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Área devastada por incêndios bate recorde em 2024: 877 hectares

É a maior área destruída pelo fogo registrada pelo MapBiomas desde 2019 e mais que o dobro na comparação com 2023

Foto: Arquivo
Foto: Arquivo

Rômulo Barroso - especial para o Diário

Petrópolis teve 877 hectares de área destruídos por incêndios em 2024, de acordo com o "Monitor do Fogo", acompanhamento feito pela ONG MapBiomas. É a maior área destruída pelo fogo na cidade desde que o monitoramento começou a ser feito, há seis anos. Os números foram divulgados nessa quarta-feira (22/01). O resultado não é para menos, já que o ano passado foi marcado por um alto número de incêndios florestais.
O Diário mostrou na semana passada que o município teve 376 incêndios florestais registrados pelo Corpo de Bombeiros ao longo de 2024, um aumento de 136% na comparação com 2023, quando houve 159 chamados. O ano de 2024 também ficou à frente dos dois anos anteriores (202 em 2022 e 198 em 2021).

As sucessivas ondas de calor e a seca severa enfrentadas em todo país no ano passado também se apresentaram em Petrópolis e ajudam a explicar o aumento de ocorrências de incêndios e da área devastada. Tanto que a maior parte da destruição ocorreu nos meses de agosto (385 ha) e setembro (350 ha), auge da crise dos incêndios em todo país.

A ação criminosa é outro fator que contribui para esse aumento.

Antes de 2024, o ano com maior área devastada havia sido em 2020, com 721 hectares. Isso significa que o ano passado teve um resultado 21,6% pior. Em 2023, foram 415 hectares destruídos - o que representa uma alta de 111%. Confira a área devastada a cada ano:
2019 - 537 ha / 2020 - 721 ha / 2021 - 178 ha / 2022 - 580 ha / 2023 - 415 ha / 2024 - 877 ha.

Maior parte da área de degradada eram terras agrícolas

Dos 877 hectares destruídos no ano passado, 716 hectares eram de áreas usadas pela agropecuária (81,6%). Desses, 501 hectares eram pastagens e 215 hectares são áreas onde não há um uso específico (são chamados de "mosaicos de uso"). Além disso, 90 hectares são de "vegetação herbácea e arbustiva" e 69 hectares de floresta.

Crescimento de quase 80% de área queimada no país

Em todo país, 30,8 milhões de hectares foram queimados em 2024, uma área maior, por exemplo, que o território da Itália. Também é a maior área devastada já registrada pelo Monitor do Fogo nos seis anos de observação.

Para o MapBiomas, os fatores climáticos estão associados ao fenômeno do "El Niño", que atuou com intensidade de moderada a forte entre 2023 e 2024. A ONG ressalta que a baixa umidade deixou a vegetação mais suscetível à ação do fogo.

"O ano de 2024 destacou-se como um período atípico e alarmante do fogo no Brasil, com um aumento expressivo na área queimada em quase todos os biomas, afetando especialmente as áreas florestais, que normalmente não são tão atingidas. Os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado", diz a diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar.
No Rio, 56 mil hectares foram devastados. Petrópolis é o 16º município com maior área queimada no estado.

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