Motivação ainda não foi esclarecida, mas a Secretaria de Educação afirmou estar acompanhando o caso
Larissa Martins
Na manhã dessa quinta-feira (27), por volta de 10h30, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender uma ocorrência de salvamento na Escola Municipal Johann Noel, no Bingen. O caso envolveu sete alunos do 7° ano, que utilizaram lâminas de barbear dentro da escola para se automutilar. O motivo ainda não foi esclarecido.
Segundo informações dos bombeiros, os estudantes ficaram feridos levemente após o incidente. Todos foram encaminhados ao Hospital Municipal Dr. Nelson de Sá Earp (HMNSE): três pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e quatro pelos Bombeiros.
Em comunicado enviado aos pais e responsáveis, a diretoria da escola informou:
“Srs. Responsáveis, tivemos uma ocorrência na escola com alguns alunos da turma 701. Os responsáveis foram convocados e a situação encaminhada para os órgãos competentes”, avisou a unidade.
A Secretaria de Educação informou em nota que “O incidente acontecido hoje na escola foi acompanhado desde o primeiro momento pela equipe da secretaria de Educação. Os alunos tiveram ferimentos leves e está sendo apurado o motivo. Foram acionados o conselho tutelar e autoridades competentes que acompanham o ocorrido. Os responsáveis dos 7 alunos estiveram na escola, onde receberam todo o apoio e orientações necessárias. Os alunos envolvidos foram encaminhados para uma unidade de saúde para o cumprimento dos protocolos necessários. A direção da unidade escolar está acompanhando junto aos responsáveis o melhor encaminhamento para os alunos. Todos os estudantes já estão em casa”.
A Secretaria ainda reforça que possui um núcleo de psicologia, que mantém permanentemente programas de apoio às questões socioemocionais.
“Além disto, todas as escolas da rede municipal possuem câmeras de monitoramento e botão de pânico para resolução rápida de ocorrências”, concluiu.
Bullying em colégio particular
Recentemente, um caso parecido foi registrado em um colégio particular da cidade, chamando a atenção das autoridades. De acordo com informações veiculadas nas redes sociais, um aluno de 13 anos teria sido ameaçado e induzido à automutilação, por um colega de turma, em grupos de WhatsApp dos estudantes. Além disso, o agressor teria exposto informações privadas de sua família em outro grupo de mensagens, prática conhecida como doxxing.
Investigação
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis, instaurou um inquérito civil para apurar a conduta da unidade em relação a prática de bullying. Porém, não houve retorno quanto às ações implementadas pela direção escolar para coibir a prática entre seus estudantes. Então, na última semana, foi ajuizada uma ação civil pública para que o colégio adote medidas de combate.
Ainda segundo a ACP, após ser consultado sobre protocolos de medidas de proteção à violência na unidade, o colégio informou que, ao receber a denúncia, “convocou os pais do aluno que teria sido responsável pelo bullying e reforçou internamente o processo de conscientização do uso responsável das redes sociais junto aos seus alunos”.
Um dos trechos da ação destaca que "é nítido que o silêncio da escola em relação ao bullying, além de infringir determinação legal, acaba contribuindo para potencializar a prática. Nessa seara, é lícito afirmar que a omissão ou leniência da escola acaba por gerar um ambiente de impunidade, contribuindo para que os infratores se sintam à vontade para praticar as intimidações.”
A 105ª Delegacia de Polícia, no Retiro, também está investigando o caso.
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