Vacinas contra a dengue e chikungunya estão disponíveis nas 16 salas de imunização do município
Mariana Machado - estagiária
Em Petrópolis, a dengue tem registrado queda na incidência do vírus comparado ao mesmo período do ano passado. Entretanto, a Chikungunya e a febre oropouche apresentaram aumento no município.
O infectologista e professor da UNIFASE/FMP, Luís Arnaldo Magdalena, ressalta que as arboviroses são infecções causadas por vírus transmitidos aos humanos através de picadas de insetos. A mais comum é a dengue, que vem apresentando queda de casos no município após um período de muitos casos no ano passado.
O especialista ressalta que a melhor maneira de se prevenir dessas infecções é evitar a proliferação desses insetos. Com isso, reforça que evitar água parada, manter as calhas limpas e os vasos de plantas protegidos são essenciais para conter os casos e a proliferação dos mosquitos. “Qualquer situação onde possa ocorrer a proliferação do mosquito transmissor deve ser evitada”, completa.
De acordo com a Prefeitura de Petrópolis, são realizadas visitas domiciliares constantes para identificar e acabar com possíveis focos do mosquito, e há sempre um reforço nos bairros com maior número de casos.
Dengue
No país, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti, e tem como principais sintomas febre, dor de cabeça, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o período sazonal da dengue em Petrópolis registrou, de outubro a dezembro de 2023, 36 casos prováveis da doença, somados a 7.409 registrados entre janeiro e maio de 2024, o que chega a 7.445 casos durante o período de maior incidência. Enquanto outubro a dezembro de 2024 registrou 13 casos, e 2025, até maio, registrou 150, chegando a 163 casos, ou seja, 2,02% dos casos registrados no mesmo período do ano anterior.
De janeiro deste ano até esta segunda-feira (14), foram registrados 160 casos da doença em Petrópolis. No estado, são 28.192 casos, e 13 óbitos. Em todo o ano passado, foram registrados 7.728 casos e 20 óbitos em Petrópolis, enquanto que no estado foram 302.425 casos e 233 óbitos pela doença.
Chikungunya
No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) é, assim como a dengue, o Aedes aegypti. Os principais sintomas da doença envolvem febre, dores intensas nas articulações, dor de cabeça, entre outros.
Os casos de Chikungunya tem apresentado um aumento progressivo em Petrópolis. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram registrados 03 casos em 2023, 16 no ano passado, e 40 até a metade de julho deste ano. Nenhum óbito foi registrado pela doença no município.
No estado, houve 1.460 casos em 2023, além de um óbito, e no ano seguinte 4.661 casos e seis óbitos. Até a metade de julho deste ano, foram registrados 1.604 casos e quatro óbitos, enquanto o mesmo período do ano passado registrou 4.004 casos e cinco óbitos, o que evidencia uma queda de cerca de 60% nos casos do vírus no Rio de Janeiro.
Febre Oropouche
Outra arbovirose que apresentou aumento em Petrópolis é a febre oropouche, cujos sintomas são parecidos com os da dengue, e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo inseto popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Em 2024, foram registrados 10 casos da febre em Petrópolis, enquanto até a metade de julho de 2025, já foram registrados o triplo desse número, chegando a 30 casos.
O estado também apresentou aumento da doença, saindo de dois casos em 2023, para 163 no ano passado, e 2.460 em 2025. Além disso, este ano é o primeiro a registrar óbitos pelo vírus no estado, com quatro mortes.
Sobre os aumentos nos casos de oropouche e Chikungunya, o infectologista Luís Arnaldo ressalta que “esse aumento de casos foi pontual, então não se trata de uma epidemia”.
Zika e febre amarela
A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, pode apresentar quadro clínico variável, desde manifestações brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas.
O vírus atingiu, no estado, oito pessoas neste ano até o momento, e apenas uma pessoa no ano passado. Não há casos em Petrópolis.
Já a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
Entretanto, não foram registrados casos do vírus no estado do Rio de Janeiro.
Vacinas
As vacinas são essenciais para o controle de casos desses vírus, e indicadas pelos profissionais e secretarias de saúde. Entretanto, ainda não há imunizantes contra todas as arboviroses.
No caso da Chikungunya, uma vacina do Instituto Butantan foi aprovada recentemente pela Anvisa. O imunizante, de dose única, será indicado para a prevenção da doença em pessoas com 18 anos ou mais, que estejam em risco aumentado de exposição ao vírus.
Ainda não há vacinas disponíveis para a Zika e Febre Oropouche. Entretanto, testes de uma nova vacina contra o Zika vírus mostraram resultados positivos em camundongos neste mês. O imunizante desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo, e apresentou a capacidade de induzir a resposta imune contra o patógeno e ainda protegeu os roedores de danos cerebrais e testiculares associados à infecção viral.
As vacinas contra a dengue e Chikungunya estão disponíveis nas 16 salas de vacinação do município. São elas: Centro de Saúde Coletiva; UBS Quitandinha; UBS Retiro; Centro de Saúde Itamarati; UBS Alto Independência; UBS Mosela; UBS Morin; UBS Itaipava; UBS Pedro do Rio; UBS Araras; UBS Bairro da Glória; UBS Vicenzo Rivetti; ESF Posse; ESF Alto da Serra; Ambulatório Escola FMP/FASE; Ambulatório Alcides Carneiro.
Veja também: