Enquanto isso, os casos de oropouche apresentam aumento
Mariana Machado estagiária
De acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, houve, nas seis primeiras semanas de 2025, uma grande queda nos casos de dengue na cidade, e em todo o país, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, os casos da febre oropouche apresentaram aumento.
Queda de mais de 98% nos casos de dengue na cidade
Em Petrópolis, foram registrados 11 novos casos de dengue nas seis primeiras semanas de 2025, enquanto o mesmo período de 2024 teve 642 casos, e um óbito pela doença. No ano passado inteiro, foram 7.728 casos na cidade, e 20 óbitos.
A diminuição nos casos é resultado do esforço nacional e municipal no combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, e de outras arboviroses. Quanto à diminuição significante de casos novos registrados na cidade, a Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis informa que agentes de Combate às Endemias (ACE) e da Defesa Civil tem circulado a cidade para orientar a população sobre a importância de combater os criadouros do mosquito da dengue. “Eles distribuem panfletos com orientações nos terminais de ônibus e no Calçadão do Cenip. Os agentes seguem ainda com visitas domiciliares para identificar possíveis focos”.
Segundo a secretaria, em janeiro, foram visitados 56.188 domicílios em todo o município com o objetivo de identificar possíveis focos do mosquito. Durante o levantamento, foram identificados 41 imóveis com focos positivos e 58 depósitos com larvas do Aedes aegypti, sendo os depósitos predominantes: vasos, pratos, frascos com plantas e bebedouros para animais. “O último Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, realizado no início de janeiro, apontou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 0,52%, considerado satisfatório, já que o Ministério da Saúde preconiza índice inferior a 1% como baixo risco de infestação do mosquito” ressalta a secretaria.
Já no cenário nacional, até o dia 13 de fevereiro de 2025, foram registrados 281.049 casos prováveis, contra 698.482 casos no mesmo período do ano passado.
Entretanto, o sorotipo 3 da dengue vem preocupando, uma vez que é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, ou seja, tem maior potencial de causar formas graves da doença. Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas.
A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros tipos pode levar a epidemias significativas.
Por isso, para manter os números baixos, é importante a população também seguir com medidas simples, mas que são essenciais para impedir a proliferação do mosquito, como eliminar água parada em recipientes e descartar corretamente objetos que possam acumular água.
Aumento nos casos da febre Oropouche
Em contramão com a dengue, os casos da febre oropouche na cidade têm aumentado. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis, em 2024 foram registrados 10 casos prováveis, sendo apenas dois de moradores de Petrópolis e oito de pessoas de fora do município (mas que foram diagnosticadas em hospitais do município). Em 2025, até o momento, foram registrados 13 casos prováveis, sendo quatro de moradores de Petrópolis e nove de pessoas residentes em outros municípios. Ou seja, de petropolitanos, foram dois casos no ano passado inteiro, e quatro casos apenas nas seis primeiras semanas de 2025.
No cenário nacional, as primeiras seis semanas de 2024 registraram 2.519 casos da febre oropouche, enquanto, até o dia 13 de fevereiro de 2025, foram registrados 4.310 casos.
A recomendação neste caso é a mesma para o combate ao mosquito da dengue: evitar água parada em plantas, calhas ou qualquer outro lugar da casa. É importante ainda usar repelente para evitar o contato do mosquito.
A transmissão deste vírus ocorre pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim), que permanece com o vírus por alguns dias após picar uma pessoa ou animal infectado. Já os sintomas são parecidos com os da dengue: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia.
A Prefeitura do município reforça que tem intensificado as ações de conscientização, com a distribuição de panfletos informativos nos terminais de ônibus da cidade. Além disso, as equipes têm visitado residências para vistoriar e evitar criadouros de mosquitos, tanto da dengue quanto da febre oropouche.
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