Setembro Verde alerta para a fila de transplantes no Brasil
Mariana Machado estagiária
A campanha Setembro Verde aborda a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e de tecidos no Brasil. A iniciativa busca sensibilizar a sociedade sobre o impacto desse gesto solidário que pode salvar milhares de vidas.
De acordo com o Sistema Nacional de Transplantes, vinculado ao Ministério da Saúde, existem 47.039 pessoas aguardando por um transplante de órgão. Destes, 43.625 dos pacientes esperam por um rim. Em segundo lugar está o fígado, com 2.323 pessoas na fila e, em terceiro, o coração, com 436.
Em todo o estado, 2.573 pessoas estão aguardando transplantes, sendo 2.374 delas para o de rim, 147 para fígado, 20 de coração, 11 para pâncreas+rim, 7 de pulmão e 5.311 para Córnea (tecido).
Os homens representam 58,6% dos pacientes do país e a principal faixa etária é de 50 a 64 anos.
Para o presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e ao Transplante de Órgãos e Tecidos é importante, mas são necessárias ações concretas que promovam a doação. “É preciso transformar essa lei em iniciativas efetivas e duradouras para que a conscientização se reflita em mais doadores e menos vidas prejudicas pela burocracia ou pela desinformação”, afirma.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informa que o transplante de órgãos abrange pacientes dos 92 municípios do estado, e é realizado em 10 deles, incluindo Petrópolis.
Há dois centros habilitados para realizar o transplante de córnea pelo SUS na Cidade Imperial: Clínica de Olhos Dr Tannure e Beneficiência Portuguesa de Petrópolis.
Para os demais transplantes, o paciente será levado para um hospital referenciado de atendimento de alta complexidade para realizá-lo, fora do município.
Questionado, o Hospital Santa Teresa esclareceu que realiza a captação de órgãos apenas, e não implantes. Todas as questões de doação de órgãos e transplantes são realizadas pelo SUS.
O Hospital Unimed Petrópolis também não realiza procedimentos de transplante. “Nos casos em que o transplante é previsto no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a operadora realiza o devido encaminhamento do paciente para serviços de referência habilitados para este tipo de atendimento”, explicou a Unimed Petrópolis.
O SMH (Sociedade Médico Hospitalar Beneficência Portuguesa de Petrópolis) foi questionado sobre o procedimento, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.
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