Em duas semanas, foram 200 novos diagnósticos feitos; cidade já passa dos 1.500
Daniel Xavier estagiário
Petrópolis registrou 200 casos novos de covid nas duas últimas semanas. Segundo o Painel de Monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), já são 1.546 diagnósticos confirmados em 2024 até essa segunda-feira (01/04). Outras 18 notificações estão em análise. O número é alarmante se considerarmos que em meados do ano passado, o município chegou a ter somente 163 diagnósticos no período de inverno, em que a transmissão acaba sendo mais propícia por conta dos ambientes fechados. Neste ano, até o momento, são seis óbitos pela doença confirmados e oito internações clínicas, sem internação em UTI.
A elevação de casos, inclusive, se manifesta na alta demanda por testes de covid nas farmácias da cidade e no estoque zerado. Foram quatro redes do Centro Histórico pesquisadas pelo Diário na tarde dessa segunda-feira (01): Farmácia Tradição, Drogaria Tamoio, CityFarma e Drogaria Pacheco.
Farmacêuticos das duas primeiras unidades afirmaram que não há testes no estoque para vender, e que não há expectativa para que o produto seja reposto. Na CityFarma, há ainda uma boa leva, mas, a procura está menor. O contrário do que ocorre na Pacheco, em que há somente quatro caixas, no entanto, a procura está sendo demasiada para dar conta da demanda dos petropolitanos.
O Dr. Felipe Moliterno, médico pediatra e infectologista, além de professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, explica que ainda não foi identificada uma época específica para acontecer esse aumento nos casos de covid.
Quando começa a esfriar, entre março para abril, percebemos um aumento no número de casos, pois começamos a entrar nas estações em que a temperatura é mais baixa e é quando surgem quadros de síndromes respiratórias. Mas, como existem casos da covid no verão, por exemplo, ainda não há uma sazonalidade delimitada para que possamos afirmar que vai ocorrer todo ano na mesma frequência, diz.
Porém, salienta que o cenário em que vivemos já não se caracteriza pela gravidade, como em anos anteriores.
Já não vivemos mais uma pandemia, que seria uma epidemia global, generalizada. Epidemia é quando ocorre um número de casos muito elevado, normalmente acima de dois padrões da média normal para aquela época do ano em determinado local. Então, isso não tem mais acontecido, ficou quase que endêmico, circulando como outras viroses respiratórias, conta.
Reforço vacinal
De acordo com o Painel de Acompanhamento da Vacinação contra o Covid-19, também da SMS, em duas semanas, 800 doses da vacina bivalente a mais foram aplicadas na cidade. O total agora é de 63,9 mil indivíduos. Com relação à primeira dose de reforço, 78,1% da população-alvo foi imunizada (293 mil petropolitanos). Mas, se tratando da segunda dose de reforço, a adesão permanece estagnada em somente 28,6% de cobertura no município (87,3 mil indivíduos).
Vale lembrar que a Secretaria de Saúde de Petrópolis iniciou a aplicação da dose de reforço aos grupos prioritários em 18 de março. Segundo a pasta, Petrópolis, assim como em todo o país, tem apresentado uma elevação no número de casos. Por isso, convocam a população a se imunizar.
O Dr. Moliterno explica o panorama atual do público-alvo.
A vacina contra covid para os grupos de risco e pessoas com comorbidades, a princípio, deve ser anual, como um reforço contra a doença. É o que está previsto para acontecer este ano. Na pediatria, ainda não tem reforço determinado para a bivalente da Pfizer para menores de 12 anos, nem com comorbidades. Mas, saliento que a vacina Baby da Pfizer entrou no Programa Nacional de Imunização, sendo indicada a partir dos seis meses de idade, com aplicação de três doses, detalha.
Cuidados
Para evitar o contágio com o vírus, as recomendações de prevenção continuam sendo a higienização das mãos e o uso de máscaras em locais de aglomeração. Caso a pessoa apresente uma síndrome respiratória, ela deve se ausentar de ambientes públicos, usar a máscara de proteção e fazer o teste para identificar se é covid. Caso seja diagnosticado com a doença e esteja assintomático, a pessoa deve permanecer isolada por pelo menos sete dias, assim como os sintomáticos.
Mais do que nunca, as pessoas precisam estabelecer as suas atualizações de imunização padrão de acordo com a quantidade de doses da vacina para cada faixa etária. Se cuidar é sempre a melhor prevenção. E cuidar para que outras pessoas não sejam contaminadas, é um ato de cidadania que deve ser exercido por todos nós, finaliza o médico e professor Felipe Moliterno.
Veja também: