrigatória em toda a vida cultural e festiva de Petrópolis, não só pelo ensino como pela orquestra, participante efetiva de todas as festividades públicas e particulares. A extraordinária e muito respeitada figura do maestro foi presença marcante na vida petropolitana. Ao falecer, a 10 de Setembro de 1923, seu último pedido a amigos e devotados auxiliares: Não deixem morrer a minha Escola!

Na manhã de 23 de Setembro de 1923 reuniram-se esses amigos com Sanctino Carneiro, filho do maestro, que abriu mão de todos os bens do pai representados por instrumentos musicais e a própria escola iniciando a organização da sociedade civil, hoje conhecida como a Escola de Música Santa Cecília.

De prédio em prédio, a sociedade adquiriu, por fim, uma pequenina casa na rua Marechal Deodoro, número 192, esquina da Rua Marechal Deodoro com a Rua General Osorio, onde se instalou com cursos musicais, abrindo seu salão para atividades artísticas em geral, que abrigavam também um cine-teatro. Graças a uma campanha sólida de arrecadação junto à população petropolitana, em 1950 o pequeno prédio foi demolido e as obras começaram. Durante o período de construção, a escola funcionou no Palácio de Cristal. Cinco anos depois, em 1955 foram inaugurados o Edifício Paulo Carneiro e o Teatro Santa Cecília, consolidando o sonho do Maestro Paulo Caneiro.

Dentre as centenas de alunos, professores e dirigentes, que passaram por seus bancos escolares e administrativos, destacam-se três notáveis personalidades musicais, todos petropolitanos natos, representantes de três fases da Escola: da primeira (século XIX), a pianista Magdalena Tagliaferro, aluna do maestro Paulo Carneiro; da segunda (primeira metade do século XX), o maestro, pesquisador e compositor César Guerra-Peixe; e da terceira (segunda metade do século XX), o maestro, compositor e pesquisador Ernani Aguiar.

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