Na última quarta-feira (05), a nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, nomeou a desembargadora petropolitana Andréa Pachá, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), para atuar como secretária-geral da Presidência da Corte Eleitoral. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União.
A magistrada do TJ-RJ já havia coordenado, em maio, a equipe de transição da Presidência do TSE.
Em março deste ano, durante julgamento sobre candidaturas laranjas de mulheres, Cármen Lúcia comentou sobre o machismo e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para ocupar cargos de poder.
Os senhores homens, pelo menos nesta bancada, tiveram facilidades que eu não tive e nem tenho. Isso não me desanima de ser juíza brasileira. Isso me faz mais comprometida e responsável com outras que eu não estou vendo. Não se preocupe, mulher só desanima quando não está disposta mesmo, afirmou a ministra na ocasião. Vida de uma mulher para chegar a qualquer cargo não é fácil, destacou a magistrada.
Andréa Pachá
Nascida em Petrópolis, a desembargadora formou-se em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em 1985 e ingressou na Magistratura em 1994. Atuou em Varas de Família e Órfãos e Sucessões em Petrópolis e na Capital. Foi auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça, conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ouvidora do TJ-RJ e vice-presidente da AMAERJ e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Foi promovida a desembargadora em 2021.
Seus anos de atuação em julgamentos de inventários, testamentos e curatelas permitiu-lhe reunir um farto material humano, que culminou no livro Velhos são os outros, lançado pela Intrínseca em 2018.
Com talento singular para transformar vivências no tribunal em ficção, Pachá é também autora de A vida não é justa e Segredo de justiça, ambos publicados igualmente pela Intrínseca. Seus livros deram origem à série Segredos de justiça, exibida no Fantástico. Antes da magistratura, a autora foi roteirista e produtora de teatro, tendo trabalhado com os diretores Rubens Correa, Amir Haddad, Aderbal Freire-Filho e Luiz Arthur Nunes.
Em 2021, lançou pela Agir Sobre feminismos, obra que reúne a conversa elucidativa e descontraída estabelecida entre Pachá e Vilma Piedade durante a pandemia. No livro, elas propõem uma rica reflexão sobre a luta antirracista, o envelhecimento, a maternidade e a solidão, proporcionando um interessante debate sobre interseccionalidades.
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