De outubro a maio, o período de 2024/25 registrou menos de 2% dos casos registrados no mesmo período de 2023/24
Mariana Machado estagiária
Petrópolis tem registrado uma queda significativa nos casos de dengue, durante o período de maior incidência da doença, uma vez que, de acordo com o Ministério da Saúde, o padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, ocorre principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.
Segundo dados do Ministério da Saúde, Petrópolis registrou, de outubro a dezembro de 2023, 36 casos prováveis da doença, somados a 6.659 registrados entre janeiro e maio de 2024, o que chega a 6.695 casos durante o período de maior incidência. Enquanto outubro a dezembro de 2024 registrou 13 casos, e 2025, até o momento, tem 97, chegando a 110 casos, ou seja, menos de 2% dos casos do ano anterior.
Além disso, até maio do ano passado, foram registrados 15 óbitos pela doença, enquanto 2025 não tem nenhum.
Para o Dr. Felipe Moliterno, infectologista, pediatra e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, a diminuição nos casos se deve a uma combinação entre as ações realizadas, como a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, e a divulgação da doença à população, como disseminar, através de campanhas em TVs, rádios e redes sociais, os sinais e sintomas da doença, e, principalmente, as ações de prevenção, reforçando a necessidade de atenção aos criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Mas, além disso, ele diz que "é comum, após um ano de muito caso de epidemia que o medo prevalece, que a vigilância fique aumentada baseado na memória recente de tantos casos, e com isso haja uma redução no verão seguinte porque as pessoas checaram seus possíveis criadouros, diminuindo a transmissão no ano seguinte".
O especialista ressalta que esta não é uma doença que passa de uma pessoa para outra, sendo o mosquito Aedes aegypti o vetor da dengue. “Se não tiver criadouro do mosquito, não há transmissão através do vetor. Então, a gente já conhece isso, é comportamental, depende de cada um tomar conta do seu domicílio, porque um domicílio infestado de mosquitos é capaz de contaminar um quarteirão inteiro. A ação é realmente coletiva, todos devem fazer sua parte, para que aquela comunidade, distrito, município, e assim por diante, se mantenham distante da epidemia da dengue”, disse.
O Dr. Felipe Moliterno conta que se lembra de 4 adolescentes que foram internados no Hospital Alcides Carneiro, por conta de dengue, que não haviam tomado a vacina contra a doença, mesmo que disponíveis no município. “Então, fica aqui o alerta, para que a gente procure a vacina, que está disponível, é eficaz e segura. Mas, mesmo com vacina, a gente só vai exterminar a doença quando tiver uma vigilância constante dos criadouros do mosquito”, reforça.
Além disso, o infectologista faz um alerta para os responsáveis por crianças, uma vez que a dengue é uma doença febril, não muito específica, com sintomas iniciais nada específicos. “Como toda doença febril na pediatria, a criança deve ser levada, pelo seu responsável, à busca de atendimento médico numa síndrome febril a ser esclarecida”.
Segundo informações do Ministério da Saúde, todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações - dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.
De acordo com a Prefeitura de Petrópolis, as visitas domiciliares são constantes e há sempre um reforço nos bairros com maior número de casos. A vacina está disponível nas 16 salas de vacinação do município. São elas:
Centro de Saúde Coletiva
UBS Quitandinha
UBS Retiro
Centro de Saúde Itamarati
UBS Alto Independência
UBS Mosela
UBS Morin
UBS Itaipava
UBS Pedro do Rio
UBS Araras
UBS Bairro da Glória
UBS Vicenzo Rivetti
ESF Posse
ESF Alto da Serra
Ambulatório Escola FMP/FASE
Ambulatório Alcides Carneiro
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