Edição: sábado, 28 de junho de 2025

Aristóteles Drummond

COLUNISTA

Aristóteles Drummond

RUY BARRETO: PATRIOTA E IDEALISTA


Aristóteles Drummond



Um olhar sobre personalidades notáveis e exemplares da sociedade no passado revela uma quantidade de patriotas idealistas no setor privado com contribuição efetiva e muitas atuais que podem ser aproveitadas.

O Rio de Janeiro teve no mineiro Ruy Barreto um estudioso de aspectos importantes em sua vida econômica. Homem do café em segunda geração, foi atuante no apoio à exportação, torrefador e pioneiro na indústria nacional do solúvel. Abriu mercados até então desconhecidos como o russo nos anos 70.

Muito jovem, foi elevado à liderança da Associação Comercial do Rio, discípulo do emblemático Rui Gomes de Almeida e vice-presidente de Antônio Carlos Osório; foi a grande voz do empresariado fluminense por décadas. Lançou o movimento "Ação Empresarial" para defender o Rio do esvaziamento provocado pela mudança da capital. No seu tempo, a liderança nacional do comércio era da ACRJ, cuja direção era cumulativa com a federação estadual e a Confederação das Associações Comerciais.

Uma de suas memoráveis campanhas, com base em estudos que incentivou e viabilizou, era a da recuperação de nossos portos pela via da ligação ferroviária aproveitando ramais desativados. Racional como todo bom empresário, lançou a ideia do terceiro trilho para compensar a inacreditável presença de duas bitolas numa mesma região.

Um dos projetos em andamento se refere à ferrovia Ruy Barreto, uma justa homenagem, que ligaria a zona da mata mineira inicialmente aos portos do Rio e Niterói, mas que hoje ganha maior visibilidade com o Porto do Açu, no norte fluminense, bem perto da zona da fronteira com Minas. A Estrada de Ferro Cantagalo foi importante e nunca deveria ter sido desativada. E no acesso ao Porto de Angra, restabelecer traçado que levaria aos nossos portos o café do sul de Minas. O retorno atenderia ao transporte de bens fluminenses para a rica região do estado vizinho. O Porto do Rio tem vocações a serem lembradas e novas, como o terminal turístico de navios de cruzeiros internacionais e passeios pela Baía da Guanabara e arredores.

A sonhada ligação do Rio a São Paulo pelo denominado " trem-bala" não interfere nos projetos de Ruy Barreto, pois o mercado é outro, os investidores seriam outros.

A classe política e empresarial do Rio precisa consultar arquivos e recuperar sonhos e projetos como os que marcaram a vida desse exemplar brasileiro.

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