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Douglas Prado

COLUNISTA

Douglas Prado

Lixo nas ruas põe governo Hingo Hammes na rota da crise que derrotou Bomtempo

LEGENDA: Irregularidade na coleta de lixo já começa a deixar marcas nos distritos. A f
Irregularidade na coleta de lixo já começa a deixar marcas nos distritos. A foto foi tirada ontem, ao lado do posto de gasolina de Pedro do Rio.

Há várias dificuldades que evidenciam a crise que se aproxima da administração Hingo Hammes: dificuldades de pagar os salários dos funcionários e os benefícios dos aposentados e pensionistas e as queixas de fornecedores, que surgem com frequência cada vez maior, por causa dos atrasos de pagamentos, incluindo até mesmo empresas que vendem medicamentos para a Prefeitura. São fatos que trazem enorme desgaste para o governo, que tem poucos dias mais que seis meses. Mas, nada se compara ao que parece estar vindo aí: a coleta de lixo começa a ter problemas graves, como o que ocorre em várias rotas nos distritos. Ontem, havia lixo não recolhido em Araras e Pedro do Rio e nas pontas de algumas regiões do 1° Distrito, como em ruas do Quitandinha.

O petropolitano já demonstrou em várias ocasiões que não há tolerância para lixo nas ruas, por coleta irregular. Esse é um problema capaz de derrotar um governo. Hingo Hammes sabe muito bem disso. Afinal, foi o beneficiário dos votos que o lixo nas ruas tirou de Rubens Bomtempo. Um ocupante de cargo administrativo na Comdep, diz que a empresa contratada para fornece caminhões e outros equipamentos justifica o problema confessando que quase metade das coletoras estão com problemas para operar. O funcionário desconfia desta versão e diz que gente importante do governo tem o mesmo sentimento sobre a empresa de coleta de lixo. Bem, se não confia na empresa, por que não providenciou a imediata substituição? Por que está fazendo o caminho de premiar o que não funciona com mais um contrato emergencial?


Oficial e rentista

Quem procurou os serviços da agência Itaipava do Banco do Brasil viu de perto os resultados da política do principal banco do país. Havia pelo menos duas dezenas de pessoas esperando atendimento e apenas uma funcionária para atendê-las. Havia mais guardas de segurança na agência do que funcionários disponíveis. É assunto que deveria interessar o Procon, mas é também muito mais do que uma relação de consumo. É uma questão de país, de economia. A cada dia, o Banco do Brasil se parece mais com os bancos privados. Como eles, considera bom negócio investir o dinheiro de que é depositário em títulos do governo, deixando de lado o seu papel prioritário de indutor da economia. Deixou de ser o banco que financiava crédito ao consumidor, oferecia bons juros no financiamento de capital das empresas e ajudava a economia real a girar. No caso de Petrópolis, está posição fica cada vez mais clara. É de um banco que renuncia a sua posição de banco do Brasil. Virou um a mais.


Haja otimismo

O prefeito Hingo Hammes prorrogou por mais 180 dias o prazo de vigência da situação de emergência, adotada inicialmente no dia 5 de abril. O governo tem expectativa de obter recursos do governo estadual para obras. E socorro para enfrentar problemas financeiros emergentes.


Complicação federal

Teme-se que com as novas inundações graves no Rio Grande do Sul, o governo federal tenha menos condições de investir no socorro a Petrópolis. Faz sentido.


Mais do mesmo

Não funcionou, por falta de interesse dos contribuintes devedores a generosíssima redução de juros e multas sobre débitos de impostos atrasados oferecida pela Prefeitura. Aparentemente, o problema maior está nas dificuldades de comunicação do governo com a sociedade, porque o modelito que coloca o prefeito Hingo Hammes como estrela de redes sociais não está funcionando. Além disso, os devedores já conhecem a inaptidão dos administradores petropolitanos de tomar qualquer medida que possa “tirar votos”. E assim se fazem as crises financeiras.


Hora de elogio

A Comdep tomou uma medida importante: colocou funcionários percorrendo o comércio e prédios residenciais do Centro Histórico, na tentativa de fazer valer a norma de só depositar o lixo nas calçadas depois das 19h. Hoje, é comum ver lixo até mesmo nas ruas 16 de Março e do Imperador, às 4 da tarde, com as lojas abertas e compradores disputando o espaço com montes de sacos, às vezes fedorentos. Vale o registro, porque não são muitas coisas que se encontra para elogiar o governo. Há muito tempo.


Transparência borrada

O contador de uma empresa que presta serviços à Prefeitura foi pesquisar contratos da Comdep, de 2021. Descobriu que os documentos estão reproduzidos nas páginas carimbadas com o termo Transparência, mas não estão transparentes: as partes importantes dos contratos estão cobertas por enormes borrões.


Lusco-fusco

A crise deve ser mesmo grave. O governo municipal deu uma freada nos investimentos em iluminação pública. Dos R$ 7 milhões empenhados no início do ano, as verbas foram reduzidas para R$ 4,4 milhões. E até março, a empresa contratada pela Prefeitura recebeu R$ 1,5 milhão. Curioso é que estas despesas são pagas com recursos carimbados, originários da cobrança da taxa de iluminação pública, que é acrescentada mensalmente às contas de energia elétrica.


Conta municipais

De janeiro a maio a CPTrans recebeu da Prefeitura repasses, no valor de R$ 7 milhões. É um custo salgado para o setor, que já nos cobra o custo pesado do trânsito caótico e desgovernado e dos transportes mambembes.


Vizinhança

Se depender dele, o presidente do Detran, Vinícius Farah, não deixará o cargo para disputar as novas eleições para prefeito de Três Rios, que serão marcadas nos próximos dias pelo TRE. Farah, que já governou Três Rios em dois mandatos, pretende mesmo disputar vaga de deputado federal em 2026. Mas, está sob pressão para que dispute o pleito em seu município. Se ele ceder, e entrar na luta municipal, ficará aberta a ambicionada vaga de presidente do rico Detran. A nova eleição em Três Rios se deve a decisão do TSE que tirou do cargo o prefeito Joacir Barbalho, o Joá, que ganhou nas urnas em 2024, chegou a assumir, mas foi afastado por estar inelegível no prazo final de registro da candidatura, que só sobreviveu graças a uma liminar judicial.

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