“Eles agora têm a possibilidade de aplicar muitos dos conhecimentos científicos que eles aprendem na teoria na sala de aula”, conta professor do projeto
Mariana Machado estagiária
Foi inaugurado no Colégio Estadual Embaixador José Bonifácio uma estação de monitoramento de meteoros, através da iniciativa do professor de biologia, Carlos Alexandre Ribeiro, que conta que sempre incentivou projetos de astronomia e astronáutica fora da sala de aula aos seus alunos. “Essa estação tem muitos benefícios para o aluno, sobretudo proporciona esse aluno a participação em um projeto de ciência real”, conta o professor.
Para Carlos, é muito importante para os alunos saírem da teoria e irem para a prática, e aprenderem fazendo. “Eles agora têm a possibilidade de aplicar muitos dos conhecimentos científicos que eles aprendem na teoria na sala de aula”, ressalta.
Além disso, o trabalho coletivo com outros alunos também proporciona experiências especiais, pois “aprendem a trabalhar em equipe, compartilhar e analisar dados. Toda essa vivência acrescenta muito no aprendizado”.
A estação foi construída com o apoio da EXOSS, um projeto brasileiro de estudo de meteoros e envolve observadores em todo o país, e tem como coordenador-geral Marcelo de Cicco, que também tem uma estação em Itaipava. O professor conta que a EXOSS dá a eles “todo o suporte, treinamento, consultoria, e a gente faz ciência de forma colaborativa junto com eles nessa rede”.
Para Marcelo de Cicco, a importância do projeto está em “disseminar a cultura da ciência, de realizar pesquisa com alunos do ensino médio, falar e mostrar sobre astronomia”. Ele conta que o que é feito é como o projeto “Cidadão Cientista”, em que “você caça asteroides, é um programa que você fica olhando as imagens e fica falando se tem um asteroide ou não”. Logo, ele explica que “O nosso também é um projeto “Cidadão Cientista” brasileiro, que envolve câmeras de baixo custo, um programa que a gente fornece, e ai qualquer pessoa que tenha interesse, desejo de praticar ciência, é bem-vinda”.
O professor conta que os alunos gostam muito, e que “Demonstram muita satisfação, empolgação, e motivação em participar de um projeto prático como esse. Inclusive, muitos alunos acabam melhorando o desempenho escolar em outras disciplinas, porque ficam mais satisfeitos, mais aplicados, a escola passa a ter um significado maior para eles, e percebem, então, a importância de estudar”.
Para a EXOSS, o projeto possibilita que seja realizado o estudo de meteoros, “através desse projeto nós formamos um grande banco de dados que é utilizado para estudar as orbitas”.
Além disso, Marcelo conta que o material utilizado na estação foi adquirido por meio de doações, “através do grande esforço do professor Carlos, que de uma forma incrível, e em pouquíssimo tempo, conseguiu construir uma belíssima estação”.
A intenção do projeto para o professor é de “Colaborar com a investigação científica nessa área. A ideia é colaborar com essa pesquisa, que já é feita por outras pessoas. O grande benefício é trabalhar com a ideia de proteção planetar e entender esses meteoros, e se são ameaça para o planeta, mas também sua potencialidade. Possivelmente muito materiais que estão hoje na terra, a própria água, e a vida, podem ter vindo desses visitantes que vem para o nosso planeta, os meteoros”.
“Todos os dias, mais de 60 toneladas de material vindo do espaço chegam à Terra, e a gente precisa entender isso, a maioria é pulverizada na atmosfera e chega aqui na forma de poeira, uma proteção que nosso planeta tem, mas um ou outro de tamanho maior acaba atingindo o solo, e quando atinge o solo recebe o nome de meteorito”, explica Carlos.
Questionado se ele acredita que os alunos irão seguir nessa área como uma carreira futura, o professor respondeu que, “eles estão descobrindo um universo novo, e com certeza alguns podem vislumbrar isso no futuro, e tem ai as áreas correlatas, a física, química, a própria biologia com a astrobiologia, astronomia, engenharia espacial e várias outras carreiras que podem estar ligadas a investigação de eventos astronômicos”
A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro ressalta que “Iniciativas como essa, que envolvem a prática de monitoramento de meteoros, são fundamentais para a formação dos estudantes, estimulando o interesse por áreas da ciência, como a astronomia, além de promover o desenvolvimento de habilidades de pesquisa e análise crítica. Projetos interdisciplinares como esse também contribuem para a valorização do conhecimento científico e tecnológico entre os alunos”. A SEEDUC ainda completa que incentiva e apoio outros projetos como este.
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