Ainda não há laudo técnico sobre os problemas estruturais existentes na ponte do Arranha-Céu, na ligação entre a BR-040 e a Estrada União e Indústria, em Itaipava. São esperados dois laudos sobre a situação da ponte: da empresa Concremat, contratada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Terrestres (DNIT), e da Secretaria de Defesa Civil de Petrópolis. Estima-se que o estudo em realização pela empresa Concremat, que participa de obras do DNIT na União e Indústria, será concluído em 30 dias, determinando quais são os problemas existentes, o limite de peso dos veículos que podem utilizar a ponte e que providências deverão ser tomadas
As informações constam da ata de nova audiência na 1ª Vara Federal de Petrópolis, realizada na última segunda-feira (dia 24), relacionada ao processo que trata da recuperação e manutenção da Estrada União e Indústria, pelo governo federal. Da audiência, coordenada pelas promotoras federais Vanessa Seguezzi e Luciana Gadelha, e com a presença do vice-presidente da NovAmosanta (associação de defesa de Itaipava e região dos distritos de Petrópolis), teve a presença do presidente da CPTrans, Luciano Moreira, do representante do DNIT, Fernando Corrêa, e ainda de representantes da ANTT e Polícia Rodoviária Federal. O representante do DNIT, Fernando Corrêa, informou que a recuperação da ponte foi incluída no Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte), mas ainda não está decidido se a obra de recuperação da ponte será tratada como obra emergencial, para sua recuperação.
As condições precárias da ponte foram apontadas por técnicos do DNIT, em audiência anterior na Justiça Federal. A primeira providência, determinada pelo juiz César Manuel Grande Pereira, foi a instalação de equipamentos que impedissem a passagem de grandes carretas e caminhões pesados. Mas, a estrutura montada no local para proteger a ponte foi derrubada, segundo informou o presidente da CPTrans, Luciano Moreira. Ele anunciou que a Prefeitura instalará no local câmeras de videomonitoramento e aplicará multas aos responsáveis por veículos cujo peso exceda o limite imposto. O limite deve ser fixado em 10 toneladas. Inicialmente, a intenção era fixar o limite em três toneladas, mas isso excluiria os ônibus urbanos e até mesmo ambulâncias.
O representante do DNIT acrescentou que não é possível incluir a obra da ponte no contrato de recuperação da Estrada União e Indústria e que ainda não há cronograma de intervenções. E, também, não há decisão sobre a obra poder ser realizada pelo próprio DNIT, em regime emergencial. A Concremat, empresa contratada para atuar como supervisora na obra da União e Indústria, está realizando estudos técnicos, que devem estar prontos em cerca de 30 dias.
Os representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Carlos Frederico Peixoto e Simone Gleizer, informaram que a ponte do Arranha-Céu faz parte do Programa de Exploração de Rodovia (PER), como parte da concorrência pública para escolha de empresa que irá explorar o pedágio na BR-040. A licitação está marcada para o dia 30 de abril e a empresa vencedora deverá assinar o contrato de exploração no dia 15 de agosto. Neste caso, a concessionária da BR-040, segundo ele, terá obrigação contratual de realizar intervenções emergenciais em obras de arte especiais, em casos que comprometam a segurança.
Simone Gleizer apresentou aos participantes da audiência fotografias da ponte do Arranha-Céu, como parte das responsabilidades da empresa concessionária. Ela informou que há previsão de implantação de nova ponte no local, com duas faixas e outras melhorias, além de demolição da ponte atualmente existente. Mas, não sendo reconhecida a emergência para realização da obra, essas intervenções deverão ocorrer até o quinto ano da nova concessão. Questionada pelas representantes do Ministério Público, Simone Gleizer informou que nos trabalhos iniciais, que ocorrem nos primeiros 12 meses da concessão, podem ser identificadas necessidades de intervenções emergenciais nos casos que comprometam a segurança da rodovia. Disse também que há previsão de construção de um trevo, na altura do quilômetro 59 da BR-040, nas proximidades da ponte do Mangalarga, distante apenas um quilômetro da ponte do Arranha-Céu.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 14 de abril, às 14h, quando a CPTrans deverá apresentar ao Ministério Público Federal relatório sobre as providências tomadas para instalação de câmeras de videomonitoramento, cópia do relatório de vistoria realizada pela Defesa Civil, bem como documentação recebida do DNIT, inclusive do relatório elaborado pela Concremat, referentes à ponte do Arranha-Céu. As promotoras pediram também informações sobre a ponte do Castelo de Itaipava, que também apresenta problemas.
Já o DNIT se comprometeu a apresentar informações sobre a carga máxima admitida na ponte, cópia do laudo da Concremat, indicando esse peso e sobe medidas emergenciais a serem adotadas no local. O MPF fixou em 30 dias o prazo para que o DNIT apresente o projeto básico referente às obras de reconstrução, e medidas emergenciais a serem adotadas na ponte.
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