COLUNISTA
Teve clima cordial e bem-humorado a reunião promovida pelo governador Cláudio Castro com prefeitos da Região Serrana. Petrópolis foi representada pelo prefeito eleito Hingo Hammes e seu vice, Albano Baninho Filho, e ainda contou com a presença do secretário estadual de Ambiente, Bernardo Rossi. Não é, certamente, a reunião de trabalho que Hingo Hammes precisa ter com o governador, já que está diante de problemas gravíssimos que vai herdar do atual governo, e vai precisar muito do governo do estado, mas é um primeiro passo. Era preciso romper o isolamento.
É certo que haverá uma reunião mais técnica para tratar de Petrópolis, no Palácio Guanabara. São muitos os problemas para os quais o município vai precisar de socorro. Hingo Hammes já deve ter escolhido suas prioridades absolutas. Não é fácil, porque há armadilhas em praticamente todos os setores. Vai receber dívidas e nenhum dinheiro para pagá-las. Um orçamento menor e recursos reduzidos. Depois da posse, chegará a vez de projetos. Encontrar caminhos para conviver corretamente com o governo federal é outra tarefa inadiável.
A informação dada pela Prefeitura na última terça-feira, de que em 10 dias vai regularizar a coleta do lixo, merece algumas reflexões. Um verdadeiro milagre. Mas, há realidades que põem em dúvida esse projeto. Como será regularizado o fato de a coleta de lixo custar hoje três vezes mais do que custava há pouco mais de um ano? Como será regularizado o fato de, além de pagar mais, a Prefeitura ter se responsabilizado pela contratação dos coletores que trabalham nos caminhões de coleta? Que solução será dada para regularizar o transporte do lixo coletado até o depósito de Três Rios? Aliás, dizem os especialistas que a transferência do lixo ficou mais cara, quando deixou de ser feita para Nova Iguaçu e passou para Três Rios.
Outras realidades que atrapalham o milagre oficial sobre o lixo: como recolher as toneladas de lixo deixadas nas ruas nas últimas muitas semanas? Mesmo que isso fosse possível, o que dizer das montanhas de entulho que estão, algumas, intocadas nas ruas há vários meses? As máquinas e caminhões vão reaparecer, milagrosamente? E a coleta seletiva, que foi desativada pelo governo, volta a funcionar num passe de mágica? E as contas atrasadas relativas a esses serviços serão atualizadas? É preciso ser um milagre muito forte.
Há muita apreensão nos corredores governamentais e também entre o funcionalismo, com relação ao pagamento de salários de dezembro. Situação e oposição torcem para que esses problemas sejam resolvidos a tempo. Os servidores municipais não são responsáveis pela má gerência administrativa e financeira que levou à situação atual e não devem pagar por isso. E muito menos os aposentados.
A Justiça Eleitoral deu andamento ao processo movido pelo vereador Mauro Peralta, que pede a impugnação de toda a chapa de candidatos do PSB, por descumprimento das regras na formação da chapa de candidatos, que não teria respeitado a proporcionalidade entre candidatos e candidatas. O processo corre em segredo de Justiça. Se a impugnação for decretada, o TRE terá de recalcular o coeficiente partidário. Sairiam os vereadores do PSB e entrariam de outros partidos. A expectativa é que haja decisão até o dia 19 de dezembro, quando haverá a diplomação dos eleitos.
Só houve saques no fundo previdenciário dos servidores de Petrópolis. Nenhum depósito. R$ 5,7 milhões, em maio; R$ 7,9 milhões em junho; R$ 9,8 milhões em julho; R$ 10,7 milhões em agosto; e R$ 19,2 milhões em setembro. Em outubro teriam sido apenas R$ 460 mil, a conferir. Fora os dois saques autorizados judicialmente, cujo valor total se desconhece. Do que é sabido, o prefeito tirou R$ 57,9 milhões do fundo pertencente aos servidores de Petrópolis. Dinheiro que deveria ser capitalizado e muito bem aplicado, para garantir aposentadorias no futuro. Esse abacaxi cai no colo de Hingo Hammes já nos primeiros dias de administração.
É também de apreensão o clima entre os lojistas do Centro Histórico. Muitos planejaram seus estoques na esperança de que teríamos um grande Natal Imperial. A festa atraía grande número de petropolitanos, que acabavam aproveitando o fato de as lojas estarem funcionando com horários estendidos. Sem festa, o fluxo cai e isso pode influenciar negativamente no volume de vendas.
Hingo Hammes tem evitado falar sobre preenchimento dos cargos principais na administração municipal, a partir de 1º de janeiro, mas, no seu grupo político mais próximo, três nomes são dados como certos. Dos três que ele indicou para a equipe de transição: Fábio Júnior, Rosângela Stumpf e Fernanda Ferreira. São ocupantes certos de primeiro escalão.
O Val Marchê misto de café e supermercado do Valparaíso virou escritório para reuniões políticas. Na última quarta-feira, estiveram lá, em mesas separadas: Gualter Salles, Rodriguinho Bueno e Albano Baninho Filho; Hingo Hammes e o vereador eleito Marquinhos Almeida; e, em outra o vereador Dudu e o vereador Thiago Damaceno.
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