COLUNISTA
Os medicamentos sofreram reajuste de até 4,5%. Uma preocupação a mais, especialmente, para quem depende de produtos de uso contínuo. O pequeno alívio que têm ocorre somente em negociação de balcão. De um modo geral, o empregado da farmácia está autorizado a dar desconto. Quem não tenta conseguir a redução, paga integralmente o preço salgado. Esta farra, que inclui a maioria esmagadora das farmácias, precisa receber, imediatamente, atenção do Procon (municipal e estadual). Não é possível mais fingir que está tudo legal nesse descontrole de preços. Para chegar no âmago desse problema, é preciso investigar como funcionam as redes de farmácias, seu sistema de franquias, e os serviços de venda pela internet tudo sem controle. Para começar, é preciso verificar se as normas de zoneamento estão sendo observadas no licenciamento do grande número de farmácias existentes. E investigar porque poucos proprietários possuem tantas marcas. Há alguma coisa estranha no mundo das farmácias.
O grupo do ex-prefeito Bernardo Rossi está confiante com relação à escolha do ex-vice-prefeito Albano Filho, o Baninho, como candidato a vice-prefeito na chapa de Hingo Hammes, nas eleições deste ano. Pelas contas da equipe de Bernardo, Baninho vai se inscrever no PL, numa reunião que pode até mesmo ocorrer na presença do governador Cláudio Castro, e sairá ungido como candidato a vice. Embora não haja uma única manifestação pública de Hingo Hammes a respeito do nome de seu candidato a vice, sabe-se que ele prefere outra solução. Que não é também o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Petrópolis, comerciante Cláudio Mohammad, nome defendido pelo presidente regional do MDB, Washington Reis. Essas duas soluções têm, aparentemente, a oposição de outros partidos e políticos importantes que participam da campanha de Hingo.
Amigos do ex-prefeito Leandro Sampaio garantem que o projeto de disputar a Prefeitura ainda este ano não foi abandonado, embora esteja sendo tocado com total discrição. Para saber antes das convenções partidária de julho, é preciso apenas acompanhar as relações de filiações a partidos políticos e verificar, depois do dia 6 próximo, se ele está regularmente inscrito em um deles.
Percebe-se um certo ciúme entre vereadores das relações entre o presidente da Comdep, Léo França e o vereador Júnior Paixão. Tem a ver com a realização de obras, pela Prefeitura. Léo, aliás, está em franca recuperação e retomando aos poucos o ritmo de trabalho, depois de enfrentar complicações provocadas pela dengue. E pode dar uma boa medida de sua força, se conseguir emplacar o sucessor na Comdep, quando se desincompatibilizar para disputar uma vaga na Câmara.
A Secretaria de Estado de Fazenda ainda não se pronunciou sobre se terá de exigir ou não que Petrópolis seja obrigada a restituir os cerca de R$ 400 milhões recebidos graças a mudanças no cálculo da cota do imposto destinada a Petrópolis. A bondade foi derrubada no STF. Ao derrotar Petrópolis, o tribunal automaticamente deu ganhou aos municípios que deixaram de receber esse dinheiro. Se a decisão for pela devolução, a crise das finanças municipais, que já é explosiva, pode ser estendida ao longo dos próximos governos. Além de pagar as novas despesas criadas por Rubens Bomtempo, a Prefeitura terá de arranjar dinheiro para devolver o gigantesco bolo recebido. Ainda dá para ser otimista. Mas é preciso muito otimismo para acreditar que o processo será julgado pelo colegiado ou mesmo numa turma, que decida derrubar a liminar desfavorável a Petrópolis. Ou imaginar que os municípios prejudicados não se interessem em recuperar o que deixaram de receber. Otimistas de lado, se houver algum, o rombo é gigantesco. E não parece haver nenhuma autoridade disposta a falar a respeito.
Começaram a ser publicadas as demissões de servidores estaduais que vão disputar eleições para a Câmara de Vereadores. Entre os petropolitanos conhecidos estão Wesley Barreto e Djalma Januzzi. O Diário Oficial do Município está atrasado, como sempre, mas deve vir recheado de exonerações dos que vão concorrer. As decisões de fato sobre candidaturas a vereador só se darão em julho, nas convenções partidárias, mas ninguém que não esteja filiado esta semana, que não tenha domicílio eleitoral no município, ou que não tenha se desincompatibilizado poderá participar.
A julgar pelo Diário Oficial da Prefeitura o último a ser publicado foi o do dia 27 de março não pingou um único tostão sequer de verbas emergenciais para ajudar no socorro às vítimas do último temporal e na recuperação da cidade. Os registros de recursos existentes datam de 2022.
Sessenta anos depois de sua deposição do presidente João Goulart pelo golpe militar de 1964, sua família pôde receber, finalmente, o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Juiz de Fora, que lhe havia sido conferido na época. Os filhos Denize Goulart e João Vicente Goulart foram receber a homenagem, prestigiada por autoridades de Juiz de Fora, professores, alunos e muitos amigos, como o jornalista Ruy Nogueira, que registrou a presença de caravanas do Rio, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo.
Denize Goulart recebe o título dado a Jango, na UFJF / Divulgação
Políticos que se consideram impunes deveriam ter a prudência de verificar o que aconteceu com a ex-deputada Almerinda de Carvalho, que teve mandatos pelo PFL e pelo PPB. Ela estava sentada na sua cadeira de secretária municipal de Assistência Social de São João de Meriti, quando chegaram os policiais que a levaram presa, 18 anos depois de seu envolvimento na Máfia das Ambulâncias, que terminou em sua condenação. Um tipo de desfecho assim pode estar reservada para os que hoje se vangloriam de ter os melhores advogados.
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