COLUNISTA
Mesmo fazendo parte da Região Metropolitana apenas no papel, Petrópolis deveria reivindicar uma obra de caráter metropolitano, mas que mexe profundamente com os interesses de dezenas de milhares de petropolitanos. Alguém precisa conversar com o prefeito do Rio e com o governador do estado, sobre o estrangulamento representado pelos acessos à Linha Vermelha, direção Rio, e à Avenida Brasil. Todas as manhãs, os engarrafamentos no trecho final da BR-040 atormentam a vida de petropolitanos. Há quem esteja saindo de casa, em Petrópolis, antes das 4h, para chegar ao trabalho, ao local de estudo ou de assistência médica. Depois disso, perde-se horas naquele trecho.
Talvez alargando a alça de acesso à Linha Vermelha e as passagens de saída para a Avenida Brasil, seja possível reduzir um grande problema petropolitano. Uma viagem entre Petrópolis e a UFRJ, no Fundão, que poderia ser feita em pouco mais de uma hora, leva mais de duas horas. Além do tempo perdido, há riscos concretos quanto à segurança, porque nunca se vê um único policial na área afetada. O assunto merece estudos e, seja qual for a solução para essa situação absurda, é preciso urgência na sua adoção. Aliás, o local por onde passam os veículos em direção à Avenida Brasil fica no acesso à tristemente famosa comunidade de Israel, onde, há alguns dias, houve tiroteio e mortes, envolvendo policiais e traficantes.
O resultado eleitoral dá ao prefeito eleito Hingo Hammes uma representatividade poderosa. E ele vai precisar dessa força e desse apoio para enfrentar os problemas que vai encontrar na Prefeitura. O que os petropolitanos que votaram nele esperam é que tenha apoio dos governos estadual e federal, para tirar o município da situação pré-falimentar em que se encontra situação confessada pela administração que ainda está por aí.
O vereador Fred Procópio só não será o próximo presidente da Câmara se não quiser.
A eleição para presidente da Câmara só não está no Centro dos debates políticos, porque a ação movida contra o PSB pelo vereador Mauro Peralta pode modificar o grupo dos eleitos, até mesmo excluindo os socialistas que estão hoje na lista dos eleitos.
Encerrada a contagem de votos para prefeito, o vencedor Hingo Hammes fez um discurso conciliatório, que versou muito bem sobre governar para todos. É um bom sinal. É possível que estejamos caminhando para retomar o diálogo interrompido nos últimos anos entre a população e seu governo. Por seu lado, Yuri Moura falou sobre sua disposição de continuar lutando por Petrópolis, como deputado estadual. Bom para todos.
Essa história de Teresópolis ter desistido da ação que acabou com o ICMS a mais que Petrópolis recebeu por mais um ano, com base em um acordo feito pelos prefeitos dos dois municípios, parece mais um truque de Rubens Bomtempo. Mas, é preciso acompanhar com atenção qualquer chance de melhorar a receita de Petrópolis. Especialistas dizem que é conversa fiada. O Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Serrana (CIS-Serra) é uma iniciativa que reúne municípios da Região Serrana e não teria condições de participar de tal negociação, pagando a Teresópolis o que o município perde com o ICMS a mais para Petrópolis. Se houve mesmo acordo, dizem os especialistas, ele é nulo. O consórcio não tem entre suas atribuições financiar negociações entre dois municípios, que não dizem respeito ao seu objeto final.
Aconteceu com o prefeito Rubens Bomtempo o que ninguém acreditava que fosse possível, perder a supremacia sobre o eleitorado de esquerda, que ele sempre dominou, nos últimos quase 25 anos. O sinal mais claro que ele sentiu o golpe está no fato de ter recomendado ao PSB que votasse em branco, recomendando expressamente que, quem não quisesse perder o voto, em nenhuma hipótese votasse em Yuri Moura. Não só pelo fato de Yuri tê-lo deixado fora do segundo turno, mas porque Bomtempo, de olho no futuro, escolheu-o como seu adversário preferencial. Yuri não pode reclamar, porque tem dado certo ser adversário Bomtempo. Em jogo as eleições proporcionais de 2026.
Continua difícil a situação do prefeito Joacir Barbaglio Pereira, o Joá, que foi o mais votado nas eleições para prefeito da vizinha Três Rios. Ele foi considerado inelegível, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral e perdeu novamente, por 5 votos a 2. Agora, deve recorrer ao TSE. Se perder, a cadeira de prefeito deve ser entregue ao segundo colocado, Vinícius Farah.
Fiel aliado do deputado Hugo Leal, Flávio Amieiro deixou o cargo de subsecretário de Energia e Economia do Mar. Vai assumir a mesma função na também poderosa Secretaria de Estado de Obras.
Alguns nomes são considerados certos na administração Hingo Hammes, embora ele mesmo não tenha citado ninguém. O vereador eleito Aloísio Barbosa Filho deve voltar para a Saúde; Juliana Fernandes, para a Comunicação Social ou para cargo importante no Gabinete; e Wagner Silva tem grande chance de voltar a presidir a Comdep, que está precisando de alguém que a coloque nos trilhos. Quem convive com a turma do prefeito eleito diz que ele pode escolher pelo menos mais um vereador para compor seu governo.
Bernardo Rossi dedicou enorme gentileza aos desafetos, que o atacaram e queriam vê-lo fora da campanha eleitoral. Ele insistiu até conseguir que Hingo Hammes acolhesse Baninho como seu candidato a vice E viu-se que deu certo. Não só pelo resultado geral, mas pelos números mais específicos. Basta consultar os resultados das urnas eleitorais na região do Quitandinha, área de atuação de Baninho.
O PT trabalha para reunir suas bases e se recompor com seus eleitores em Petrópolis. São aguardadas mudanças na direção antes do fim do ano. Nomes como Renato Freixiela, Anderson Juliano e Silmar Fortes devem voltar a ter voz ativa no partido. A deputada Benedita da Silva apoia e defende as mudanças.
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