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domingo, 02 de março de 2025


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Douglas Prado

COLUNISTA

Douglas Prado

Para não ser uma cidade qualquer

Foto: Alcir Aglio
Foto: Alcir Aglio


A intenção de promover mudanças na preservação do patrimônio histórico, paisagístico, arquitetônico e natural, estabelecida em tombamentos que remontam à época de Júlio Frederico Koeler, o engenheiro que desenhou boa parte do que hoje somos como cidade, e que vem sendo reforçada por meio de decretos federais, estaduais e municipais, pode ser um fato altamente positivo. Mas há riscos. O anúncio da rerratificação do tombamento da cidade, anunciada após reunião entre autoridades, já traz decidida uma área a sofrer mudanças: o Centro Histórico. É difícil acreditar que se faça mudanças no tombamento, permitindo a demolição dos nossos sobrados e casarões, para dar lugar a prédios de apartamentos ou salas comerciais. É preciso que todos fiquem atentos, porque sempre haverá quem ache que isso pode ser bom para Petrópolis. E, definitivamente, não é. Se macularmos esse pequeno miolo do Centro Histórico que sobreviveu à fúria imobiliária, Petrópolis perderá a maior parte do seu encanto. Seremos uma cidade qualquer. Chegar até aqui, como uma cidade que atrai e encanta turistas, custou muita luta, muito esforço.


Rio Quitandinha é exemplo

Tombado por iniciativa do então deputado Nelson Sabrá, o Rio Quitandinha jamais foi protegido por nossas autoridades. A despeito do tombamento, suas margens não foram respeitadas de ponta a ponta. Permitiu-se a construção de pontes e coberturas do leito do rio, que são afrontas ao curso d’água e à cidade. E, de quebra, a área destinada à duplicação mais do que necessária das Ruas Washington Luís e Coronel Veiga foi ocupada por imóveis autorizados pelo poder público, exatamente quem deveria preservá-la.


A CPTrans da CPTrans

A CPTrans criou uma CPTrans dentro da CPTrans, com a criação da Comissão de Segurança Viária e Mobilidade Urbana (CSVMob). A comissão terá uma missão que cabe exatamente à empresa municipal como um todo: “melhorar a segurança no trânsito nas vias urbanas, promovendo ações organizadas intersetorialmente, para conhecer, analisar, formular propostas para assegurar a circulação dos diversos tipos de usuários nas vias públicas”. Não precisava. Bastava ler os estatutos da CPTrans. Mas, esse pequeno truque burocrático ajudar em alguma coisa, melhor apoiar.


Racismo religioso

As declarações claramente de racismo religioso feitas em redes sociais pelo lutador Vitor Belfort e sua mulher, a atriz Joana Prado, não ficaram sem resposta. O deputado petropolitano Yuri Moura enviou ofício pediu ao Ministério Público que investigue o casal. Os dois fizeram menções depreciativas às religiões de matriz africana e associaram o carnaval a práticas demoníacas, que atribuem a essas religiões.


Aniversário

O secretário municipal de Saúde, Luiz Cruzick, comemorou aniversário na última quarta-feira, ao lado do irmão gêmeo, Paulo Cruzick, na casa da família Cruzick, na Estrada da Saudade.


ICMS a menos

O Rio de Janeiro foi buscar na Justiça, e ganhou, parcelas do ICMS que lhe cabia e que foram parar nas contas de outras Prefeituras. É muito dinheiro. A Petrópolis caberá pagar R$ 207.937.865,14. Menos mal que o débito foi generosamente parcelado. Mas, mesmo assim, o baque será de R$ 1.856.588,08, todos os meses. Dá para ter uma ideia do que ocorrerá, quando os municípios perderam receita, para que o Estado pudesse pagar a Petrópolis o ICMS a mais, de 2022 a 2024, conseguirem cobrar a conta. Além dos R$ 100 milhões, que já estamos pagando, há outros R$ 400 milhões pendentes. Dinheiro que a administração anterior gastou sabe-se lá em quê.


Explicando

Talvez alguém na administração municipal não tenha entendido como funciona o Índice de Participação do Município, que é o percentual de participação de cada uma das unidades municipais a receita do ICMS, ao informar que não haverá redução no dinheiro que chega a Petrópolis. O dinheiro do ICMS é resultado dos negócios comerciais realizados no estado. Quando há qualquer indício de inflação, os produtos comercializados ficam mais caros e o imposto também cresce. Se nós estacionarmos, estaremos perdendo dinheiro. Que vai fazer falta, porque, quando preços aumentam, as contas também sobem.


Mais inveja

A Secretaria Estadual de Saúde autorizou reforço de quase R$ 80 milhões nas verbas destinadas a Teresópolis. O dinheiro vai financiar a Rede de Atenção Especializada à Saúde. Bem que nós precisamos também desse apoio.


A arte em ação civilizatória

Quem tem dúvida sobre a força que a Cultura tem de produzir fatos positivos na sociedade deve refletir sobre o que aconteceu esta semana na Assembleia Legislativa: 25 deputados assinaram projeto da deputada Dani Monteiro, concedendo post mortem a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração do Estado do Rio, a Eunice Paiva, personagem do filme “Ainda estamos aqui”, de Walter Salles. Todo mundo já sabe, mas não custa repetir que Eunice era a viúva do deputado Rubens Paiva, sequestrado, torturado e morto nas masmorras da ditadura militar e que cujo corpo desapareceu. A história da resistência de Eunice é contada no filme, com base no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado barbarizado. Os deputados que assinaram o requerimento são de várias colorações políticas. É um avanço e tanto. No domingo, “Ainda estou aqui” disputa o Oscar de melhor filme e de melhor atriz para Fernanda Torres.

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