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Alzheimer: psiquiatra explica doença abordada no Fevereiro Roxo

Estimativa diz que há 100 mil novos casos por ano no Brasil

Foto: Reprodução
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Mariana Machado - estagiária

A doença de Alzheimer, uma das abordadas pelo Fevereiro Roxo, é um transtorno neurodegenerativo progressivo, que atinge diretamente o cérebro, e compromete a memória e funções cognitivas do indivíduo de forma crônica e progressiva.

No Brasil, em 2023, a doença afetava 1,2 milhão de pessoas, e a estimativa era de que haveria 100 mil novos casos por ano. Mundialmente, o Alzheimer representa cerca de 70% dos casos de Demência.

O psiquiatra, Dr. Eduardo Birman, explica que a doença ocorre por conta de “erros no processamento de algumas proteínas do Sistema Nervoso Central (SNC), que causam toxicidade ou não exercem sua função adequada nos neurônios, causando a morte deles.

A doença ainda não tem cura, mas hoje são conhecidos diversos meios para melhorar a qualidade de vida da pessoa, retardando o avanço da doença”.

Questionado se há meios de prevenir a doença, ele conta que pesquisas sugerem que algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco ou retardar o desenvolvimento do Alzheimer, como:

Exercício físico regular: A prática de atividade física regular pode ter um efeito protetor contra o Alzheimer. O exercício ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo e a oxigenação do cérebro, promovendo a saúde cognitiva.

Dieta saudável: Uma alimentação equilibrada e nutritiva pode ter um impacto positivo na saúde cerebral. Dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes, nozes e azeite de oliva. Evite alimentos processados, ricos em gorduras saturadas e açúcares.

Estimular a mente: Praticar atividades que estimulem o pensamento, como leitura, jogos de palavras, quebra-cabeças, aprender uma nova habilidade ou estudar algo novo.

Manter uma vida social ativa: O envolvimento social regular tem sido associado a um menor risco de desenvolver Alzheimer. Busque interações sociais significativas com amigos, familiares, grupos comunitários ou participação em atividades em grupo.

Dormir bem: A qualidade do sono desempenha um papel importante na saúde em geral. Tente estabelecer uma rotina de sono regular, crie um ambiente propício ao descanso e evite hábitos que possam prejudicar o sono, como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir.

Cuidar da saúde cardiovascular: Fatores de risco cardiovascular, como pressão alta, diabetes, colesterol alto e obesidade, também podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer. Portanto, é importante controlar esses fatores por meio de uma dieta saudável, exercícios regulares e acompanhamento médico adequado.

Diminuir o estresse: O estresse crônico pode ter um impacto negativo na saúde mental. Aprenda técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação, yoga, respiração profunda ou qualquer outra atividade que promova o relaxamento e o bem-estar.

“É importante lembrar que essas ações podem ajudar a promover a saúde cerebral e reduzir o risco de desenvolver o Alzheimer, mas não garantem a prevenção completa. Consulte sempre um profissional de saúde para obter orientações personalizadas e informações atualizadas sobre a prevenção do Alzheimer”, orienta o médico.

Ainda segundo o especialista, o principal fator de risco para a doença é genético, logo, conhecer o histórico familiar é fundamental. “Mas também existem os fatores conhecidos como modificáveis que são: hipertensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo e inatividade intelectual, depressão, tabagismo, baixa escolaridade, e alimentação. A eliminação desses fatores de risco pode levar a uma redução de até 30% na incidência de demência, mesmo naquelas pessoas que possuem histórico familiar da doença”.

Além disso, a detecção precoce da doença é considerada muito importante para a manutenção ou melhora da qualidade de vida do paciente. “Em termos de medicamentos, atualmente só temos medicações que retardam a progressão da doença”, ressalta o psiquiatra.

Quanto à ajuda que familiares podem oferecer àqueles que têm a doença, o Dr. Eduardo Birman aconselha que sejam pacientes, “criando um ambiente seguro, procurando estimular a memória, permitindo a autonomia até quando for possível, criando rotinas e compartilhando os cuidados da pessoa adoecida com outras pessoas para evitar o conhecido desgaste do cuidador”.

Os estágios da doença são: inicial, moderado, grave e terminal. Mas o especialista explica que não há exatamente um consenso, mas os termos são utilizados para uma melhor comunicação com os familiares e cuidadores. “Esses estágios estão na dependência da gravidade dos sintomas apresentados”, reforça.

Os principais da doença são: alterações na memória recente, de fixação e na memória de evocação de fatos novos; mudanças ou exacerbação da personalidade, nas habilidades visuais e espaciais; com a evolução começam a surgir dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, resistência à execução de atividades cotidianas, agitação, insônia e, às vezes até delírios e alucinações.

Para o psiquiatra, “Toda campanha de conscientização sobre prevenção e cuidados é importante! Prevenir e melhorar a qualidade de vida deveriam ser sempre a prioridade nos cuidados”, conclui.

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