COLUNISTA
Aristóteles Drummond
Os planos de saúde em todo mundo protegem boa parte da população, mas enfrentam crise de confiança. A judicialização, que interpreta os contratos entre as partes e o uso abusivo, seria os maiores responsáveis pelo ambiente passional envolvendo as partes. Juízes não percebem que o aumento dos custos é repassado para as mensalidades e afastam pela via dos preços milhares de famílias que aumentam a pressão no SUS. Boas intenções de efeitos cruéis para os menos favorecidos.
A recente execução do dirigente da maior operadora americana, em plena Nova York, por um psicopata chamou a atenção para o problema.
Consta que a mesma empresa vendeu sua participação no nosso mercado pela interferência do Judiciário e pelo uso mais intenso dos assistidos aqui. Concluíram que a consulta ou exame coberto seria para ser usado a toda hora. O que confirma que de graça brasileiro toma até injeção. O executivo e o legislativo deveriam agir fixando regras nítidas para proteger cerca de 50 milhões de brasileiros assistidos, número que já foi maior. E aí sim definir prazos a serem cumpridos pelas operadoras para liberar procedimentos e internações.
O atendimento no SUS também vive momento delicado. Exceto no Rio, onde existe rede federal, estadual e municipal oriundos dos antigos institutos de previdência, é feito na sua maioria pela rede privada conveniada com tabelas defasadas. Muitas instituições filantrópicas, como as Santas Casas, estão deixando o SUS por falta de condições de arcar com os prejuízos. Tem consultas a 20 reais e diárias hospitalares de 30. Foge ao bom senso a sociedade ser cúmplice de distorções que afetam a vida de todos. O SUS seria excelente se fosse melhor gerido, pois o orçamento é suficiente e os planos podem atender a melhor custo se não sofrer esta investida de magistrados que fazem bondades com o chapéu dos outros. Seus quadros são excelentes e deram prova na pandemia e nas campanhas de vacinação, só agora, nesta gestão ideologizada, estão deixando a desejar.
O setor privado tem de ser estimulado a investir, sendo que são muitas as alternativas a obter melhor rentabilidade, como é o caso dos hospitais de longa internação de qualidade, mas de custos menores, que já é uma realidade nos EUA e até mesmo em São Paulo. E o próprio SUS poderia oferecer vagas por convênios para liberar espaço em seus hospitais.
A competência do setor privado é uma realidade. São empresas altamente conceituadas, como Bradesco, Amil, Dasa, Sul América, Rede D’Or e outras relevantes com hospitais entre os melhores do mundo. O Materdei, de Minas, o Moinho de Ventos, em Porto Alegre, os seis estrelas paulistas colocam o Brasil como referência de medicina moderna e eficiente.
Uma pena se, por caprichos ideológicos, a saúde no Brasil naufragar e não melhorar.
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