COLUNISTA
Aristóteles Drummond
Os funerais do Príncipe D. Antonio de Orleans e Bragança mostrou quesobrevive na sociedade brasileira valores de família, tradição e devoção cívica, como religiosa, reconhecimento e respeito aos anos da monarquia constitucional que nos garantiu integridade territorial, cultural e formação da mais admirável e exemplar miscigenação racial. Raças originárias, europeus, indígenas e africanos são minorias na população majoritariamente mestiça em diferentes graus. No segundo Império o Brasil, viveu os anos de mais plena liberdade de imprensa da história.
Primeiro, na Igreja do Outeiro da Glória, relevante desde o império nos eventos religiosos da Família Imperial, onde a solenidade religiosa reuniu uma dezena de religiosos em culto cantado, de corpo presente, que ali foi colocado pelas mãos de marinheiros da Marinha do Brasil. Ao final, toques pela Banda dos Fuzileiros e a salva de tiros previstas no cerimonial. Depois, a ida a Vassouras, cidade em que nasceram muitos dos filhos de D. Pedro Henrique e D. Maria da Baviera, onde estão enterrados, em singelo mausoléu da Família Orleans e Bragança.
D. Antonio era o segundo na linha sucessória, depois de seu irmão D. Bertrand, com o título de Príncipe do Brasil, que passa agora a seu filho D. Rafael. Deixou viúva a princesa Christine de Ligne, de tradicional casa belga e de Luxemburgo, e três filhos. Apesar do silêncio de autoridades e setores da mídia em torno do tema monarquia entre nós, a verdade é que no plebiscito de 1993, sem propaganda e sem recursos, a opção monárquica obteve sete milhões de votos, o mesmo tamanho na época da legenda do PT. A inclusão da monarquia deveu-se ao deputado monarquista Antônio Henrique Cunha Bueno, da bancada paulista que hoje tem entre seus membros um sobrinho de D. Antonio, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, filho do oficial de Marinha D. Eudes, irmão já falecido de D. Antonio.
A presença da Família Imperial na memória e no apreço do povo brasileiro é inquestionável. Exemplos são Pedro II reconhecido como “o maior dos brasileiros”, sua filha Princesa Izabel, a “redentora” signatária da Abolição e de leis anteriores, e Pedro I do Brasil e Pedro IV de Portugal, o autor da independência, como príncipe regente, na ausência de seu pai, D. João VI.
O patrono da Marinha do Brasil é o Almirante Tamandaré, titulado no Império como Marquês de Tamandaré, e do Exército brasileiro, Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. O imperador, suas mulheres, filhos, titulados do Império em todos os níveis estão presentes em cidades, logradouro púbicos, colégios, entidades civis e militares. O Museu Imperial, em Petrópolis, é o mais visitado do Brasil.
D. Antonio serviu ao Brasil até mesmo ao nos deixar aos 74 anos, pois sua morte repercutiu como uma perda relevante para o país. A discrição dele e da Família imperial não afeta o respeito e a admiração dos que conhecem um mínimo de nossa história.
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