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quarta-feira, 09 de outubro de 2024


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Douglas Prado

COLUNISTA

Douglas Prado

O difícil segundo turno para a turma de Rubens Bomtempo

Encerrada a apuração de votos, na noite de domingo, a grande curiosidade em relação às eleições para prefeito dizia respeito à posição do prefeito Rubens Bomtempo, no segundo turno. Na bolsa de apostas da política municipal, a maioria espera que Bomtempo libere seus seguidores para que escolham entre Hingo Hammes e Yuri Moura, os candidatos que passaram para o segundo turno, deixando-o para trás. Não se sabe que efeito teria essa decisão, do ponto de vista eleitoral, mas isto livraria os concorrentes do dia 27 próximo de terem de explicar a adesão do prefeito às suas candidaturas, seja quem fosse o escolhido.

Sem surpresas

O resultado adverso colhido por Bomtempo não surpreendeu nem mesmo alguns dos políticos mais próximos a ele. A candidatura oficial tinha pesquisas que mostravam a dura realidade da rejeição inexpugnável e índice de intenção de votos ainda menor que o obtido nas urnas. Depois dos resultados, nem mesmo o bom desempenho de candidatos a vereador ligados à campanha de Bomtempo animou a turma. É que para contar os satisfeitos com as atitudes dos governistas durante a campanha eleitoral não se gasta nem os dedos de uma das mãos. Vários deles estão irritados pela gigantesca preferência dada a alguns candidatos do grupo mais íntimo do prefeito. Há poucas dúvidas de que o futuro prefeito terá facilidade de negociar apoio com muitos deles, formando maioria na Câmara.

Bom reforço

É preciso festejar o reforço ao time de mulheres vereadoras com a eleição de Lívia Miranda (PcdoB). Ela dominou a votação na federação partidária integrada por seu partido, pelo PT e pelo PV, e se junta a Júlia Casamasso e Gilda Beatriz.

Portas abertas para o voto

A candidatura do ex-vereador Leandro Azevedo a vice-prefeito, na chapa do Republicanos, abriu mesmo as portas para a reeleição do presidente da Câmara, Júnior Coruja, com bela votação. Na região que, normalmente, seria dividida entre os dois, caso Azevedo disputasse vaga a Câmara, Coruja teve mais de 2,5 mil votos. Votos suficientes para se eleger sem precisar ir para longe de casa, em Araras-Vale das Videiras.


Posse precavida

A Posse repetiu sua tradição de precaução, de sempre eleger um vereador. Deu boa votação a Marquinhos Almeida (PP), garantindo-lhe a vaga na Câmara e fez dois vereadores candidato à reeleição, Ronaldo Ramos teve até mais votos que Marquinhos, mas acabou ficando na primeira suplência do PSB, suplantado por Léo França e Gil Magno, que se elegeram.

O pouco que faltou

Hingo Hammes deixou de ganhar a eleição no primeiro turno por 114 votos. No comando de sua campanha, muita gente ficou lamentando pequenos movimentos que poderiam ter garantido a vitória no primeiro turno, mas que não foram feitos. Aliados do vereador Dudu, por exemplo, dizem que ele poderia ter contribuído com estes votos para que Hingo vencesse no primeiro turno, mas o candidato foi deixado sem apoio financeiro. Pode-se dizer a mesma coisa em relação a Rubens Bomtempo. Outrora campeão de votos, ele deixou de ir para o segundo turno por 843 votos.

Poder na Câmara

Fred Procópio carimbou seu passaporte de favorito na disputa pela presidência da Câmara entre os eleitos que apoiaram Hingo Hammes. Seu adversário mais forte seria o atual presidente, Júnior Coruja, se, até a eleição, no dia 1º de janeiro continuar no ar o tempo de entregar a Câmara a Léo França, o aliado mais próximo de Rubens Bomtempo. Em caso de vitória de Yuri Moura, no segundo turno, as apostas recaem sobre Júlia Casamasso.

Orçamento

Por falar em Câmara, é prudente que os candidatos Hingo Hammes e Yuri Moura mantenham um olho na campanha e outro na Câmara Municipal, onde está sendo examinado o orçamento de Petrópolis para 2025. A proposta prevê transferências de saldos orçamentários para cobrir despesas que chegam a R$ 523.722.766,36. É difícil imaginar de onde possa sair esse dinheiro.

Armadilhas 1

Os candidatos também deveriam ficar atentos a algumas armadilhas que podem ser armadas por Rubens Bomtempo: deixar de pagar pelo serviço de coleta de lixo, para que haja nova greve nas vésperas do fim do governo, resultando em uma cidade ainda mais inundada pelo lixo nos primeiros dias da nova administração, além, é claro, do compromisso financeiro a cumprir. Deixar de pagar o 13º salário dos servidores: isso pode acontecer um pouco por maldade e outro por falta de dinheiro, aí o novo prefeito teria de pagar dois meses em um.

Armadilhas 2

Outra armadilha é dar calote em débitos que podem resultar em arresto de saldo em contas carimbadas do município, cujos valores precisam ser rapidamente repostos, sob risco de graves perdas provocadas pela impossibilidade de obter recursos federais, como é o caso do débito de R$ 100 milhões do empréstimo contraído com a Caixa Econômica. Nenhuma dessas armadilhas é novidade. Esses truques já foram usados para engrossar a herança deixada por Bomtempo para Bernardo Rossi, na virada de governo de 2016 para 2017.

Armadilhas 3

Mas não se pode duvidar da criatividade do atual governo municipal: é possível que Bomtempo lance mão dos R$ 30 milhões que sobraram, depois dos saques irregulares feitos este ano, em montante superior a R$ 24 milhões, nas contas do fundo de previdência dos servidores municipais. Esse dinheiro precisa ser devolvido, sob risco de Petrópolis ser inscrita no Cauc o SPC dos governos -, se é que ainda não está nessa lista dos municípios sem crédito, impedidos de receber recursos federais, exceto as transferências obrigatórias.

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