COLUNISTA
O atropelamento que resultou na morte do ex-diretor do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Justiniano Paulo de Carvalho e de sua mulher, Aírdes Maria Pinto, no fim da tarde de domingo, na Estrada União e Indústria, em Itaipava, pode servir de alerta para as autoridades municipais, com relação à inexistência de qualquer fiscalização ou cuidado com o trânsito nos distritos de Petrópolis. É preciso cuidar da segurança no trânsito, do respeito às normas, sobretudo quanto ao uso de álcool por motoristas, ao excesso de velocidade e à insubordinação civil que se testemunha todos os dias, na ocupação de calçadas e pontos de ônibus, com estacionamento irregular. A CPTrans que cuidava de três terminais rodoviários e mantinha alguns agentes de trânsito, virou uma empresa gigantesca, cara e ineficiente. Precisa mudar. O prefeito Hingo Hammes tem a chance de fazer as mudanças necessárias: menos burocratas, ocupantes de cargos de nomeação livre e outros ocupantes de escritórios da empresa, e voltar a colocá-la nas ruas, tomando conta do trânsito, dos transportes e, verdadeiramente, dos terminais. Não pode ser assunto de notícia destacada, partindo da Prefeitura, a limpeza do terminal do Centro, como ocorreu na última semana. E o serviço foi feito pela Comdep e não pela CPTrans. E é preciso cuidar da segurança das pessoas que saem às ruas, motorizadas e não motorizadas. Com rigor e permanentemente.
A morte trágica do casal, em Itaipava, pessoas que tinham famílias que as amavam, amigos, parentes, filhos e colegas de trabalho, e que morreram porque há alguma coisa muito errada quando um jipão as atinge e o condutor não as socorre, como dizem testemunhas e o boletim de ocorrência da polícia registra. O motorista deixou o local do acidente sem sequer saber o estado das vítimas. Como não há policiamento de trânsito em Itaipava ou mesmo da PM foram motociclistas que trabalham na região que seguiram o carro atropelador e deram informações à polícia sobre sua localização. Estas pessoas merecem o nosso respeito, porque perseguir alguém que está fugindo pode envolver riscos. É justo destacar também o papel do jornalismo profissional realizado pela equipe do Diário de Petrópolis, que trabalhava no sábado e no domingo. Aparentemente, se não fosse o fato de profissionais da imprensa terem trazido a público o que ocorreu no local, ajudando na ação das autoridades e na tomada de decisões, que levaram à prisão em flagrante do motorista do jipão, depois transformada em prisão preventiva. E talvez não fossem também oficializadas as informações sobre o abandono das vítimas e a tentativa de fuga do motorista atropelador. Demonstraram que o jornalismo profissional está vivo e tem grande importância para a sociedade É difícil dizer o que aconteceu com o atropelador no momento do desastre, mas o comerciante Gilcemar Martins de Souza tem idade e experiência suficientes para saber que o primeiro papel de quem se envolve num acidente destes é providenciar socorro às vítimas. Uma delas morreu no local e a outra, em estado muito grave, foi levada para o Hospital Santa Teresa, onde faleceu.
O governador Cláudio Castro tem mostrado extrema boa vontade com Petrópolis e anunciado recursos para obras e serviços. No último domingo, num evento do governo do estado, o governador anunciou, entre outras coisas, investimentos em infraestrutura de mobilidade urbana, como pontes. Cabe ao governo municipal e à sociedade organizada, como as entidades da comunidade, acompanhar e cuidar para que esse dinheiro venha para resolver problemas de mobilidade nos distritos. A começar pela ligação ao Centro de Petrópolis, onde os problemas começam nas ruas Barão do Rio Branco e Hermogênio Silva, onde o trânsito fica paralisado pela falta de providências no trecho da entrada do Carangola. Motoristas e quem viaja de ônibus perdem horas do seu dia em engarrafamentos e retenções, que continuam no Posto Dois, na Reta do Prado e no acesso a Corrêas; depois, no acesso a Nogueira e, finalmente, em toda a extensão da Estrada União e Indústria, de Bonsucesso até as saídas para Pedro do Rio. São problemas graves e urgentes. Com exceção da entrada do Carangola, há projetos que podem resolver ou amenizar muito os problemas de mobilidade na região. As operações tapa-buracos têm seu valor, mas é preciso investir em verdadeiras obras de infraestrutura. Se alguém estiver interessado, que consulte, por exemplo, a NovAmonsanta, a associação de moradores que há décadas luta por melhorias em Itaipava e toda a região. A entidade é origem de alguns projetos e sabe onde encontrar outros.
