COLUNISTA
O prefeito Hingo Hammes pode pagar um preço alto pela falta de transparência em relação aos problemas que recebeu de seu antecessor. O sinal mais grave de que a falta de informações sobre a situação da Prefeitura, encontrada por ele, em 1º de janeiro, ou, o que seria pior, a falta de levantamentos criteriosos, surgiu durante a semana, muito antes do que se esperava. Ninguém menos que o ex-prefeito Rubens Bomtempo, cujo governo foi rejeitado de forma incontestável pelos eleitores petropolitanos, fez o primeiro ataque público ao novo governo, mostrando uma foto do depósito da merenda escolar praticamente vazio.
Se o prefeito Hingo Hammes tivesse informado aos petropolitanos que encontrou o depósito vazio e dificuldades de fazer compras, porque o governo Bomtempo não pagava pontualmente os fornecedores, com os quais deixou dívidas que o atual governo está pagando, teria sido poupado deste episódio, que o deixou muito mal. Bastava que tivesse contado a história inteira: as compras da merenda escolar estão sendo feitas diretamente pelas escolas e continuarão assim até que a Prefeitura recupere crédito com os fornecedores. Acabou o prazo de apenas jogar os problemas na conta do antecessor, sem apresentar dados, números e tomar providências para que as irregularidades sejam investigadas e punidas.
E há muitas outras histórias a contar. Algumas delas: a coleta do lixo, o endividamento da saúde, o crescimento da terceirização da contratação de trabalhadores da Prefeitura, e sobre os mais de R$ 400 milhões recebidos de ICMS a mais, gastos sem que tenha sido executado qualquer projeto de importância para o futuro de Petrópolis uma parte considerável desse dinheiro foi usado para contratar cabos eleitorais. E há mais, muito mais. Onde estão aliás os levantamentos determinados pelo próprio prefeito Hingo Hammes sobre a situação encontrada em cada um dos setores da Prefeitura? Estão prontos? Não foram feitos?
Ou a página da Comdep na internet está desatualizada, ou não houve qualquer providência para fazer a concorrência pública para normalizar a contratação da coleta do lixo. As mudanças precisam ser feitas não apenas em respeito à legislação, mas também para não impor mais problemas aos petropolitanos. Afinal, o que tem tudo para dar errado e já deu errado, vai dar errado de novo, com certeza. Depois não haverá desculpas por ter insistido nos caminhos pouco recomendáveis percorridos pela administração anterior. Quais são os primeiros sinais do problema: pipocam aqui e ali queixas sobre a irregularidade na coleta.
A Comdep tem 10 meses para resolver os problemas que herdou e manteve, caso contrário terá muito pouco a comemorar nos 50 anos da empresa, em 1º de dezembro deste ano.
Decisão do juiz substituto Cesar Manuel Granda Pereira, da 1ª Vara Federal de Petrópolis, no caso das obras do Departamento Nacional Infraestrutura de Transportes (DNIT) na Estrada União e Indústria merece comemoração, principalmente na área dos distritos. O juiz, que já havia determinado a instalação de um pórtico para evitar que carretas pesadas transitem pela Ponte do Arranha Céu, em Itaipava, que está com problemas estruturais, segundo técnicos do próprio DNIT. O juiz determinou ao órgão federal que apresente à CPTrans e à NovAmosanta, entidade que representa os interesses da população da região dos distritos, especialmente de Itaipava, os projetos de obras no Trevo de Bonsucesso e do Trevo de Pedro do Rio, sobre os quais a companhia municipal terá de se manifestar. Determinou também que o DNIT realize as melhorias previstas no projeto de 2018, no Terminal de Corrêas e no trecho da União e Indústria, entre Três Rios e Levi Gasparian. O juiz determinou à CPTrans e ao DNIT que estudem o a situação dos quebra-molas, que provocam mais problemas do que protegem os usuários da rodovia, com a participação também da NovAmosanta.
O juiz determinou também que o município apresente ao DNIT e à CPTrans informações sobre todos os projetos aprovados e em fase de aprovação de novos empreendimentos ao longo da Estrada. E que o município forneça também dados sobre o terreno em frente ao Hotel Buriti, no trecho entre Nogueira e Bonsucesso, e a avaliação do terreno da Montreal, em Corrêas, para fins de desapropriação. Estas duas áreas são fundamentais para melhorias no trânsito, reduzindo os engarrafamentos. A cidade deve muito ao trabalho da NovAmosanta, em especial de Carlos Eduardo Pereira e Jorge de Botton, que vêm trabalhando há muitos anos para que a União e Indústria receba os cuidados que deixou de ter durante décadas. E muito, também, à ação da promotora federal Vanessa Seguezzi.
A audiência pública para divulgação e discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias está marcada para o dia 8 de abril, às 18h, na Casa dos Conselhos. Esta lei, como diz seu nome, estabelece os critérios para a elaboração do Orçamento Municipal. Cidadãos e entidades não podem ficar fora desse debate.
O ex-procurador municipal de Petrópolis, Sebastião Medici, deixou o cargo de subsecretário estadual de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Vai acompanhar o ex-secretário Vinicius Farah, que assumiu a presidência do Detran.
O governo estadual destinou reforço de verba, no valor de R$ 5,6 milhões mensais, para o Hospital Juscelino Kubitschek, de Nilópolis. Um apoio destes para o nosso Alcides Carneiro talvez permitisse, por exemplo, o funcionamento para valer do setor de emergências.
O economista e escritor Gastão Reis vai mesmo se desligar do Conselho Municipal de Turismo, que preside, como representante da Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (Acep). Disse à coluna que pretende se dedicar, prioritariamente, à revisão e edição de um novo livro. Sobre nota publicada aqui, em que integrantes do Conselho reivindicam mudança no Comtur, hoje composto meio a meio por integrantes do governo municipal e representantes da sociedade civil, Gastão Reis argumento que a lei municipal estabelece assim, 50% a 50%. E que, hoje, mais da metade dos integrantes representa a sociedade civil. E diz desconhecer norma federal que estabelece divisão diferente. Quanto ao Fundo Municipal de Turismo afirma que nenhum centavo foi gasto, desde o início do ano. Segunda-feira, estas questões estarão em debate no Conselho. Inclusive a escolha de novo presidente.
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