Apesar disso, reservatórios operam dentro da capacidade necessária para garantir o abastecimento de água
Larissa Martins
O Índice Integrado de Seca (IIS3) de fevereiro de 2025, divulgado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), apontou que a situação de seca em Petrópolis se agravou. Desde agosto de 2024, a cidade estava em estágio de seca “fraca”, mas, no último mês, a classificação subiu para “moderada”.
Durante esse período, podem ocorrer danos no solo, que começa a perder a capacidade de reter água, além da redução nos níveis hídricos. Apesar do déficit apontado pelo Cemaden, o município ainda não sofre impactos severos. Até o momento, a Águas do Imperador informou que os reservatórios estão operando dentro da capacidade necessária para garantir o abastecimento da população. Ainda assim, é essencial o uso consciente da água, principalmente neste período de ondas de calor e baixa pluviosidade.
A pesquisadora Ana Paula Cunha, especialista em secas do Cemaden, informou ao Diário que, entre janeiro e fevereiro, a seca se intensificou em vários municípios do Estado do Rio de Janeiro.
“Considerando as condições dos últimos três meses, 35 municípios estão classificados com seca moderada e outros 47, com seca fraca. A situação se agravou especialmente entre os meses de janeiro e fevereiro. As chuvas acumuladas na região ficaram cerca de 40% abaixo da média para a estação chuvosa. Além disso, as temperaturas mais elevadas também têm contribuído para a intensificação dos efeitos dessa seca”, explicou.
Cenário Nacional
O IIS3 mostrou que, na comparação com janeiro, o total de municípios brasileiros nessa condição saltou de 220 para 523. No Acre e na região de divisa entre os estados do Tocantins, Pará e Mato Grosso, a seca severa persiste, mantendo esses locais em situação crítica. Além disso, a região Nordeste registrou um aumento considerável no número de municípios com seca moderada, especialmente no interior da Bahia e no Maranhão, onde o número subiu de 26 para 52 municípios entre janeiro e fevereiro.
Outros pontos de destaque incluem os estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, que apresentaram um aumento no número de municípios classificados com seca moderada. No Rio de Janeiro, o número de municípios nessa condição saltou de 10 para 35, enquanto, em Mato Grosso do Sul, o crescimento foi de 14 para 24, comparando fevereiro com janeiro.
Esse avanço reflete uma intensificação das condições de seca nessas regiões, com possíveis impactos em diversos setores, especialmente porque a estação chuvosa, que vai até o final de março, está próxima do fim. Em algumas áreas desses estados, os volumes de chuva já estão abaixo do esperado, com precipitações atingindo apenas 60% a 70% da média histórica para o período.
Áreas Indígenas
Em fevereiro de 2025, registrou-se um leve aumento no número de terras indígenas impactadas pela seca, passando de 86 para 88. Esse crescimento, ainda que discreto, reforça a necessidade de atenção às comunidades indígenas, que enfrentam desafios específicos diante da escassez de recursos hídricos.
Áreas Agroprodutivas
De acordo com o IIS3, avaliado nas áreas agroprodutivas dos municípios brasileiros, 21 ainda apresentam mais de 50% de suas áreas afetadas pela seca (categoria severa ou superior). Destacam-se, nesse cenário, os estados do Amazonas, Acre e Tocantins.
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