O ano legislativo começou e, com ele, devem começar a correr projetos de resolução que mudam o Regimento Interno e a Lei Orgânica do Município, permitindo que vereadores se licenciem do mandato para assumir cargos de direção em empresas importantes do Estado. A aprovação dessas mudanças deixará o vereador Luiz Eduardo Dudu em condições de aceitar o convite do governador Cláudio Castro para atuar na área de Habitação no estado.
Jesus Vicente Vala, atuante líder comunitário do Carangola está iniciando uma nova campanha: quer que a legislação municipal volte a autorizar a cobrança das sacolas plásticas pelos supermercados. Segundo ele, a cobrança que já existiu e foi suspensa funcionava como um estímulo ao reuso de sacolas a sua substituição por sacolas retornáveis e que, com isso, diminuía a quantidade de plástico causando problemas ambientais.
Foi bem recebida na área de saúde a nomeação do economista Gustavo Carneiro na presidência do Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro (Sehac). A instituição tem grande peso, pois comanda o nosso maior hospital e várias outras unidades, entre elas postos de saúde e as UPAs. O novo presidente já foi diretor do Sehac e atuou no hospital nas administrações de Bernardo Rossi e de Hingo Hames, quando este era prefeito interino, em 2021. Também recebeu elogios a nomeação de Gustavo Silva Dias para a direção geral do Hospital Municipal Nélson de Sá Earp, outra grande unidade de saúde do município.
A Secretaria de Fazenda é um setor delicado das administrações municipais. Se ela não funcionar na sua principal função, de arrecadar recursos, nada mais funciona direito. Pois a administração instalada pelo prefeito Hingo Hammes, sob o comando do secretário Fábio Júnior, não inventou, não criou riscos. Os principais postos da Secretaria de Fazenda foram preenchidos por técnicos da própria Prefeitura, experimentados e reconhecidamente competentes. Tem tudo para dar certo.
Ainda sobre saúde: a nova administração, comandada pelo secretário Luís Cruzick, deve contratar novas vagas de UTIs, em outros hospitais do município. É uma das condições para permitir que o governo inicie o atendimento à extensa fila de pacientes que aguardam cirurgias pelo SUS, em Petrópolis. Muitos já esperam mais de dois anos. É a fila do risco, porque oficializa a protelação de cirurgias indicadas pelos médicos dos pacientes. Não são cirurgias de urgência, daquelas que levam à internação imediata do paciente, mas é difícil acreditar que médicos recomendem os procedimentos e os pacientes fiquem anos à espera da boa vontade oficial.
Dois vereadores novatos vão assumir a presidência das duas mais importantes comissões permanentes da Câmara Municipal. Wesley Barreto vai presidir a de Justiça e Redação, comissão ouvida em todos os projetos que tramitam na Câmara, e Tiago Leite Guel a de Finanças e Orçamento, poderosa por causa a área em que atua. Os demais presidentes de comissões são: Gil Magno (Desenvolvimento Econômico), Octávio Sampaio (Segurança, Serviços Públicos e Defesa do Consumidor), Marquinhos Almeida (Cultura, Juventude, Esporte e Lazer), Léo França (Trabalho e Defesa dos Servidores Públicos), Júnior Paixão (Obras e Assuntos Comunitários), Júlia Casamasso (Direitos da Mulher), Professora Lívia (Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos), Aloísio Barbosa (Defesa da Saúde), Carlos Alberto (Defesa da Criança e do Adolescente, das Pessoas com Deficiência e do Idoso), Domingos Protetor (Transporte Público e Mobilidade Urbana), Luiz Eduardo Dudu (Meio Ambiente, Defesa Civil e Proteção Animal), Thiago Damaceno (ficou com a presidência de duas comissões, Planejamento (Coperlupos) e Crise Climática e Ambiental).
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