COLUNISTA
Aristóteles Drummond
O centro e o centro-direita vivem o problema da falta de valores nas novas gerações para suceder os bons quadros que são poucos, e muitos estão saindo de cena. O momento político e econômico que o Brasil viverá em 2026 talvez seja o mais importante das últimas décadas. As escolhas vão definir o futuro da sociedade e das gerações seguintes. Não vai haver espaço para erros.
A sucessão presidencial é a única parcialmente definida, com os nomes de Lula e Fernando Haddad, pelo lula-petismo e a esquerda, e os governadores Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, pelo centro.
O vice do PT, se não for a recondução de Geraldo Alckmin, que tem a confiança das forças vivas da nação, vai exigir um nome confiável. Na base de apoio ao presidente Lula, a opção pode recair no prefeito Eduardo Paes, do Rio, que tem a simpatia do presidente. No centro democrático, a escolha ficará mais difícil, uma vez que a chance de concorrer com a máquina no poder pedirá um nome de consenso, de trânsito, não podendo ser um militante radical. O nome pode não ser político, mas de um empresário, por exemplo.
Apesar da idade e de não manifestar interesse, o ex-presidente Michel Temer pode ser um nome de união dos centristas, com reconhecimento nacional pelo excelente mandato, atingido pela armadilha plantada de forma desleal e criminosa. O deputado Aécio Neves é outro nome a ser considerado pela larga experiência política e administrativa, além de ser nome nacional.
Fora alguns governadores, os políticos são poucos em condições eleitorais, mas existem nomes conhecidos em outras esferas. Todo cuidado neste momento com a chegada de arrivistas, com bases nas mídias digitais, no populismo, que não teriam a menor condição de liderar uma economia do porte dos problemas dos nossos. No mais, pelo que se prevê, a herança será pesada.
Neste mundo competitivo, em que muitos buscam o seu lugar ao sol, com novos e poderosos atores, como China e Índia, o Brasil não pode continuar a perder importância na comparação com outras nações. Estamos mal na produtividade, na qualidade, na infraestrutura, no ambiente receptivo ao investimento.
Nossa pauta chega a ser ridicularizada em alguns fóruns internacionais. Neste mundo em concorrência, o Brasil discute menos horas trabalhadas, convive com a judicialização nas empresas reguladas e nos contratos, gasta mais do que investe e arrecada, disputa o topo nos impostos. Não se fala de educação e melhora na qualidade da mão de obra. Preferimos formar advogados a engenheiros, médicos, químicos e físicos.
Percebe-se que o ano novo pode ser marcado por muitos escândalos. Muita gente perdeu o juízo.
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