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Casas ainda são a estrutura habitacional predominante em Petrópolis

Foto: Alcir Aglio
Foto: Alcir Aglio

Lucas Klin especial para o Diário

Apesar da modernidade apresentar um cenário onde prédios e moradias coletivas estão se tornando a maioria, algumas cidades, principalmente do interior, desafiam esta realidade. Petrópolis está neste ramo de municípios que ainda resistem a este cenário.

A cidade já foi conhecida pelo seu planejamento urbanístico moderno. Júlio Frederico Koeller, um arquiteto visionário, foi o responsável por conceber o plano urbanístico original da cidade imperial de Petrópolis. A convite de D. Pedro II, Koeller elaborou um projeto que transformaria a região em um modelo de urbanismo para o Brasil.

O plano de Koeller era inovador para a época. A cidade foi projetada com eixos viários principais que se cruzavam em ângulos retos, facilitando a circulação e a localização dos principais pontos. Além disso, o arquiteto reservou grandes áreas para a criação de parques e jardins, visando garantir a qualidade de vida dos moradores e embelezando a cidade. A influência europeia, especialmente a alemã, é evidente na arquitetura de Petrópolis, conferindo-lhe um ar de cidade europeia.

Nesta época as casas eram predominantes no Brasil inteiro, com prédios surgindo em lugares mais desenvolvidos, por exemplo, nos Estados Unidos, que desde aquela época, focava no desenvolvimento baseado na inovação. Petrópolis manteve esta realidade até hoje.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) as casas continuam predominantes no município, com 81,16% dos domicílios dos petropolitanos. Apenas 15,75% moram em apartamentos, enquanto 3.06% moram em casas de vilas ou condomínios.

Vale ressaltar que para o IBGE, no Censo de 2022, domicílios coletivos foram definidos como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de referência, era regida por normas de subordinação administrativa

Na questão dos domicílios particulares permanentes, 78,18% deles estão ocupados, enquanto 8.76% não estão ocupados de uso ocasional, por exemplo, residências de verão, e 13.06% não estão ocupados de forma alguma. A média de moradores por domicílio em Petrópolis é de 2,57.

Esta realidade da cidade vai contra a tendência das cidades grandes, principalmente no sudeste brasileiro. Segundo o IBGE, as capitais da região possuem uma porcentagem considerável da população que vive em domicílios coletivos.

No Rio de Janeiro, apesar das casas ainda serem a maioria, apenas 52,64% da população vive em casas, enquanto 39.52% mora em apartamentos e 7,07% em casas de vilas ou condomínios. Já na capital paulista, 64,18% residem em casas e 33,34% em apartamentos. Vale ressaltar que boa parte das casas em São Paulo, estão localizadas em locais mais afastados do centro da cidade, por exemplo, na zona sul. Em Belo Horizonte, o cenário é mais parecido com o do Rio de Janeiro, com 57,63% da população vivendo em casas e 38,86% em apartamentos. Na capital do Espírito Santo, Vitória, o cenário é inverso das outras capitais, com 49,89% vivendo em casa, 48,99% em apartamentos e 0,54% em casas de vilas ou condomínios.

Cenário nacional

O Censo Demográfico de 2022 revelou um retrato detalhado da população brasileira que reside em domicílios coletivos, aqueles onde as relações entre os indivíduos são regidas por normas de subordinação administrativa. Embora representem apenas 0,4% da população total, esses domicílios abrigam uma diversidade de grupos, desde detentos até idosos em asilos.

Penitenciárias e centros de detenção lideram o ranking dos domicílios coletivos mais populosos, concentrando 57,2% dos moradores desse tipo de estabelecimento. Essa categoria apresentou a maior concentração de moradores em todas as unidades da federação, com destaque para o Sudeste, que abriga mais da metade dos detentos do país.

Em segundo lugar, os asilos e instituições de longa permanência para idosos acolhem 19,2% dos moradores de domicílios coletivos, com maior concentração nas regiões sul e sudeste, que possuem as populações mais envelhecidas do Brasil. A região Norte, por sua vez, apresenta a menor proporção de idosos em asilos, apesar de abrigar 8,5% da população total.

Outros tipos de domicílios coletivos, como hotéis, pensões, alojamentos, clínicas psiquiátricas, abrigos e quartéis, também foram contemplados no Censo. O tipo Alojamento se destaca na região Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso, onde a predominância da atividade agropecuária justifica a alta concentração de trabalhadores nesse tipo de estabelecimento.

É importante ressaltar que os dados do Censo demonstram a heterogeneidade dos domicílios coletivos no Brasil, refletindo as diversas realidades sociais e econômicas do país. A análise desses dados permite compreender melhor as características e necessidades dessa parcela da população, subsidiando a formulação de políticas públicas mais adequadas.

Em resumo, os domicílios coletivos no Brasil abrigam uma diversidade de grupos, com destaque para detentos, idosos e trabalhadores da agropecuária. A distribuição geográfica desses domicílios reflete as características demográficas e econômicas de cada região do país.

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