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Centro Espírita de Umbanda Xangô Caô do Oriente completou 30 anos em 2024

Fé, amor, caridade e esperança guiam o trabalho do CEUXCO

Foto: Reprodução Redes Sociais
Foto: Reprodução Redes Sociais

Larissa Martins especial para o Diário

Fundado em 1994, inicialmente com atendimentos de poucas pessoas no pequeno Gongá pessoal que o idealizador tinha em casa, o Centro Espírita de Umbanda Xangô Caô do Oriente (CEUXCO), completou 30 anos de atividades este ano. O Babalaô Pai Paulo Branco de Xangô foi quem teve a ideia de iniciar os trabalhos de caridade espiritual, e em pouco tempo percebeu que o número de visitação por consulentes foi crescendo de forma inesperada. Cada vez mais as pessoas se interessavam em viver para Orixá. Foi nesse momento que Pai Paulo percebeu a necessidade de transferir o espaço para um local mais amplo, com a capacidade de atender a demanda.

Legado eterno

Infelizmente, em decorrência da covid-19, o Babalaô veio a falecer, partindo deste plano em 2021. Mas, deixou seu enorme legado em Petrópolis. Desta forma, em 2022, seus filhos biológicos e no Santo, Ramylla de Oxóssi e Raphael de Oxóssi, deram seguimento ao trabalho sem fins lucrativos, que visa o estudo e prática da Umbanda e da caridade. Atualmente, são cerca de 70 membros assíduos.

Fundamentos

O Pai Pequeno, Rafael Esteves Dias, tem auxiliado nos trabalhos da casa há mais de dez anos. Ele conta que entrou para o Terreiro no ano de 2012 trilhando o mesmo caminho que a maioria dos Médiuns, buscando auxílio espiritual para problemas terrenos. Desde então está desenvolvendo a Mediunidade.

Os fundamentos que nos guiam são: a fé, o amor, a caridade e a esperança. Todos os nossos ensinamentos estão pautados nesses pilares e são as mensagens que transmitimos. A linha em que trabalhamos é a Banthu-Ameríndio, o Banthu por conta dos primeiros negros africanos, que chegaram escravizados no Brasil. E, também, Ameríndio pela influência que os Índigenas das Américas tiveram sobre a religião. Alguns ritos nos denominam como Umbanda traçada, por conta desta combinação. Possuímos certa influência cristã, por conta do sincretismo histórico, que as religiões de matriz africana tiveram que se adaptar para continuar com seu culto vivo, pontua Rafael.

Caridade

A história do CEUXCO é marcada pelo amor ao próximo. São promovidos diversos serviços de assistência social aos menos favorecidos financeiramente. Nós captamos alimentos que os consulentes levam de doação e destinamos, seja para algum membro de nosso corpo mediúnico, ou para quem temos conhecimento que se encontra em vulnerabilidade. Além disso, temos uma Médium do nosso corpo mediúnico, como representante da sociedade civil organizada, no COMSEA - Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, alega.

Orientações

Além dessa parte, há orientações e estudos espirituais que são abertos à população em geral. Nossa principal atividade é a caridade espiritual, que é feita através das giras de terça-feira, onde há atendimento ao público nas consultas com os Pretos Velhos e Pretas Velhas. Para nossos membros há grupos de estudos e palestras. Para a comunidade em geral, além de palestras abertas ao público, a educação espiritual vem nas consultas com as Entidades que trabalham na linha de Pretos Velhos, onde eles passam ao consulente as orientações específicas para o caso que os mesmos estão vivenciando, esclarece o Pai Pequeno.

Racismo e preconceito

Mas, nem tudo são flores. Mesmo tendo se passado tanto tempo desde que as religiões de matrizes africanas começaram a fazer parte da história do Brasil, os adeptos ainda enfrentam preconceito por parte de quem não entende os ideais das mesmas. A falta de conhecimento em relação à história africana faz com que as pessoas demonizem o que consideram fora do comum.

Por isso, muitos praticantes acabam sofrendo violências verbais e físicas. No entanto, a intolerância religiosa, os olhares tortos e os comentários maldosos abriram portas para o trabalho de ensinamento sobre o Espiritismo e a Umbanda. O trabalho desenvolvido pelos integrantes do CEUXCO busca abrir a mente das pessoas para que conheçam a religião e a sua importância no território brasileiro.

Os desafios enfrentados ao realizar nosso trabalho no Terreiro incluem a intolerância e o racismo religioso, como acontece em outros Terreiros. Para superá-los, realizamos um trabalho de esclarecimento sobre nossa fé e nos organizamos no Grupo do Povo do Santo para debater políticas públicas em defesa das religiões Afro-Ameríndias, diz.

Endereço

Para quem quer participar dos encontros e conhecer mais do CEUXCO, pode comparecer às terças-feiras, a partir das 19h, na Rua Raul Veiga, n°55 A, no Condomínio Varandas, Quitandinha. Uma vez ao mês ocorrem as giras de desenvolvimento, de acordo com o calendário divulgado no Instagram @ceuxcopetropolis. Lá é possível esclarecer dúvidas e ficar por dentro de todas as atividades promovidas pelo Centro.

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