COLUNISTA
O espanto foi geral, na Câmara. Vereadores descobriram que os convites feitos a secretários municipais, que seguiam os caminhos oficiais para o Executivo, não estavam chegando às mãos dos destinatários. Sem saber do convite, eles não apareciam e produziam efeitos negativos na imagem dos vereadores. E ficou ainda mais complicado quando um ocupante de importante cargo de primeiro escalão disse ao vereador que o havia convocado, que, se tivesse sido avisado a tempo, iria com prazer dar informações sobre seu trabalho.
Agora, embora faltem poucos dias úteis de trabalho para os vereadores, será interessante acompanhar o interesse que alguns vereadores ainda têm em ouvir explicações do presidente da Comdep, Anderson Fragoso, sobre a grave crise do lixo. Já sabem, por exemplo, que podem enviar os convites para o e-mail do presidente.
Pensando bem, este esforço de tratar a crise do lixo, a poucos dias do Natal, do fim do ano e do fim do mandato do atual prefeito, tem pouco efeito para solução dos problemas. O que pode valer é o registro histórico de causas e responsáveis pelos maus momentos que a cidade está passando. É o jeito de evitar, no futuro, retornos indesejados. Todos os caminhos previstos em lei para corrigir rumos estão comprometidos, desgastados pela falta de dinheiro. Útil seria revelar onde o dinheiro foi gasto. Onde está sendo gasto, aliás.
Hoje é dia de evento de adoção de cães e gatos do Gapa-MA, na varanda do Parque de Exposições de Itaipava. Não é obrigatório, mas bandeiras do Botafogo são bem-vindas. A Gapa tem na sua diretoria do ex-presidente do campeão da Libertadores, Carlos Eduardo da Cunha Pereira.
Não será surpresa se o vice-prefeito eleito Albano Baninho Filho for convidado pelo prefeito eleito Hingo Hammes, a assumir um cargo de primeiro escalão no governo municipal, a partir de janeiro. Há quem aposte na Secretaria de Meio Ambiente.
Em um outro caso, muita gente ficará surpresa se Hingo Hammes convidar seu coordenador de equipe de transição para assumir a Secretaria de Fazenda. Surpresa não pelo convite, mas pela posição. É que todos achavam que o destino de Fábio Júnior seria a Chefia de Gabinete do Prefeito. Pois é exatamente por estar nesse grupo mais próximo do prefeito que Fábio pode ser chamado para a Fazenda, onde o abacaxi a descascar não é coisa para amador. E é preciso sintonia fina com o prefeito.
O desafio do próximo governo é muito grande. É preciso não apenas reorganizar as finanças, que vai ser um trabalho duríssimo, mas também recuperar as receitas municipais. Os números relativos a transferências de recursos para Petrópolis, pelo governo do estado, mostra que estamos afundando rapidamente. De sexta economia do estado, que já fomos, passamos para a 12ª posição. É fundamental reorganizar nossa economia, fazê-la crescer, porque o governo estadual só pode nos repassar as receitas relativas ao que produzimos.
O vereador Júnior Paixão também quer disputar a presidência da Câmara, no dia 1º de janeiro. Tem dito isso, claramente, a colegas vereadores.
Pelas contas do MP, o prazo de 10 dias fixado pelo próprio prefeito Rubens Bomtempo para regularizar a coleta de lixo em Petrópolis terminou ontem. Assim, a segunda-feira pode ser de dor de cabeça para o governo municipal. Quem mora nos bairros ou circula pela cidade sabe disso perfeitamente: o governo fracassou. Não foi possível sequer constatar alguma tentativa mais séria de tirar a sujeirada acumulada das ruas.
Vereadores reeleitos têm conversado sobre o assunto. Acham que é agora o momento oportuno para enfrentar a necessidade de cumprir dispositivo constitucional e fixar o número correto de vereadores para Petrópolis. O novo número só valeria nas eleições de 2028. Se o IBGE disser que o município chegou aos 300 mil habitantes, são 23 vagas. Menos de 300 mil, são 21. É o que diz a Constituição que, como se sabe, não sugere, determina.
Se fizerem isso, dá para acreditar até mesmo que colocarão as contas de governo de prefeitos em votação. Nesse quesito, o mundo está parado desde 2016. Mas, esse movimento, se acontecer, será depois do fim deste ano.
O deputado estadual Yuri Moura está mesmo decidido a não deixar de lado os temas municipais. Ele é autor de nova denúncia contra o prefeito Rubens Bomtempo ao Ministério Público por crime ambiental. Ele pede apuração de crimes e ações urgentes para proteger saúde pública e o meio ambiente. Na denúncia ao MP o deputado petropolitano pede investigação sobre “possíveis práticas ilícitas que envolvem negligência, omissão administrativa e dano ambiental em Petrópolis, cidade inserida em uma Área de Proteção Ambiental (Apa) da Mata Atlântica. Se o deputado conseguir avançar nesse trabalho, talvez no futuro os prefeitos não ousem desmontar serviços essenciais para a cidade, como a coleta de lixo e limpeza urbana.
Na última quarta-feira, a primeira exibição fechada do documentário ‘Cidade Esquecida’ foi marcada por emoção e reflexões. O filme de 45 minutos, que aborda a vida dos moradores em situação de rua de Petrópolis, teve direção de Rodolfo Medeiros e produção executiva de Marise Simões. O público escolhido foram os alunos da Escola Paroquial São Pedro de Alcântara, em um momento que uniu arte e conscientização. Após a exibição, um bate-papo animado e sério reuniu a diretora Flavia Marinho, coordenadores e os alunos, que puderam discutir os desafios da produção e a importância de dar visibilidade a histórias muitas vezes ignoradas. Um encontro que provou como o cinema pode abrir caminhos para o diálogo e a transformação social.
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