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Angélica Paes: de funcionária da Comdep a escritora

Será homenageada nesta terça no Liceu M. Carlos Chagas Filho

Foto: Divulgação
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Lucas Klin - especial para o Diário

O Liceu M. Carlos Chagas Filho, localizado em Petrópolis, atende atualmente cerca de 400 alunos do Ensino Fundamental II, tanto no formato regular quanto na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com atividades nos turnos da manhã, tarde e noite. A instituição se destaca por seus projetos institucionais voltados para o antirracismo e a sustentabilidade, contando com a parceria da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) para a coleta seletiva de resíduos.

A escola é uma das poucas na cidade a receber o selo de Escola Antirracista, refletindo seu compromisso com a inclusão e a igualdade. Acreditando que o bem-estar dos alunos é fundamental para a aprendizagem, o Liceu tem investido em espaços diferenciados. No início do ano, foram inauguradas salas dedicadas às disciplinas de Ciências, História e Geografia. Além disso, está em fase de montagem um espaço de convivência no hall de entrada, e a mais recente adição será a Sala de Leitura.

A Sala de Leitura, idealizada pela Orientadora Escolar Carolina Pazos, é um projeto sonhado pela equipe e prestará homenagem à autora negra petropolitana Angélica Paes. A programação da sala incluirá leituras sobre mulheres negras, autores nordestinos e clássicos infantojuvenis. A inauguração, marcada para esta terça-feira, 3 de setembro, às 8h, contará com a reprodução de obras de artistas plásticos negros, realizadas pelas crianças sob a orientação da professora de Arte Virgínia Olímpio. Um café colonial será oferecido para recepcionar os convidados.

Angélica Paes é um exemplo de superação e talento reconhecido internacionalmente. Residente de Petrópolis, ela enfrentou desafios como dislexia e TDAH, aprendendo a ler apenas aos nove anos. Entre suas obras estão A menina que não podia ser escritora por ser negra, Menina solitária, a escuridão no interior, Periféricas e O dia a dia em forma de poesia. Além de sua carreira literária, Angélica está envolvida em projetos sociais, como a biblioteca social periférica que leva seu nome.

Em março de 2023, Angélica foi homenageada no Salão de Genebra, na Suíça, onde recebeu o Prêmio Talentos Helvéticos Brasileiros. Ela também foi nomeada para a Academia Independente de Letras (AIL) em dezembro do mesmo ano e recebeu o Prêmio Minas Gerais de Saberes em 2024. Angélica destaca a importância desses eventos para a divulgação de suas obras e a aproximação com os leitores. Amo estudar, amo ler e escrever, pois o estudo e a leitura fortalecem a mente. Procuro viver meus sonhos e nunca desistir deles; procuro passar para meus leitores viverem os sonhos de Deus e nunca desistirem dos seus sonhos, comenta a autora.

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