COLUNISTA
Há fila de fornecedores e prestadores de serviços tentando receber o que a Comdep lhes deve. E todos saem desanimados e até desesperados, porque não há previsão de pagamentos. Alguns já suspenderam fornecimento de equipamentos e estão suspendendo atividades. As dívidas da Comdep são imensas. Além de R$ 300 milhões de débitos fiscais sem contar correção, juros, multas e outros acréscimos a Comdep deve perto de R$ 40 milhões. Sem expectativa de receber, muitos credores estão dispostos a abandonar o que estão fazendo. Isso impacta em dezenas de serviços prestados à cidade, mas, principalmente, na coleta e destinação final do lixo.
Há ordens na Comdep para que não sejam dadas informações sobre o montante das dívidas e a programação de pagamentos, mas os credores assustados são muitos e as informações circulam. Somente para pequenos fornecedores a Comdep deve R$ 4,5 milhões. Dá para imaginar que este calote deixe dezenas de pequenos negócios passando dificuldades. A dívida trabalhista, referente apenas a ações transitadas em julgado quando não cabem mais recursos chega a R$ 1,5 milhão, o que envolve também centenas de famílias.
Os fornecedores da cesta básica que a Comdep dá aos seus trabalhadores têm crédito de R$ 1,8 milhão; a instituição de assistência social que fornece o café da manhã e pão tem a receber R$ 450 mil; fornecedores diversos de material de construção penam para receber R$ 1,5 milhão. O pendura nos postos que fornecem combustíveis e lavam caminhões e outros veículos da Comdep já está em R$ 2,8 milhões; pagamento de caminhões de coleta locados e outros equipamentos em atraso soma assustadores R$ 20,2 milhões. E ainda sobram pequenos contratos diversos, que alcançam R$ 700 mil. E há também a conta atrasada dos aluguéis de carros, que alcança R$ 450 mil. E tudo o mais a que não se tem acesso algum.
Hingo Hammes deu o primeiro passo para a formalização da transição governamental. Protocolou na Prefeitura ofício dizendo estar pronto para indicar a equipe que o representará nos trabalhos de preparação para receber o governo no dia 1º de janeiro.
O prefeito eleito, Hingo Hammes, e o vereador Fred Procópio percorreram gabinetes de deputados federais, durante a semana, na Câmara dos Deputados. Aproveitaram os últimos dias de prazo para conseguir emendas parlamentares para projetos petropolitanos. Numa outra etapa, Hingo pretende abrir caminhos para Petrópolis nos ministérios.
A opinião é de um experiente ex-vereador: se os adversários imaginam que o vereador Júnior Coruja pode ser derrotado facilmente na sua tentativa de se reeleger presidente da Câmara, é melhor terem mais cuidado. Coruja não só tem boas relações com os vereadores, mas também começa a reunir apoios. Rubens Bomtempo e Hugo Leal são considerados os parceiros de primeira hora.
O grupo que trabalha para reconstruir o PT petropolitano, integrado, principalmente, pela ex-secretária Aparecida Barbosa e pelos ex-vereadores Renato Freixiela, Silmar Fortes e Anderson Juliano, tem forte apoio na área sindical. Francisco Lima, do Sindicato dos Metalúrgicos, está integrado ao esforço e muito otimista em relação ao futuro da agremiação em Petrópolis.
A operação de coleta e destinação final do lixo urbano muda de endereço: deixa a Comdep e vai para a Secretaria de Segurança e Serviços Públicos, no próximo governo.
Há boas vozes defendendo que Fernanda Ferreira, da Comac, tenha espaço no governo Hingo. Falam em Comdep. Mesmo desidratada, com a perda do seu maior contrato do lixo a Comdep ainda tem bons atrativos.
Já está nas comissões da Assembleia Legislativa projeto do deputado Luiz Paulo (PSD) que prevê a redução gradual do montante de incentivos fiscais concedidos pelo estado, até que atinja 1% do PIB estadual, até 2032. O projeto inclui metas anuais de redução e revisão de todos os incentivos fiscais, com extinção imediata dos concedidos a empresas que não comprovem benefício econômico ou social para o Estado. As regras serão mais duras e exigem manutenção do nível de emprego,
Talvez seja o caso de nossas autoridades darem uma olhadela nesse projeto, com o objetivo de também verificar onde estão e que reciprocidade e contribuição oferecem os beneficiados pelos incentivos municipais. Especialmente no que diz respeito à manutenção de empregos.
Aposentados que ligaram para o Inpas, perguntando sobre o depósito de seus benefícios, que não foi feito, conforme era rotina, no mesmo dia do pagamento dos funcionários da ativa, receberam a explicação: a Prefeitura não repassou os recursos para cobrir a folha.
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