COLUNISTA
O prefeito Rubens Bomtempo deve estar muito ocupado por causa do feriadão que decretou, certamente preocupado com a grande quantidade de chefes de estado que Petrópolis está recebendo, por conta da reunião do G20, no Rio. Só assim para justificar a falta de explicações. Ele não diz por que a coleta do lixo entrou em colapso em Petrópolis, nem anuncia as medidas que está tomando ou pretende tomar para corrigir o problema. E quando deixaremos de ter monturos de lixo não recolhido em ruas de todos os bairros em alguns, há montanhas de lixo. Esse lixo todo, não coletado, vai entupir bueiros, será levado para o leito dos rios ou vai descer pelas encostas, quando cair a primeira chuva forte. Até aqui, Rubens Bomtempo era uma ausência de que o petropolitano nem se dava conta. O lixo na rua faz a população lembrar dele.
O lixo nas ruas não é um problema qualquer. A sujeira atrai ratos e insetos e produz mau cheiro. Além disso, apresentando-se imunda aos olhos e olfato dos visitantes, Petrópolis vê destruída a imagem de cidade agradável e hospitaleira de que costumamos nos orgulhar. A imundice nas calçadas e, muitas vezes, nas ruas inteiras é um ataque a uma importante vocação petropolitana, a do turismo. O lixo não é o único problema grave que a cidade enfrenta, mas precisa ter solução imediata, por conta de suas consequências ambientais, sanitárias e econômicas. Não dá para esperar novo governo. É preciso reagir imediatamente. Se já houve intervenção em empresa de ônibus, por que não intervir no serviço de coleta de lixo, que não está funcionando. As instituições devem ter meios para tirar o governo municipal da paralisia em que se encontra.
Em entrevista ao repórter Wellington Daniel, o prefeito eleito Hingo Hammes revelou sua preocupação com as dificuldades financeiras e orçamentárias. Tem razão. Vai herdar uma montanha de dívidas e um orçamento insuficiente dura no máximo 10 meses. Os gastos previstos para alguns setores são suficientes para apenas seis meses.
Em matéria de emergências municipais, seria prudente que os indicados por Hingo Hammes para a equipe de transição de governo façam perguntas ao atual governo sobre como andam as contas da Prefeitura na Enel. Cautela nunca fez mal a ninguém.
Hingo Hammes iniciou a semana com nova incursão a Brasília. Com agenda mais estratégica do que na primeira visita como prefeito eleito à capital.
Com todas as dificuldades, Petrópolis ainda mantém sua força de atração turística. Muito pelo feriadão improvisado, e também à realização do festival de rock no Parque de Itaipava, os hotéis da cidade registram 92,3% de ocupação. Só perde, no interior do estado, para Arraial do Cabo (98,2%) e Miguel Pereira (96,8%). Vassouras (91,1%) e Angra dos Reis (90,1%) estão no encalço. Se pensarmos em termos de competição, ganhamos bem de Cabo Frio (86,2%).
A importância econômica do setor turístico poderia ser maior, se a cidade atendesse de forma profissional os visitantes, ao contrário de desestimulá-los, como ocorre atualmente. Trânsito complicado e irritante, sujeira nas ruas, maus serviços nos terminais de ônibus Novo Rio e Bingen, e ônibus em número e horários insuficientes são um breve contra o turismo. E não há uma só autoridade cuidando desses problemas.
O ex-vereador, ex-vice-prefeito e ex-secretário municipal muitas vezes Oswaldo da Costa Frias Filho, falecido na última semana, dedicou sua vida à política municipal e à advocacia, suas duas paixões. Filho do também ex-vereador Oswaldo da Costa Frias, ele começou cedo na política. Era da mesma geração de Luiz Carlos Soares também eleito vereador em 1966. Os dois jovens deixaram a Arena, partido pelo qual foram eleitos, e foram para o MDB, onde fizeram história, ao lado do então jovem prefeito Paulo Gratacós. Eram vereadores quando assumiu a Prefeitura o também muito jovem Paulo Rattes, em 1969. Atento e combativo, Oswaldo sempre esteve presente na política petropolitana e fluminense. Deixou Thaís, companheira de quase 40 anos, filhos e netos. E uma legião de amigos.
Há em preparação pelo menos duas ações na Justiça Eleitoral contra vereadores eleitos. Uma delas com capacidade de influir na eleição para presente da Câmara.
O desembargador petropolitano Alexandre Teixeira de Souza teve papel importante na organização do encontro de Hingo Hammes com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, realizado no Rio.
Será na próxima segunda-feira, às 19h30, no Cine Teatro Humberto Mauro, do Centro de Cultura, a pré-estreia do filme “Cidade esquecida: um documentário sobre as pessoas em situação de rua de Petrópolis”. A direção é de Rodolfo Medeiros e a produção de Marise Simões. É um esforço importante para a compreensão desse intrincado problema social .
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