“Promover a amamentação é garantir futuros brilhantes, saudáveis e sustentáveis para nossas crianças e para a sociedade como um todo”, afirma pediatra
Mariana Machado estagiária
O Agosto Dourado é uma campanha de conscientização sobre a importância da amamentação maternal aos bebês, com o objetivo também de aumentar as taxas de aleitamento materno, conforme indicação da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A cor dourada foi estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera o leite materno um “alimento de ouro”.
A especialista em pediatria e transtorno do Desenvolvimento Infantil, com foco no autismo e TDAH, e consultora de amamentação, Dra. Rita Dimitriou, afirma que o aleitamento materno é um “verdadeiro alicerce” para a saúde do bebê e também da mãe. “Para os pequenos, o leite materno é um alimento completo, que contém tudo o que eles precisam nos primeiros meses de vida nutrientes, anticorpos, enzimas e hormônios. Ele fortalece o sistema imunológico, reduz o risco de doenças respiratórias, infecções, alergias e ainda promove o desenvolvimento neurológico”, ressalta.
Já para as mães, ela explica que a amamentação ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de hemorragias, diabetes tipo 2, câncer de mama e ovário, além de fortalecer o vínculo afetivo com o bebê. “Amamentar também libera ocitocina, o hormônio do amor, que traz bem-estar e auxilia no enfrentamento das demandas da maternidade”, completa.
A médica alerta para riscos devido à ausência da amamentação exclusiva nos primeiros meses, como infecções respiratórias e gastrointestinais, alergias, obesidade infantil, e atrasos no desenvolvimento cognitivo e emocional. “O leite artificial não consegue replicar os fatores de proteção presentes no leite materno. Quando o bebê não é amamentado, perde-se uma poderosa ferramenta de prevenção de doenças e promoção da saúde a longo prazo”, afirma.
O bebê deve ser alimentado exclusivamente com leite materno até os 06 meses de vida, e o aleitamento deve continuar até pelo menos os dois anos de idade, mesmo após a introdução alimentar, de acordo com a recomendação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. “Isso porque o leite materno continua oferecendo proteção imunológica, nutrientes essenciais e fortalecimento do vínculo mãe-bebê, mesmo após o primeiro ano de vida”, explica a Dra. Rita.
Petrópolis conta com o programa Amamenta Petrópolis, onde as mães podem amamentar seus filhos no próprio centro de Educação Infantil, ou podem fornecer leite ordenhado para que os educadores alimentem o bebê.
A abertura oficial do Agosto Dourado em Petrópolis será no dia 05, no Centro de Cultura Raul de Leoni, e conta com uma programação de palestras e roda de conversa com profissionais de saúde. No dia 23 de agosto, Dia D da campanha, será realizado um “mamaço” na Praça Dom Pedro reunindo mães da cidade e serviços de saúde para as mulheres. Algumas unidades de saúde também vão promover ações de conscientização.
Entretanto, algumas mães não podem ou não conseguem amamentar seus filhos, ou então o bebê não tem quem o alimente. Com isso, a doação de leite materno se mostra indispensável, principalmente aos bebês que estão internados e não podem ser amamentados pela mãe.
Para a médica, a doação de leite materno é um gesto de amor que salva vidas. “O leite humano doado é fundamental para bebês internados em UTIs neonatais, principalmente os prematuros, que têm o sistema imunológico muito frágil. Para esses bebês, o leite materno funciona como um verdadeiro remédio: reduz infecções, melhora o ganho de peso e reduz o risco de doenças graves como a enterocolite necrosante. Quando uma mãe doa leite, ela oferece uma chance real de sobrevivência e desenvolvimento saudável a outros bebês”.
Em Petrópolis, há dois pontos de coleta de leite materno: o Banco de Leite Humano do Hospital Unimed Petrópolis e no Hospital Municipal Alcides Carneiro.
O Banco de Leite Humano do Hospital Unimed Petrópolis é exclusivo para atender a UTI Neonatal da Unidade. Neste momento, informam que os estoques estão em dia. A equipe do Banco de Leite tem como rotina realizar ações de acolhimento às pacientes internadas, reforçando as estratégias de divulgação do serviço, a fim de buscar novas doadoras para a unidade.
Quem pode doar e como se cadastrar na Unimed?
Para ser doadora é preciso estar saudável, amamentando e produza mais leite do que o necessário para o seu bebê pode se tornar uma doadora. Basta entrar em contato com o Banco de Leite da Unimed Petrópolis pelo telefone (24) 2291-9846 de segunda-feira à sexta-feira, no horário de 08:00 às 11:00 ou 12:00 às 17:00 horas.
De acordo com a Unimed Petrópolis, este ano, o Banco de Leite teve um total de 64 doadoras até o mês de julho, e foram coletados e pasteurizados para distribuição em torno de 33 litros de leite materno pra distribuição aos recém nascidos e prematuros internados em nossa unidade hospitalar.
Quem pode doar e como se cadastrar no Hospital Municipal Alcides Carneiro?
Toda mulher que desejar doar o seu leite excedente, deve estar em fase de lactação, estar amamentando o seu bebê, ser saudável e não fazer uso de medicamentos que interfiram na amamentação. As mulheres que precisem suspender temporariamente o aleitamento materno diretamente no seio, devido à condição clínica do recém-nascido, também pode doar durante esse período.
Entrar em contato com o Banco de Leite Humano do Hac pelo telefone (24)2236-6634 ou pelo WhatsApp (24)98143-9904, para conseguir todas as informações necessárias.
Para a pediatra, o Agosto Dourado é mais do que uma campanha: é um movimento pela vida. “Ele simboliza o reconhecimento do leite materno como um bem precioso por isso a cor dourada e reforça o compromisso da sociedade com o início saudável da vida. Celebrar o Agosto Dourado é também cuidar do planeta: o leite materno é um alimento natural, renovável, sem embalagens, resíduos ou impacto ambiental. Em resumo, promover a amamentação é garantir futuros brilhantes, saudáveis e sustentáveis para nossas crianças e para a sociedade como um todo”, conclui Dra. Rita.
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