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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024


Capa 3708
Douglas Prado

COLUNISTA

Douglas Prado

O buraco é grande e precisa ser revelado


As más notícias sobre a ruinosa herança financeira deixada por Rubens Bomtempo, que Hingo Hammes vai assumir no dia 1º de janeiro, não param. É um ataque atrás do outro às leis e ao bom senso, minando o futuro governo. Um calote aqui, outro ali; uma dívida aqui, outra ali; um avanço sobre dinheiro que não poderia ser mexido e que precisa ser devolvido, aqui, outro ali. Feitas as contas, o valor já ultrapassa o orçamento e suas receitas possíveis em 2025. Isso obriga Hingo a frear a máquina e negociar muito, a reduzir investimentos e escapar dos perigos de ficar sem recursos federais, por conta das trapalhadas da atual administração. Esta última história, sobre o uso de dinheiro do projeto Finisa um fundo de financiamento de obras públicas gerido pela Caixa Econômica é tão perigosa quanto a apropriação irregular de dinheiro do fundo de previdência dos servidores, e o não recolhimento de contribuições sociais. São muitos milhões movidos de forma irresponsável. E não se pode esquecer da multimilionária aventura do ICMS a mais, que pode ter deixado um pendura de R$ 500 milhões. Para se defender disso, Hingo terá de atacar. Ele terá de denunciar cada uma dessas armadilhas. E não apenas para dar satisfação ao eleitor/contribuinte/cidadão, o que já seria louvável, mas, principalmente, para movimentar o Judiciário. Em alguns casos, até mesmo a polícia.


Informação é poder

Para conseguir denunciar as múltiplas trapalhadas do atual governo, Hingo Hammes terá de obter informações precisas sobre o que vai receber de Bomtempo e os documentos comprobatórios. Vai precisar, portanto de auditorias sérias em vários setores. Obrigatoriamente, terá de submeter a auditoria-investigação o Sehac, a Comdep e a CPTrans. No caso do Inpas, ele precisa entender como Rubens Bomtempo pôde invadir o fundo previdenciário dos servidores, sem consentimento do comitê responsável por sua gerência e fiscalização. Nos outros setores, pode determinar auditorias internas, para identificar os problemas que passam a ser seus, no dia 1º de janeiro.


Sem mistério 1

O projeto e o preço da coleta de lixo em Petrópolis é mais perto do desastroso do que uma simples incompetência administrativa. Isso é verdade. Mas, não há nenhum mistério por trás do agravamento da crise, nos últimos meses. É sabido que a empresa que atua no setor não está recebendo pelos serviços prestados. Se não recebe regularmente, como poderá arcar com os custos do seu trabalho?

Sem mistério 2

E é aí que reside o problema mais grave: sem dinheiro, como a empresa vai dar manutenção aos caminhões, que são sua responsabilidade na coleta de lixo. A autoridade que quiser conhecer a realidade, que visite o local onde os caminhões são guardados e conte quantos deles estão sobre pedaços de madeira, quantos deles foram canibalizados, quantos deles estão sem o motor. Depois, é só fazer contas: a Prefeitura contrata 42 caminhões coletores de lixo, que trabalham em dois turnos: 21 durante o dia e  21 durante a noite. Na realidade, hoje, apenas 20 ou 21 caminhões estão em condições de transitar e são expostos a jornada dupla e viagens até Três Rios. É assim que a coleta fracassa, e já faz muito tempo. Se alguém se interessar em fazer essa visita aos caminhões, que faça também a gentileza de verificar se a Prefeitura continua pagando pelos caminhões que não rodam.


Sem mistério 3

E mais: o que está escrito no contrato vale para as duas partes: a Prefeitura paga e a empresa coleta o lixo. Se a Prefeitura não paga... é isto que está acontecendo. Aliás, é mais um acréscimo na herança que Hingo Hammes vai receber. Pelos cálculos mais otimistas o pendura já beira os R$ 6 milhões. Vai sobrar para Hingo, porque se Bomtempo tivesse o dinheiro para pagar, ele pagaria. O lixo na rua atenta de forma absoluta contra seu futuro político.


Pois, é

Não há nada que simbolize melhor a atual administração municipal do que o lixo espalhado nas ruas, calçadas, encostas e leitos de rios. Não há decreto que consiga apagar as marcas de anos de irregularidades.

Crédito: Um amigo da coluna
Leonardo França, Luiz Eduardo Dudu e Gil Magno, conversando. (Crédito: Um amigo da coluna)


Conversas sem parar

Há todos os tipos de conversa em andamento, tratando da eleição para presidente da Câmara e, por que não, de toda a Mesa Diretora. Há conversas para pedir votos, para negociar posições, para obrigar o adversário mais bem colocado a sentar à mesa e conversar. Na foto, feita por um leitor curioso, estão Leonardo França, Luiz Eduardo Dudu e Gil Magno. No caso, o candidato é Dudu.


Futuro líder

Com a convocação de Aloísio Barbosa Filho para ocupar a Secretaria de Saúde, o primeiro suplente do PP, Domingos Protetor, assume uma vaga na Câmara. E já é citado como futuro líder do governo Hingo Hammes no Legislativo.


Mandato certo

Carlos Alberto da Silva, que teve 1204 votos, já começa a ser paparicado. Ele é o primeiro suplente do MDB e assume o mandato de vereador com a posse de Fred Procópio na Secretaria de Governo.


Possibilidade forte

Outro suplente que pode ganhar vaga na Câmara Municipal é Carlos Henrique Laranja. Segundo suplente do PP, assumirá se a vereadora Gilda Beatriz aceitar o convite para participar do governo Hingo Hammes, uma vez que Aloísio Barbosa Filho vai para a Secretaria de Saúde. O primeiro suplente é Domingos Protetor.


Faltou

Na última coluna, relacionamos nomes de futuros ocupantes de secretarias municipais, na administração Hingo Hammes, e outros de fortes candidatos a serem chamados pelo futuro prefeito. Faltou um nome entre os secretários já convidados: Leandro Kronemberg, o Berg, para a Secretaria de Esportes.


Mais confirmações

Estão confirmados os novos secretários Fernanda Ferreira (Comdep), Rosângela  Stumpf (Chefia de Gabinete) e Fábio Júnior (Fazenda). Nenhum foi surpresa para os leitores da coluna, que já havia antecipado no caso de Rosângela, mudou o cargo, apenas. A novidade ficou por conta de Maurício Hoelz Veiga, engenheiro do município, que já foi secretário no governo interino de Hingo Hammes.


Ah, ingrato

Rubens Bomtempo foi à Posse, curtir o propósito de pavimentar da Estrada Arnaldo Dirkehoff, no Brejal. Posou para fotos, em frente à placa. Esqueceu de citar um detalhe: a Prefeitura quebrada só pôde contratar a obra porque recebeu o apoio político do senador Carlos Portinho, que providenciou os recursos necessários.

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