Instituição alega que a quantidade de estudantes não atingiu o patamar necessário para manter a operação
Larissa Martins
Alunos matriculados na instituição “Grau Técnico Petrópolis”, localizada no Bingen, foram surpreendidos com o aviso de fechamento repentino da unidade, que oferece cursos de Administração, Enfermagem e Radiologia. De acordo com a denúncia enviada ao Diário, a administração da instituição não teria dado explicações claras sobre os motivos do encerramento e, segundo os alunos, deixou de prestar suporte adequado.
Inúmeros estudantes que estão prestes a concluir o curso Técnico de Enfermagem relatam preocupação a respeito da proposta de transferência para outra instituição que, segundo eles, não tem a mesma credibilidade.
“Escolhemos o Grau Técnico por sua reputação, acreditando que não enfrentaríamos esse tipo de situação. Mas, fomos informados de que não concluiremos o curso lá e seremos transferidos para outra instituição menos conhecida, mais barata e com menor carga horária. Vamos recorrer à justiça para resolver o caso”, relata um estudante que não quis se identificar.
Além de se sentirem prejudicados com o encerramento das atividades, os estudantes afirmam que a administração do local extraviou documentos importantes de estágios já realizados.
“As notas de provas de recuperação não foram lançadas no sistema, e com isso fui reprovada em uma disciplina. Realizamos estágios em unidades de saúde, onde os relatórios não foram assinados. Quando questionamos a administração do curso, somos informados de que a culpa é dos hospitais e que os responsáveis de lá deveriam ter assinado, mas entregaram a documentação em branco. Consta também que faltam horas de estágio já cumpridas por mim. Estou praticamente no final do curso, faltando apenas uma matéria e os últimos estágios para a conclusão”, alega Fabrícia Alves, também estudante de Enfermagem.
Posicionamento da empresa
Questionado pelo Diário, o Grau Técnico informou que a Unidade Petrópolis foi projetada para atender pelo menos 700 alunos. Apesar dos esforços e investimentos realizados, a demanda na região não atingiu o patamar necessário para manter a operação de forma sustentável.
“Para garantir a continuidade dos estudos, firmamos uma parceria com uma instituição local, permitindo o aproveitamento integral do conteúdo já cursado. Além disso, estamos analisando individualmente a situação financeira dos alunos para reembolsar eventuais valores pagos além do período cursado. Estamos atendendo cada aluno individualmente para validar sua situação acadêmica e financeira. Qualquer inconsistência identificada será corrigida de forma transparente e ágil”, diz em nota enviada ao jornal.
A instituição afirmou ainda que os alunos podem optar por seguir em qualquer unidade do Grau Técnico ou na instituição parceira local, garantindo a continuidade sem prejuízo acadêmico ou financeiro.
“Todos os documentos necessários serão disponibilizados para que cada aluno possa tomar a melhor decisão. Nos casos em que houver pagamento superior ao período cursado, os valores serão restituídos conforme análise individual”, conclui.
Denúncias
O Diário também questionou o Procon sobre o recebimento de denúncias.
“Até o dia 29 de janeiro, o Procon não recebeu nenhum registro ou denúncia. O órgão complementa que realizará uma fiscalização para verificar a situação e notificar a instituição para que detalhe a real situação perante os alunos”, declara.
O Procon está disponível para receber denúncias por meio do e-mail fiscalizacaoprocon@petropolis.rj.gov.br ou presencialmente na Sede do Procon, Rua Dr. Moreira da Fonseca, 33 - Centro, de segunda a sexta das 10h às 17h.
Veja também: