COLUNISTA
O jurista Ives Gandra Martins talvez seja o maior brasileiro vivo em termos de pensamento lúcido, cultura jurídica, bom senso, respeitabilidade e compromisso cívico.
Chega aos 90 anos na plenitude de um raciocínio limpo, cristalino, na defesa do verdadeiro estado de direito. Coragem moral, com lastro na vida inatacável de professor e advogado, intelectual e poeta nas (poucas) horas vagas.
Sua independência e compromisso com a verdade e com o que está nas leis não o impedem de ser alvo de cobranças por um grupo de aloprados que o queriam radical, agressivo, parcial. Ignorantes, mesmo que de boa-fé, como o Chefe que veneram. Estes brasileiros prestam um desserviço ao país e à democracia ao cobrar posições passionais e não racionais de um homem educado, civilizado. Esta gente ignorante e cega pelo fanatismo vem também agredindo as Forças Armadas, as quais condenam pela postura sensata na defesa das regras do jogo democrático.
O primário político Bolsonaro, que não soube aproveitar a oportunidade do destino para livrar o Brasil do atraso, construindo uma improvável derrota, pois vinha de boa gestão, não para de gerar fissuras com um temperamento corrompido pelos anos de poder e círculo íntimo de baixa qualidade. Revela ser um autoritário barato e, por tal, é isolado pelas forças vivas da sociedade. Conta com forte apoio popular, mas que em nada serve ao país. O Flamengo seria sempre campeão se torcida ganhasse os jogos. Tivesse ele menos popularidade e mais conceito e respeitabilidade, teria sido reeleito.
Recentemente Ives Gandra, em artigo publicado na Folha de S. Paulo e gravação que circula na Internet, aborda a atuação do Supremo, do ministro Alexandre Moraes, de forma didática, sempre respeitosa, mas firme. Palavras de um homem justo, de forte formação religiosa, que fez a vida com idealismo e compromisso com a justiça, a verdade. A coragem moral e cívica deste grande homem poderia ser a bandeira dos brasileiros de boa vontade neste momento. Bom senso e razoabilidade dispensam agressividade.
O jurista aponta para a incoerências do Judiciário, que anula sentenças e junto provas condenatórias, quando o correto seria nova distribuição e com prazo. E o exagero passional de penas de 17 anos para brasileiros e brasileiras sem antecedentes criminais e sem nenhuma condição de dar um golpe de estado. Foram levados pela leviandade e omissão de líderes, a quem seguiam cegamente. Não o faz por alinhamento político, mas por fidelidade ao bom direito.
Ives Gandra tem ao longo da vida participado das grandes causas da livre empresa junto com a Associação Comercial de São Paulo.
O país precisa de paz para progredir, menos ideologia e mais pragmatismo na economia e nas políticas de segurança pública. Não podemos ser um país com tanta presença da violência, da corrupção e do cerceamento aos que trabalham, produzem, empregam e enriquecem a economia nacional, que são os empresários.
Ives Gandra sabe tudo
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