Mauro Peralta - médico e ex-vereador
Anistia vem do grego amnistia, que significa “esquecimento”. O termo era usado na Grécia Antiga para designar o perdão oficial a crimes políticos, como forma de restaurar a paz civil após conflitos. Um dos primeiros registros foi a anistia decretada por Atenas em 404 a.C., após a derrubada dos Trinta Tiranos.
Não podemos continuar com um país dividido, governado por um presidente inculto que tenta extrair proveito eleitoral da crise e não hesita em colocar cidadãos uns contra os outros. Precisamos de um mandatário que compreenda que deve governar para todos, inclusive para aqueles que não o escolheram nas urnas.
Não é admissível conviver com decisões monocráticas de um ministro do Supremo Tribunal Federal que acusa, julga e condena, comportando-se como se estivesse acima de tudo e de todos. Não podemos aceitar um presidente que evita negociar com o presidente dos Estados Unidos por medo de ser humilhado, enquanto corremos o risco de perder milhares de empregos e empresas produtivas.
A briga entre os poderes, como a ocorrida no Congresso nesta semana, é outro sintoma preocupante. Como pode 41 senadores, que representam a maioria, não conseguirem pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes? Como pode a maioria dos deputados não conseguir aprovar o fim das decisões monocráticas, do foro privilegiado e a própria anistia? É inconcebível que onze ministros, sem um único voto popular, possam derrubar decisões do Parlamento, eleito diretamente pelos brasileiros.
Passou da hora da mudança. Faço um apelo para que os governadores de direita e centro-direita (Tarcísio de Freitas de São Paulo, Romeu Zema de Minas Gerais, Ronaldo Caiado de Goiás e Ratinho Junior do Paraná), deixem de lado as vaidades, pensem no Brasil e se unam em torno de um único nome. Todos os quatro são bem avaliados e têm condições de salvar o país, desde que caminhem juntos.
A nós, eleitores, já que não existe recall de políticos, resta aprender a votar em quem não teme enfrentar o sistema. Caso contrário, continuaremos deitados à espera do “país do futuro” que nunca chega.