Cemaden apresenta experiências de monitoramento de seca na Conferência sobre Resiliência à Seca, em Genebra
Larissa Martins
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apontam que Petrópolis permanece em estado de seca fraca. Desde outubro do ano passado, a situação é considerada moderada, aponta o Índice Integrado de Secas (IIS3).
Nos últimos dias, a chuva caiu na cidade após longas semanas de sol forte. A Águas do Imperador, responsável pelo abastecimento de água na cidade, informou que as chuvas amenizaram a situação, mas ressalta que a concessionária continua utilizando captações alternativas, bombas extra, caminhões-pipa, alguns abastecendo as regiões afetadas 24 horas por dia, além das medidas técnicas para equilibrar a distribuição de água.
Em caso de desabastecimento, os moradores devem entrar em contato por um dos canais de relacionamento: WhatsApp (21) 97211-8064, site www.aguasdoimperador.com.br , ou 0800 742 0422 (ligações gratuitas de telefones fixos, celulares e longa distância).
Conferência em Genebra
A Conferência sobre Resiliência da Seca +10, realizada em Genebra (Suíça), de 30 de setembro a 2 de outubro, reunindo instituições e representantes de diversos países, contou com a participação do Cemaden que apresentou as experiências no monitoramento de secas e avaliação de impactos no Brasil.
Desde 2012, em resposta à crise, a pedido da Presidência da República, o Cemaden/MCTI assumiu a responsabilidade de monitorar os impactos da seca na Região Nordeste do Brasil. Em razão da ocorrência de secas em outras regiões do País, desde 2017, o monitoramento tem sido realizado para todo território brasileiro.
O foco principal da reunião dos países foi a de revisar os progressos e lições aprendidas nos últimos 10 anos sobre seca e desertificação, desde a última reunião, ocorrida em 2013. O objetivo do evento foi definir, em conjunto, um caminho para a resiliência da seca no mundo.
A conferência internacional foi promovida pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), a Secretaria da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação (CLD) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em colaboração com uma série de organismos das Nações Unidas, organizações internacionais e regionais e instituições nacionais dos países de todos os continentes.
Monitoramento
A pesquisadora especialista em seca, Ana Paula Cunha, também coordenadora substituta de Relações Institucionais do Cemaden, apresentou o estudo dos eventos de seca extrema no Brasil, de 1950 a 2024, destacando que o Brasil enfrenta a pior seca de sua história, desde 1950. A seca vem impactando, severamente, os ecossistemas vitais como a Floresta Amazônica e o Pantanal.
A metodologia do monitoramento da seca foi mostrada pela pesquisadora do Cemaden. O monitoramento utiliza o Índice Integrado da Seca (IIS), que analisa os dados do volume das chuvas, umidade do solo e vegetação.
“O IIS é atualizado, regularmente, oferecendo monitoramento da seca, quase em tempo real, em todo o Brasil.”, afirma Ana Cunha e destaca: “Tem sido utilizado nos relatórios de Clima da Organização Mundial de Meteorologia (OMM)”, disse.
Ressaltou, também, o monitoramento e os dados da seca realizados pelo Cemaden aplicados nas políticas públicas do Brasil. Entre elas, o Programa Garantia Safra do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e os dados da situação de seca para reconhecimento de emergências nos municípios afetados. Além disso, regularmente, os dados de seca do monitoramento do Cemaden são apresentados nas reuniões interministeriais do governo brasileiro, oferecendo subsídios para a tomada de decisões governamentais e no apoio para a elaboração e ações e das políticas públicas.
Os dados completos por município podem ser acessados através do link: https://mapasecas.cemaden.gov.br/#iis3
Com informações do Cemaden
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