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Autoridades se manifestam contra campeonato de canto de pássaros

Campeonato Nacional Cobrap será realizado neste fim de semana em Itaipava

Foto: Divulgação
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Emanuelle Loli - estagiária

Neste fim de semana acontecerá um Campeonato Nacional Cobrap (Confederação Brasileira de Criadores de Pássaros Nativos), uma competição de canto de aves nativas, no Parque Municipal, em Itaipava. Por mais que seja um evento legalizado e que tenham cumprido todas as exigências legais, autoridades e sociedade estão se manifestando contra a realização do mesmo.

A Comissão de Proteção Animal e a Comissão de Meio Ambiente da OAB Petrópolis publicaram uma nota de repúdio contra o evento. “A prática de criar e manter pássaros em gaiolas representa uma afronta à dignidade animal, impondo-lhes uma vida de restrição e sofrimento psicológico, com comportamentos compulsivos decorrentes da falta de espaço e da ausência de sociabilidade própria da espécie. Tal realidade fere princípios éticos de respeito à vida e ao bem-estar dos animais. Além do aspecto de crueldade, eventos desta natureza estimulam a captura e o tráfico de animais silvestres, atividade ilegal e devastadora, que coloca em risco populações inteiras de aves na natureza e compromete o equilíbrio ecológico de nossos biomas. A retirada de espécies de seu habitat natural enfraquece a biodiversidade e agrava a crise ambiental que vivemos”, diz a nota.

O presidente da  Novamosanta, Carlos Eduardo Pereira, também se manifestou contra o evento em suas redes sociais. “Uma competição de canto de pássaros, mas em gaiolas faz todos da proteção animal refletirem o que simboliza isso. Primeiro, a contramão da história. Todo o trabalho que hoje os ambientalistas e protetores dos animais fazem é pelo respeito aos seus direitos, aos direitos dos animais, pelo respeito da liberdade, que é uma das características mais importantes”, disse.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que o torneio em questão cumpriu todas as exigências legais conforme a Lei Estadual n.º 6908, de 17/10/2014, com a redação atualizada pela Lei Estadual n.º 7.845 de 10/01/2018 e Lei Estadual n.º 9.541 de 10/01/22, assim como os critérios estabelecidos pela Resolução SEAPPA n.º 61 de 09/07/2024.

“Reiteraram que torneios de passeriformes são competições de canto entre aves nativas e exóticas, realizadas por associações de criadores amadores com autorização de órgãos ambientais, na qual só participam aves registradas e anilhadas. O órgão considera uma série de critérios sobre o local, as espécies que podem participar, questões de ordem sanitária e licenças. A prática é legalizada e não tem relação com rinhas”, disse o Inea.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que a organização do evento, que é particular, apresentou a documentação exigida.

Procurada, a organização do evento disse que “estamos amparados por todos os órgãos ambientais. O evento segue todos os protocolos e possui a licença dos devidos órgãos competentes. Temos federação e confederação a feepaerj e Cobrapp. O clube do Curió e Bicudo da cidade de Petrópolis possui licença ambiental e está unido ao Ibama-Inea ao combate ao tráfico de animais silvestres. Vivemos em uma sociedade onde todos têm direito de expressão onde a manifestação é um direito de cada cidadão. Assim como as leis também são para manter a ordem. Nossa resposta é não ao tráfico de animais silvestres. E nossa resposta é sim para juntos ao Ibama combatermos o tráfico de animais silvestres”, disseram.

Procuramos o patrocinador do evento, Petro Frutas, mas não tivemos retorno até o fechamento desta edição.

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