Bruna Nazareth
Em 2023, o Brasil registrou 21.856 homicídios de jovens entre 15 e 29 anos, o que representa uma média de 60 assassinatos por dia, segundo dados do Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De 2013 a 2023, foram contabilizados 312.713 homicídios de jovens, resultando na perda de 14.788.282 anos potenciais de vida, segundo o indicador de Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), que mede o impacto das mortes prematuras na população. Na segunda posição, aparecem os acidentes, responsável por 1.828.196 anos potenciais de vida perdidos, seguidos pelo suicídio, que totalizou 1.828.196 anos.
Entre os homicídios de jovens, a idade de 20 anos foi a que concentrou o maior número de anos de vida interrompido.
No município de Petrópolis, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) na categoria de homicídio doloso, foram registrados 8 mortes entre jovens de 15 a 29 anos em 2024, contra 16 vítimas em 2023. Quanto à tentativa de homicídio, na mesma faixa etária, foram 11 vítimas no ano de 2023 e 2024.
Amapá e Bahia lideram taxa de homicídio
Desde 2017, quando a taxa de homicídios entre jovens atingiu um pico de 72,4 mortes por 100 mil indivíduos, houve uma queda. Em 2023, o índice caiu para 47,0, uma redução de 6,2%.
Apesar da redução, em 2023, 17 estados registraram taxas acima da média nacional, que foi de 45,1 homicídios por 100 mil jovens. Os maiores índices foram observados no Amapá (134,5 por 100 mil jovens) e Bahia (113,7 por 100 mil jovens), números que representam mais de doze vezes a taxa de São Paulo, o estado com menor taxa registrada de letalidade juvenil (10,2). O estado do Rio de Janeiro registrou 58,8 por 100 mil jovens, ocupando a nona posição entre os estados com taxas superiores à nacional.
Em relação a variação percentual da taxa de homicídios de jovens, destacam-se os aumentos no Amapá (49,1%) e Mato Grosso do Sul (17,1%), seguidos pelo Rio de Janeiro que registrou 9,9%.
Homens jovens concentram maioria das vítimas
Entre 2013 a 2023, os homens foram os principais alvos dos homicídios entres jovens no Brasil, representando 94% das vítimas.
Em 2023, os estados com as maiores taxas de homicídio por 100 mil homens jovens foram Amapá (273,6), Bahia (220,6) e Pernambuco (154,2). O Rio de Janeiro aparece na nona posição, com 112,8 por 100 mil homens jovens.
Na variação percentual da taxa de homicídios, em 2023, o Amapá apresentou o maior aumento (56,4%), seguido por Mato Grosso do Sul (21,4%), Paraíba (13%) e Rio de Janeiro (11,1%).
Arma de fogo principal objeto
Ao longo dos onze anos de análise (2013-2023), as armas de fogo se destacaram como instrumentos responsáveis pela maior parcela de Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), retirando 12.069.987 anos da juventude brasileira, o que corresponde a 81,6% do total de APVP de homicídios. Em segundo lugar, vêm os homicídios cometidos com instrumentos perfurantes, que geraram 1.540.048 anos perdidos (10,4%), e os causados por objetos contundentes, que totalizaram 514.153 anos potenciais de vida perdidos, equivalente a 3,48% do total.
*Com informações do Atlas da Violência 2025
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