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Chuva prevista para fim de semana reacende temor na população

Após as tragédias climáticas de 2022, comerciantes e cidadãos passaram a se precaver

Foto: Arquivo / Alcir Aglio
Foto: Arquivo / Alcir Aglio

Daniel Xavier - estagiário

A forte chuva que atingiu o município nesta sexta-feira (22/03) e que tem previsão de continuar neste fim de semana reacendeu o temor da população com novas ocorrências de inundações e deslizamentos, devido às tragédias climáticas de 2022. Os comerciantes que decidiram abrir os estabelecimentos no Centro Histórico contaram que temem que a situação se repita novamente, mas que agora, estão mais preparados para eventos climáticos extremos. Enquanto que parte da população permaneceu em suas residências, os petropolitanos que se deslocaram à rua disseram temer as consequências que o alto volume de chuvas pode provocar.

É o caso da costureira Andrea Luiza da Silva, que teve a casa na Rua 24 de Maio atingida por um deslizamento em fevereiro de 2022.

Tive de sair para trabalhar nessa sexta, mas, graças a Deus, fui liberada mais cedo. Meu objetivo é chegar em casa e lá ficar durante todo o fim de semana. Tenho medo das consequências que esta chuva pode trazer, se ela realmente cair aqui em Petrópolis. Espero que aquilo que eu passei em 2022 não se repita nunca mais. Nem comigo, nem com ninguém, disse.

O receio da população também pode ser visualizado pelo fraco movimento nos supermercados.

Na quinta, o movimento aqui foi maior que o normal. Muita gente veio fazer as compras de uma vez, com medo da chuva prevista para o fim de semana. Nessa sexta de manhã, já estava o contrário: não havia quase ninguém. Movimento devagar, quase parando. A maioria dos clientes decidiu por ficar em casa, conta Bruna da Silva Fernandes, atendente de caixa do Multimix Centro.

Por sua vez, o atendente da Papelaria Semadri, Guido Kronemberger, conta que os comerciantes, apesar de receosos, agora estão mais preparados do que antes após a tragédia de fevereiro de 2022.

A gente tem receio, mas o comércio não pode parar. O movimento esteve bem fraco pela manhã de sexta, mas as pessoas dependem do setor para as demandas do dia a dia. Também dependemos das vendas para nosso sustento. Na tragédia de 2022, a papelaria foi duramente atingida. A loja foi coberta pela água. Por isso, agora contamos com uma comporta automática de 1,80 m. Então, caso essa chuva prevista vire realidade, estaremos preparados para lidar com ela, declarou.

A Defesa Civil de Petrópolis, posteriormente, recomendou o fechamento do comércio do Centro Histórico devido à inundação ao longo da Rua do Imperador na tarde dessa sexta-feira (22/03).

Túnel extravasor em obras

Sendo o principal equipamento de escoamentos das águas fluviais da cidade, o Túnel Extravasor está em obras no momento. Com a previsão de chuva forte, não há certeza se a estrutura será capaz de lidar com o volume dos rios. Moradores da Rua Franscisco Scali, a Rua do Túnel, temem que isso leve a novas ocorrências. A localidade foi atingida em 2022, com parte da rua cedendo e com a queda de um prédio.

Sempre ficamos receosos quando chove. É um sentimento que não foi embora. Mesmo com a obra sendo feita, ainda há essa sensação. Como em toda a cidade. Estamos monitorando a chegada da frente fria para saber qual decisão tomar caso haja perigo para os moradores daqui, declarou Hélito Fraguas, presidente da Associação de Moradores da Rua do Túnel.

Em resposta, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (SEIOP) informou ao Diário que no momento realiza a segunda etapa das obras do Túnel Extravasor. A primeira etapa da reforma estrutural da galeria foi concluída no ano passado. Os serviços realizados incluíram a requalificação do fluxo hidráulico para melhor escoamento das águas pluviais e redução dos riscos de alagamento, desobstrução e desassoreamento do piso do túnel. Construído pelo Governo Federal, o Extravasor não recebia nenhuma intervenção desde a década de 1960, período de sua construção.

Desassoreamento dos rios

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) disse que atua no município de Petrópolis com os serviços ininterruptos de limpeza e desassoreamento de rios e canais, como o Córrego do Jardim, Rios Araras, Fagundes e Maria Comprida, além de diversos trechos do rio Piabanha. Entre 2022 e 2023 foram removidos cerca de 240.600 metros cúbicos de sedimentos em uma extensão de 25 km de rios e canais da Cidade Imperial, segundo informaram.

O programa Limpa Rio, que utiliza maquinário para execução dos serviços de limpeza, retirou 240.600 metros cúbicos em uma extensão de 25 km de corpos hídricos. Os locais beneficiados foram o rio Piabanha, rio Palatinato, rio Piabanha, Bonfim, rio Quitandinha, canal Vila Rica, canal da Av. dos Pinheiros, canal da Avenida Secretário, córrego do Secretário, rio Itamaratí, lago de Baixo, ribeirão da Moça Branca, rio Maria Comprida, lago do Quitandinha, córrego do Jardim e rio Araras.

Já o Limpa Rio Comunidade beneficiou as localidades de rio Cremerie, rio Moss, rio Quitandinha, rio Piabanha, barragem Santa Helena, canal da Rua Galdino Pimentel, Rua Paulo Sodré, Rua Cel. Duarte Silveira, Rua General Rondon, Rua João Xavier, Bingen, Córrego do Santíssimo, canal do lago Quitandinha, Rua Henrique Raffard, Rua Cristóvão Colombo e Palatinato, Rio da Cidade e Rio Mosela Ao todo, foram 2.584 metros cúbicos de resíduos retirados de uma extensão de 16 km desde agosto de 2022.

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