COLUNISTA
As más notícias sobre a ruinosa herança financeira deixada por Rubens Bomtempo, que Hingo Hammes vai assumir no dia 1º de janeiro, não param. É um ataque atrás do outro às leis e ao bom senso, minando o futuro governo. Um calote aqui, outro ali; uma dívida aqui, outra ali; um avanço sobre dinheiro que não poderia ser mexido e que precisa ser devolvido, aqui, outro ali. Feitas as contas, o valor já ultrapassa o orçamento e suas receitas possíveis em 2025. Isso obriga Hingo a frear a máquina e negociar muito, a reduzir investimentos e escapar dos perigos de ficar sem recursos federais, por conta das trapalhadas da atual administração. Esta última história, sobre o uso de dinheiro do projeto Finisa um fundo de financiamento de obras públicas gerido pela Caixa Econômica é tão perigosa quanto a apropriação irregular de dinheiro do fundo de previdência dos servidores, e o não recolhimento de contribuições sociais. São muitos milhões movidos de forma irresponsável. E não se pode esquecer da multimilionária aventura do ICMS a mais, que pode ter deixado um pendura de R$ 500 milhões. Para se defender disso, Hingo terá de atacar. Ele terá de denunciar cada uma dessas armadilhas. E não apenas para dar satisfação ao eleitor/contribuinte/cidadão, o que já seria louvável, mas, principalmente, para movimentar o Judiciário. Em alguns casos, até mesmo a polícia.
Para conseguir denunciar as múltiplas trapalhadas do atual governo, Hingo Hammes terá de obter informações precisas sobre o que vai receber de Bomtempo e os documentos comprobatórios. Vai precisar, portanto de auditorias sérias em vários setores. Obrigatoriamente, terá de submeter a auditoria-investigação o Sehac, a Comdep e a CPTrans. No caso do Inpas, ele precisa entender como Rubens Bomtempo pôde invadir o fundo previdenciário dos servidores, sem consentimento do comitê responsável por sua gerência e fiscalização. Nos outros setores, pode determinar auditorias internas, para identificar os problemas que passam a ser seus, no dia 1º de janeiro.
O projeto e o preço da coleta de lixo em Petrópolis é mais perto do desastroso do que uma simples incompetência administrativa. Isso é verdade. Mas, não há nenhum mistério por trás do agravamento da crise, nos últimos meses. É sabido que a empresa que atua no setor não está recebendo pelos serviços prestados. Se não recebe regularmente, como poderá arcar com os custos do seu trabalho?
E é aí que reside o problema mais grave: sem dinheiro, como a empresa vai dar manutenção aos caminhões, que são sua responsabilidade na coleta de lixo. A autoridade que quiser conhecer a realidade, que visite o local onde os caminhões são guardados e conte quantos deles estão sobre pedaços de madeira, quantos deles foram canibalizados, quantos deles estão sem o motor. Depois, é só fazer contas: a Prefeitura contrata 42 caminhões coletores de lixo, que trabalham em dois turnos: 21 durante o dia e 21 durante a noite. Na realidade, hoje, apenas 20 ou 21 caminhões estão em condições de transitar e são expostos a jornada dupla e viagens até Três Rios. É assim que a coleta fracassa, e já faz muito tempo. Se alguém se interessar em fazer essa visita aos caminhões, que faça também a gentileza de verificar se a Prefeitura continua pagando pelos caminhões que não rodam.
E mais: o que está escrito no contrato vale para as duas partes: a Prefeitura paga e a empresa coleta o lixo. Se a Prefeitura não paga... é isto que está acontecendo. Aliás, é mais um acréscimo na herança que Hingo Hammes vai receber. Pelos cálculos mais otimistas o pendura já beira os R$ 6 milhões. Vai sobrar para Hingo, porque se Bomtempo tivesse o dinheiro para pagar, ele pagaria. O lixo na rua atenta de forma absoluta contra seu futuro político.
Não há nada que simbolize melhor a atual administração municipal do que o lixo espalhado nas ruas, calçadas, encostas e leitos de rios. Não há decreto que consiga apagar as marcas de anos de irregularidades.
Há todos os tipos de conversa em andamento, tratando da eleição para presidente da Câmara e, por que não, de toda a Mesa Diretora. Há conversas para pedir votos, para negociar posições, para obrigar o adversário mais bem colocado a sentar à mesa e conversar. Na foto, feita por um leitor curioso, estão Leonardo França, Luiz Eduardo Dudu e Gil Magno. No caso, o candidato é Dudu.
Com a convocação de Aloísio Barbosa Filho para ocupar a Secretaria de Saúde, o primeiro suplente do PP, Domingos Protetor, assume uma vaga na Câmara. E já é citado como futuro líder do governo Hingo Hammes no Legislativo.
Carlos Alberto da Silva, que teve 1204 votos, já começa a ser paparicado. Ele é o primeiro suplente do MDB e assume o mandato de vereador com a posse de Fred Procópio na Secretaria de Governo.
Outro suplente que pode ganhar vaga na Câmara Municipal é Carlos Henrique Laranja. Segundo suplente do PP, assumirá se a vereadora Gilda Beatriz aceitar o convite para participar do governo Hingo Hammes, uma vez que Aloísio Barbosa Filho vai para a Secretaria de Saúde. O primeiro suplente é Domingos Protetor.
Na última coluna, relacionamos nomes de futuros ocupantes de secretarias municipais, na administração Hingo Hammes, e outros de fortes candidatos a serem chamados pelo futuro prefeito. Faltou um nome entre os secretários já convidados: Leandro Kronemberg, o Berg, para a Secretaria de Esportes.
Estão confirmados os novos secretários Fernanda Ferreira (Comdep), Rosângela Stumpf (Chefia de Gabinete) e Fábio Júnior (Fazenda). Nenhum foi surpresa para os leitores da coluna, que já havia antecipado no caso de Rosângela, mudou o cargo, apenas. A novidade ficou por conta de Maurício Hoelz Veiga, engenheiro do município, que já foi secretário no governo interino de Hingo Hammes.
Rubens Bomtempo foi à Posse, curtir o propósito de pavimentar da Estrada Arnaldo Dirkehoff, no Brejal. Posou para fotos, em frente à placa. Esqueceu de citar um detalhe: a Prefeitura quebrada só pôde contratar a obra porque recebeu o apoio político do senador Carlos Portinho, que providenciou os recursos necessários.
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