Pandemia foi principal fator nessa mudança de paradigma, segundo pesquisadora
Foto: Alcir Aglio
Daniel Xavier - estagiário
Petrópolis registrou 3.284 nascimentos contra 3.345 óbitos em 2022. Os dados são das Estatísticas de Registro Civil divulgadas nessa quarta-feira (27/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o segundo ano consecutivo em que a Cidade Imperial teve uma taxa de mortalidade maior do que natalidade. Em 2021, o levantamento ilustrou que o município teve 4.103 registros de morte frente a 3.430 nascidos. Em 2020, a situação foi inversa: 3.281 petropolitanos vieram a falecer, enquanto outros 3.569 vieram ao mundo.
O IBGE mostra ainda que houve redução no total de nascimentos registrados em Petrópolis, quando comparado aos outros dois anos anteriores a ele. Em paralelo com 2021, o número caiu 4,2% (146); com 2020, a diferença é de 8,6% (312). O mesmo com relação aos óbitos registrados em 2022: queda de 18,4% na comparação com 2021 (758), e crescimento de 1,9% na comparação com 2020 (64).
No que diz respeito aos óbitos fetais, eles foram de 19 em 2021 para 29 em 2022 no município, segundo o IBGE.
A pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Klívia Brayner, aponta que essa mudança de paradigma a respeito da queda de nascimentos assim como da elevação de óbitos são consequência da pandemia, em um todo.
"A redução da natalidade e da fecundidade no país, já sinalizada pelos últimos censos demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos", afirma.
No entanto, vale lembrar que em 2022, Petrópolis passou por duas tragédias climáticas, que levou 242 petropolitanos à morte.
Maternidade precoce reduz
As Estatísticas de Registro Civil do IBGE mostram ainda que a maternidade precoce também reduziu em Petrópolis. Em 2021, foram 309 garotas entre 15 e 19 anos que se tornaram mães; em 2022, foram 268. O mesmo ocorreu entre as jovens com idades de 20 a 24 anos que tiveram filhos: de 789 para 681 de um ano a outro.
Enquanto que os registros de mães com idades mais avançadas se mantiveram praticamente estáveis. Entre aquelas com idades de 25 a 29 anos, foi de 832 em 2021 para 813 em 2022. No que diz respeito às mulheres com 30 a 36 anos que deram à luz, foi de 717 para 705 de um ano a outro no município.
Este cenário é um claro resultado dos esforços exercidos nas Campanhas de Prevenção de Gravidez na Adolescência, instituída em 2019 e que ocorre anualmente entre os dias 1 e 8 de fevereiro. Através de ações educativas, a Campanha orienta a respeito da educação sexual e da importância do comportamento sexual responsável, o respeito pelo outro, a igualdade e equidade de gênero, além da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis/HIV e da defesa contra violência sexual, que atuam na prevenção da gravidez inoportuna.
Subnotificação
Na comparação entre os dados do IBGE com aqueles disponibilizados pelo Portal da Transparência do Registro Civil, há uma pequena diferença. No que diz respeito aos registros de nascimentos na cidade em 2022, há aumento de 0,76% nos números dos cartórios que registrou 3.309 nascidos vivos (25 a mais). Se tratando dos óbitos, o mesmo ocorre, com alta de 0,92% para os registros civis - com 3.376 falecimentos, ou seja, diferença de 31 mortes.
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