COLUNISTA
Aqui e ali, pessoas ligadas ao governo municipal de Petrópolis dizem estar esperançosas, porque o governador Cláudio Castro encontrou um caminho no emaranhado de regras fiscais do estado para devolver ao município o tal “ICMs” a mais que já irrigou os cofres da Prefeitura, com cerca de R$ 400 milhões, dinheiro desperdiçado na gastança da administração Rubens Bomtempo, sem que houvesse redução das dívidas e sem a efetivação de qualquer projeto em obras ou serviços. A máquina consumiu o dinheiro a mais, com sua frota, o aluguel de casarões, os gordos contratos, o excesso de gente e de secretarias municipais, três das quais criadas nos últimos meses de governo.
Agora, o petropolitano torce para que tenha bases reais a notícia de que a cidade vai receber mais dinheiro, porque, sem isso, e sem reduzir a despesa com a máquina administrativa, os próximos meses serão terríveis. E a preocupação tem sentido. O governo atual recebeu o município em situação financeira caótica, mas não fez qualquer movimento, até agora, para corrigir as distorções, representadas pelos gastos que extrapolam os limites do bom senso, chegando às raias da irresponsabilidade. Não tão grave, é verdade, quanto torrar R$ 300 milhões recebidos em 2022 e 2023 e outros R$ 100 milhões a mais, conseguidos com a ajuda do Judiciário, e que também foram queimados pela administração anterior, longe de projetos que ajudariam a cidade a enfrentar problemas gravíssimos, com os da mobilidade urbana e assistência de saúde.
O governo estadual publicou esta semana novos números do Índice de Participação dos Municípios, atribuindo a Petrópolis a cota de 1,163. Isso quer dizer que vamos receber pouco mais de 1,1% do bolo tributário produzido pela economia estadual. Esse 1,163% representa a nossa participação nas riquezas do comércio e serviços. Estamos estacionados no 15º lugar entre os municípios fluminenses, mais perto do núcleo de pequenos. Em outras épocas, uma situação como essa provocaria debates acalorados em busca de soluções, incluindo Prefeitura e Câmara Municipal, entidades empresariais, todos em busca de saídas. Hoje, com os braços cruzados, parece que já nos curvamos à pobreza.
A preocupação dos servidores com relação à pontualidade da Prefeitura no pagamento de salários e aposentadorias já deixou de ser tratada nos corredores. Como há no funcionalismo muitos que sabem identificar a gravidade dos problemas, quando acontecem, e, também, sabem quando medidas destinadas a enfrentar os problemas não estão sendo tomadas, a tensão é grande. Tanto que, no primeiro dia de atraso no pagamento dos aposentados, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação anunciou ação judicial para obrigar a Prefeitura a cumprir seus compromissos com os aposentados da Educação. Os servidores sabem que o dia de atraso está ocorrendo porque não haver dinheiro suficiente nos cofres, para arcar com a despesa. Se isso acontece em julho, eles temem o que possa acontecer em setembro e outubro. E não gostam do que antevêem.
Mais um complicador na discussão sobre o reajuste das tarifas de ônibus em Petrópolis. O acordo salarial dos rodoviários, aprovado pela categoria na última segunda-feira 5% de reajuste e melhorias nas verbas de alimentação traz um item que praticamente formaliza o acúmulo de funções pelos motoristas. Eles vão ganhar R$ 10 por dia para dirigirem e também fazerem o papel de trocador. Se esta possibilidade entra no acordo, é mau sinal para a categoria, porque há concreta ameaça de desempregar algumas centenas de trocadores; para a população, porque aumenta a possibilidade de acidentes no sistema; e para a Prefeitura, que será obrigada a rever as contas das planilhas de custos. Se os salários de trocadores constam nas planilhas, é preciso excluí-los e recalcular quanto as empresas gastam para manter o serviço. Como o reajuste virou ação judicial, o juiz pode, a qualquer momento, pedir que essas novas contas sejam apresentadas. Além disso,não se encontra no Diário Oficial nenhum ato que modifique a regra anterior, que estabelecia ser obrigatória a presença dos trocadores para os ônibus poderem circular. É confusão da boa.
As redes sociais exibiram, no último fim de semana, fotos da inauguração da rodovia BR-040, trecho Rio-Juiz de Fora, em que estavam o presidente da República, João Figueiredo, e o prefeito de Petrópolis, Jamil Miguel Sabrá. A inauguração ocorreu em 1980. A obra foi iniciada em 1973. Pois bem, a estrada inteira entre Petrópolis e Juiz de Fora e algumas melhorias no trecho da Baixada Fluminense, foram construídas e entregues em sete anos. E ninguém pagava pedágio. Agora, somente no período Concer, pagamos pedágio há oito anos, e não conseguimos construir uma simples e curta ligação entre os bairros Bingen e Quitandinha. E parece que poucos se importam com esse despropósito. Isso vale, também, para obras de mobilidade urbana, nos distritos de Petrópolis, Itaipava principalmente; e para enfrentar as inundações na Coronel Veiga, Washington Luís e Centro Histórico. E o que dizer da construção da nova pista de subida da serra? E nada de protestos, daqueles ruidosos, que obrigam as autoridades a darem explicações.
Na relação de possíveis candidatos de Petrópolis a deputado estadual publicada na última coluna, falta o nome do jovem deputado Sérgio Fernandes (PSD), que concorre à reeleição nas eleições do próximo ano. Ele é petropolitano, aqui estudou e iniciou sua vida profissional, ocupando, entre outras funções, a de procurador da Câmara Municipal de Petrópolis. E Sérgio Fernandes tem vantagem sobre os adversários: é capaz de conquistar muitos votos fora de Petrópolis.
Estão abertas as inscrições de entidades interessadas em participar da eleição de membros da sociedade civil para o mandato 2025-2027 do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema). É fundamental que as entidades que incluam a defesa do meio ambiente entre seus propósitos participem desse processo, se inscrevam, debatam e disputem o pleito. As regras para as inscrições e outros dados das eleições podem ser encontradas na página da Casa dos Conselhos - https: www.petropolis.rj.gov.br/ccm/ . A documentação deve ser entregue em envelope lacrado, até o dia 1° de agosto na Casa dos Conselhos Municipais, na Avenida Koeler, 260. É cada dia mais importante, mais vital, participar do debate ambiental. Muito mais quando se trata de Petrópolis. Entre os temas a debater, está a tentativa mudar a legislação ambiental, que exclui o tombamento dos principais rios e suas margens.
É um sucesso a Bauernfest. Nem mesmo os preços um pouco salgados assustam os frequentadores petropolitanos. E os turistas vieram em massa, lotando restaurantes e as mesas externas da área tradicional. O público também lotou a festa das cervejarias artesanais, na praça da Câmara.
O médico e ex-vereador petropolitano Mauro Peralta foi eleito para o Conselho Fiscal da Federação Nacional dos Médicos e da Confederação Latino-Americana de Medicina, que reúne Brasil, Argentina, Bolívia, Equador e Chile. A escolha e a posse ocorreram em Brasília.
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